— Onde? - Ele virou o rosto e olhou para a televisão que estava desligada.
— Sim, onde ou como, estou curiosa. - Me aproximei dele sem tirar os olhos daquela marca.
— Foi... Er... - Me olhou atentamente até que de repente, me puxou para si e tascou um beijo na minha boca.
Fui tão pega de surpresa que demorei alguns segundos para me dar conta do que estava acontecendo.
A mão esquerda dele estava na minha cintura enquanto a direita estava apertando a minha b***a, o que me fez gemer. Sua língua parecia urgente, provando cada canto da minha boca e eu que não sou boba nem nada, aproveitei para explora-lo também sentindo o gosto de seus lábios que me lembram maçã, minha segunda fruta preferida. Minha mão arranhou levemente as costas dele, já a outra acariciou seus cabelos levemente ondulados.
Por mim ficaria assim por um longo tempo, sentindo suas mãos ásperas sob minha pele e sua boca colada a minha, mas o ar se fez necessário e fomos obrigados a terminar aquele beijo, não sem antes ele morder meu lábio inferior, me fazendo gemer outra vez. Mathew ficou um tempo parado, com a testa colada a minha e a respiração ofegante. Mantive os olhos fechados, pois estava com medo do que viria a seguir.
— Não podemos, me desculpe. - Lamentou se afastando de mim.
— O quê? - Abri os olhos e fechei o sorriso que estava prestes a abrir. - Mathew? - O chamei vendo-o vestir a camiseta mesmo estando suja.
— Eu preciso ir embora, Anne. - Falou sem olhar para mim enquanto recolhia suas coisas da sala. - Nós não podemos fazer esse tipo de coisa.
— Por quê não podemos? - Indaguei confusa.
— Por quê? - Enfim me olhou. - Porque você é minha aluna. - Respondeu indo até a porta e sumindo de vez das minhas vistas.
— Mas que merda. - Resmunguei me sentando no sofá e cobrindo meu rosto com as mãos.
Na real, não entendi o que rolou aqui.
Ele me beija e depois simplesmente dá as costas e vai embora com essa desculpa cafona de que só porque sou aluna dele não podemos ficar? Ta cheio de professor pegando aluna por aí, sem contar que o ano letivo já está acabando, logo mais ele não será mais meu mestre mesmo, por isso não vejo motivos pra tantos pudores.
[...]
— Sério que ele não te quis? - Liza questionou chocada e mesmo não estando vendo-a, pois que estamos ao telefone, sei que deve estar de boca aberta nesse exato momento.
— Sim! Se as coisas continuarem desse jeito vou perder aquela maldita aposta, o que não pode acontecer de jeito nenhum senão a chata da Ângela vai continuar pegando no meu pé. - Deitei-me na cama e revirei os olhos.
— Mas pelo menos vocês se beijaram. - A loira me lembrou. - Falar nisso, ele beija bem?
— Bem é pouco, ele tem o melhor beijo do mundo. Uma língua nervosa e muito sexy. Sem contar que o gosto da boca dele é tão bom. Já escovei os dentes, mas ainda consigo sentir o gosto. - Fechei os olhos e sorri.
— Cuidado para não se apaixonar amiga. - Me alertou.
— Eu não tô apaixonada. - Fechei a cara - Só quero vencer a aposta. Mas na boa, estou começando a achar que tem algo estranho com ele, sabe? Poxa, tem momentos que parece que está super a fim e de repente, ele muda totalmente seu jeito e se torna arredio.
— Realmente isso é muito estranho, a não ser que ele seja bipolar. - Sugeriu dando risada.
— Duvido que seja bipolar. Pra mim tem alguma coisa errada, algo que ele esconde de mim, eu sinto isso. Mas tudo bem, se Mathew Hank tem algum segredo pode ter certeza que vou descobrir. - Afirmei segura de mim.
— Se esforça mais Anne, tenho certeza que hora ou outra, ele não vai conseguir resistir ao teu charme. - Aconselhou-me e gargalhamos juntas.
[...]
Dois dias depois...
No dia anterior, Mathew não foi a aula e evitei pensar muito nele para não me estressar. É complicado, mas não posso mais focar minha vida tanto nesse homem ou vou pirar de vez. Tentei me distrair e fui até a casa da Rachel ver um filme com ela, mas agora já estou tendo minha aula de física.
A professora é muito boa e soube explicar bem a matéria então me saí bem na atividade que ele me passou e acho que não terei muitos problemas nessa matéria, o que me deixa bem mais aliviada.
Após ter todas as minhas cinco aulas do dia, incentivada por Liza fui procurar o professor pois Jack comentou comigo no intervalo que teve aula com ele, ou seja, ele está em algum lugar do colégio.
Andando pela escola notei que esse lugar anda um tanto quanto estranho. Além das catracas e carteirinhas que confesso, ainda me incomodam, tem muitos seguranças por aqui, além do que consideraria necessário para um colégio. Se bem que é importante investir em segurança, já que dias atrás até morte na cidade teve.
Como não encontrei Hank dentro do colégio, fui para fora e o procurei pelo pátio e pelos jardins, mas nada dele. Decidi dar uma olhadinha nos fundos do colégio que é um lugar bem amplo e bem no fundo tem uma espécie de pequeno prédio que sempre fica fechado, por isso duvido que Mathew esteja por lá.
Ao chegar nos fundos, finalmente encontrei Mathew de costas para mim parado em frente uma árvore com... Um homem? Forcei um pouco a vista para confirmar que é sim um homem.
Estou a uma distância um pouco grande deles e não dá pra ver direito nem ouvir o que estão falando porque estou escondida atrás de uma outra árvore para que não me vejam, mas consigo ver com clareza o momento em que meu professor se aproxima mais do cara e cochicha algo no ouvido dele que o faz sorrir.
Que estranho, eles parecem tão íntimos.
Ai, ai... Será que é o que estou pensando?
Talvez eu tenha acabado de entender o motivo pelo qual ele não me quer.
Mathew Hank é gay.