Este è realmente seu nome?

1107 Words
Quando acordo, percebo que estou dentro de uma cúpula escura, imersa em um líquido espesso que cobre quase todo o espaço, deixando apenas meu rosto para fora, entro em desespero, e começo a tentar abrir a cúpula enquanto um som de alarme ecoa, acompanhado por vozes abafadas que me deixam ainda mais nervosa. — Você precisa se acalmar, o processo de cura ainda não está completo — Uma voz calma tenta me tranquilizar. — Eu sei que está com medo, mas terá que ficar mais alguns minutos. A voz começa a entoar uma canção de ninar estranha, e aos poucos, meu nervosismo diminui, coincidindo com o cessar do alarme. Por razões desconhecidas, uma sonolência toma conta de mim. Ao acordar novamente, encontro-me em um quarto branco, deitada em uma confortável cama. Observo duas portas, uma à direita e outra à esquerda. Ao abrir a da direita, descobri ser um banheiro. No espelho, percebo que meus olhos brilham em roxo e parecia que tem uma tempestade de raios acontecendo dentro deles, e ao verificar meu corpo, noto a ausência de cicatrizes. Vozes adentram o quarto, discutindo minha situação. Escuto parte da conversa: — Não entendo o que há de tão especial nessa garota. Ela só sobreviveu ao ataque do Lyrics porque tinha agentes treinando junto... — Onde está a garota? — O quê? Você perdeu a garota? Ela não pode ter acordado? A Doutora não sedou ela? — Não depois daquela quantidade toda. De repente, uma mão me segura, e ao me debater, a porta se abre, revelando um garoto da minha idade. Alto, cabelos cacheados pretos, olhos azuis intensos e um desenho azul em uma de suas bochechas. — Davruc, solte a garota. Está deixando-a nervosa — Repreende quem me segurava, e finalmente sou libertada. Distancio-me deles e invoco uma espada, apontando-a para os intrusos, que recuam com as mãos erguidas. — Calma, abaixe isso, não estamos aqui para machucá-la — Diz o garoto da esquerda que ainda não sei o nome — Eu sou Azaric Vandronia, e este é Davruc Adrov. Somos aprendizes de guardas. — Ok, sou Alicie Dufour. — Me apresento e baixo a espada, mas mantendo-a à mão — Onde estou? E como vim parar aqui? — Eu sei que tem várias perguntas, e iremos responder todas elas. Mas você deve voltar para a cama. Você foi atacada por um Lyrics e deve se recuperar do veneno — Explica Azaric, tentando se aproximar, mas paro-o colocando a espada em seu pescoço. — Você está na área médica do governo, veio para cá depois de desmaiar ao se tornar uma Às. — Uma o quê? — Um Escolhido Ás é um ser de Magia pura, o poder é dado somente aos mais valentes seres, e só aparece quando o mundo está em grande perigo, sendo colocadas como General, Tenente, Capitão ou até mesmo como Sargento — Explicou uma mulher assim que entra no quarto, quando ela tentou se aproximar, apontou a espada para ela, mas foi repreendida pelos aprendizes. — Não aponte essa espada para a Lady Morana, a governante de Bosdio. — Senhora Morana, como vai? — Comprometam os aprendizes em coro, eles tentam levar-me de volta à cama. — Você é a rainha deste lugar? — Questiono ela, Davruc me lança um olhar irritado. — Sim, sou a Rainha Lady Morana, governante de Bosdio. Você pode fazer qualquer pergunta, e eu responderei sem hesitação. — Eu tenho várias perguntas — Informo, e ela me conduz até a cama, sentando-se ao meu lado. — Mas a principal é: seu primeiro nome é realmente Lady? Ela ri, explicando que seu primeiro nome é Lady e que é um nome bem comum no reino, Lady começa falando sobre a origem de seu nome mas, de repente uma sombra surge, uma criatura humana retorcida em dor. A visão me deixa triste, fazendo-me sentir como se nunca mais fosse ver minha família. Lady Morana me segura quando minhas pernas fraquejam, afastando meu olhar da cena. — Alicie, está tudo bem? — Fica preocupada quando não respondi, tento evitar encarar a criatura. Quando ela retoma a explicação sobre ser uma Às, escuto um grito de dor que me fez tampa os ouvidos. Começo a ouvir passos e alguém falando comigo, mas minha visão está turva, e respirar torna-se difícil, parece que todas as minhas memórias estavam sendo arrancadas de mim e não posso fazer nada para impedir . Não posso esquecer deles, preciso ao menos lembrar seus nomes. Alguém me abraça, e sinto como se o tempo tivesse parado. O abraço parece tirar o peso dos meus ombros, e começo a chorar. Choro por não conseguir me lembrar dos rostos da família, pelo medo das criaturas mais cedo, chorei o medo de não saber se um dia os verei novamente-los. — Está tudo bem, Alicie, pode chorar está tudo bem — Reconheço a voz de Alora, saio de seu abraço e seco meu rosto. — O que aconteceu? — Estava conversando com Lady quando das sombras surgiu uma criatura, e ao eu pude sentir todas as lembranças da minha família simplesmente sumirem — Choro mas ainda e olhando para onde a criatura estava, agora rodeada por pessoas com algum tipo de aparelho que parece medir algo. — O que era a criatura? — Era um espectro torcido, uma criatura que se alimenta de lembranças — Lady vem até onde estamos, escoltada por quatro guardas, mas para quando está perto. — Já estamos investigando o rastro da criatura. Ela geralmente volta para perto de quem a invocou. — Teria um jeito de ter minhas memórias de volta ? — Pergunto para Lady que me olhou com pena. — Lamento minha querida, uma vez que as memórias são devotadas não teria como as recuperar. Fico atordoada com a notícia, como posso voltar para casa e se não me lembro onde fica? Sinto um vazio profundo dentro de mim, como se parte de quem eu era tivesse sido arrancada. Alora coloca a mão no meu ombro, oferecendo apoio silencioso, olho para ela, buscando algum tipo de consolo ela sorri gentilmente e diz: — Alicie, mesmo que as suas memórias tenham sido roubadas, lembre-se de que você ainda é a mesma pessoa forte e corajosa que sempre foi, as memórias podem nos moldar, mas não definem quem somos. Você ainda tem um futuro brilhante pela frente, e estaremos aqui para te apoiar em cada passo do caminho. — Mas como vou poder ir para casa se não lembro onde ela fica? — Pergunto limpando as lagrimas. — Não se preocupem — Diz com a intenção de me acalmar — Daremos um jeito.
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