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Com o passar dos dias me encantei ainda mais pelo professor Hank.
Ele é diferente de qualquer outro homem que já conheci.
Não sei se é por ele ser mais velho e eu ter uma quedinha por homens mais velhos, se bem que ele nem é tão velho assim, deve estar com uns trinta anos, mas a maturidade dele me atrai muito, assim como seu jeito introspectivo. Mathew é um homem de poucas palavras, sério e sempre que não está dando aula, está em algum canto da escola falando ao telefone.
Jessica apurou algumas coisas para mim e disse que ele é novo na cidade e que ao que tudo indica, veio sozinho então, deduzo que ele fica tanto tempo no telefone porque deve ficar conversando com sua família e amigos.
— Professor, estou com muitas dificuldades nesse lance de matrizes. - Falo me aproximando da mesa dele ao término da aula.
— Olha, hoje vou ter algumas coisas pra resolver, mas no fim da próxima aula você poderá esclarecer suas dúvidas comigo, combinado? - Indaga se levantando da mesa e pondo uma alça de sua mochila vermelha nas costas.
— Combinado. Tenho muitas dificuldades em exatas desde que me conheço por gente. - Digo olhando para ele e admirando aquele rosto lindo.
— Sei como é, também tenho. Quer dizer, já tive problemas com essa matéria quando mais jovem. - Caminha em direção a porta da sala.
— Sério? E como decidiu ser professor justamente da pior matéria do mundo? - Questiono e ele gargalha.
— Er... - Ele para e me olha. - Sei lá, simplesmente aconteceu. Até mais, Anne. - E aperta o passo indo embora dali, ao mesmo tempo em que Ângela entra na sala.
— Já estava dando em cima do professor? - Me provoca indo até sua carteira e pegando um caderno que provavelmente, havia esquecido por ali minutos atrás.
— Não, só estávamos conversando. De qualquer forma, não preciso dar em cima dele pois sei que ele já me quer.
— Quê? Está dizendo que o Mathew é a fim de você? Pois eu duvido! - Exclama me medindo de cima a baixo, como se eu não fosse lá grande coisa.
— Pois garanto que ele é caidinho sim por mim. - Passo a mão por meus cabelos - Quer apostar?
— Apostar como fizemos com aquele garoto ano passado? Esqueceu que você perdeu a aposta? - Coloca a mão em sua cintura fina.
No ano passado, tinha um garoto que se chamava Jeremy. Ele era lindo, tinha os olhos azuis, cabelos escuros e era alto e muito musculoso. Apostei que em uma semana ficaria com ele mas não consegui e então, ele ficou com a Ângela.
Me deu uma raiva na época...
— Mas agora é diferente, essa tenho certeza que vou ganhar. - Garanto, mesmo não estando tão segura assim por dentro.
— Beleza! Então você tem um mês pra conquistar o professor delícia e leva-lo para a cama. Se conseguir, paro de pegar no seu pé por um bom tempo, mas se você perder... - Ela se cala e ri.
— Se eu perder o quê...? Vai querer dinheiro? - Levanto a sobrancelha curiosa.
— Não, grana já tenho. Mas se você perder aí eu entro em cena e traço o professor como ele merece. Combinado? - Estende a mão para mim.
— Combinadíssimo queridinha! - Afirmo apertando a mão dela.
[...]
— Aposta? Anne, você é completamente louca. - Rachel ficou chocada quando contei meus planos à ela.
— Ângela me provocou e eu não queria ficar por baixo, por isso aceitei a provocação. - Explico enquanto caminhávamos pelas ruas de Spokane.
— Mas como vai fazer para conquista-lo? - A morena pergunta parando na frente de uma banca de revistas e fica lendo algumas manchetes baixinho.
— Não sei, mas vou usar minha falta de conhecimento da matéria para me aproximar dele. - Voltamos a andar.
— Se você conseguir t*****r com o professor e ele for realmente bom de cama, vou tentar ficar com ele depois afinal, é muito raro encontrar homens que prestem nessa cidade.
— Vamos ver porque se ele realmente for tão gostoso quanto parece, não vou parar de ficar com ele tão cedo. - Digo safada e nós duas gargalhamos.
[...]
— Está tudo bem filhota? - Will pergunta entrando em casa.
— Uhum. - Murmuro.
Eu estava deitada no sofá vendo televisão quando ele chegou em casa, tarde da noite aliás.
— Hoje o dia foi bem corrido. - Ele diz tirando sua jaqueta e sentando-se no sofá. - Essa cidade anda muito estranha.
— Estranha como? - Pergunto franzindo o cenho.
— Nada querida, você não precisa se preocupar com essas coisas. - Tira os sapatos e eu mudo de canal. - Sabe, tenho te notado distante. Como anda a vida no colégio? Está tendo alguma dificuldade? - Coça seu bigodinho cafona.
— Sim, está tudo ótimo. - Me limito a dizer me ajeitando no sofá. Não dá pra falar ao meu pai que estou querendo dar para meu professor né?
— Ah... Olha filha. - Ele vai para perto de mim que me sento no sofá para que fiquemos lado a lado. - Sei que não sou o melhor pai do mundo, mas me importo e muito com você viu? E também sei que sempre estivemos distantes por muito tempo, mas te amo muito e quero recuperar esse tempo perdido assim que as coisas melhorarem na delegacia. - Declara-se e não consigo não sorrir.
— Também te amo, pai. - O abraço e ele beija minha testa.
— Pode contar comigo sempre, viu? - Me aperta mais.
— Eu sei disso Will. - Respondo fechando os olhos e sentindo um cafuné gostoso nos meus cabelos.
[...]
Depois de jantarmos juntos e vermos um programa de comédia, meu pai e eu fomos dormir.
Já no meu quarto, coloquei meu pijama e deitei-me de barriga para cima na cama e olhando para o teto, fiquei lembrando da aposta que fiz com Ângela. Preciso e muito arrumar um jeito de ficar com Mathew, pois não quero que ele fique com a vaca da Ângela de jeito nenhum. Por isso mesmo a partir de amanhã já quero começar a me aproximar dele e até já tenho uma ideia vaga do que irei fazer.
E é pensando no meu professor gato que já de madrugada, adormeci.