o relogio

3171 Words
Adam gostaria de poder partir para Chaco Canyon e enterrar-se no trabalho, voltar para trás o relógio até aquela manhã em que passara pela vitrine de Robin e vira a fotografia. Porém, firmemente incorporado a sua formação, havia o conceito apache de honra, dever e justiça. Colocara Robin naquela situação delicada e não podia, agora, fugir da responsabilidade. É melhor você ficar na fazenda hoje ele sugeriu. O quê? Quero que você seja uma hóspede na casa de meus pais, Robin Adam explicou melhor. Claro, não posso forçá-la a ficar lá, mas por questões de segurança, eu me sentiria mais tranquilo se aceitasse o convite. Pense bem nisso. Eu não posso. Nem conheço sequer seus pais ela respondeu, constrangida. Eles não vão se incomodar. A casa é bem grande. Tenho certeza de que concordarão comigo. Que situação mais i****a. Você fala como se estivéssemos envolvidos em alguma trama criminosa. Talvez estejamos mesmo ele afirmou, sério. Robin refletiu por um instante. Eu vou poder chegar cedo à loja amanhã? À hora que você quiser. E eu a ajudarei a limpar esta bagunça. Ah, eu não estava falando sério. Você não precisa fazer nada disso. Eu faço questão. Adam levou Robin até a casa dela, que se localizava a apenas quatro quarteirões da loja. Pelo que entendi, há alguma festa na casa de seus pais hoje ela começou, hesitante. Acho que não é uma boa hora para eu aparecer lá assim... É o churrasco beneficente anual. E não há problema nenhum em você comparecer. Tem certeza? Sinto-me um pouco sem jeito. Espero que não seja um jantar formal. De jeito nenhum. A festa é em benefício de quê? Do museu de Arte Indígena aqui em Santa Fé. Minha mãe é uma pessoa muito ativa e gosta de participar dos empreendimentos locais. É um jantar elegante? Não, você está bem assim ele garantiu observando-a depois de estacionar o carro. Como eu já disse, não é nada formal. Você se importaria de me dar sua chave? Robin o fitou, assustada. Não está pensando que alguém pode ter entrado em minha casa também, não é? É uma possibilidade. Ele pegou a chave, saiu do carro e subiu o estreito lance de escadas. Robin o seguiu, relutante em acreditar no perigo em que poderia estar envolvida. Com cuidado, Adam experimentou a maçaneta. A porta estava trancada. Inseriu a chave na fechadura e abriu devagar, escutando, confiando em seus sentidos. Encontrou o interruptor e acendeu as luzes. Aliviado, percebeu que ninguém havia revirado a casa. Ah, ainda bem! ela exclamou, fazendo menção de entrar. Espere. Adam examinou a cozinha e o quarto antes de dar sinal verde a Robin. Vou trocar de roupa e colocar algumas coisas em uma sacola. Não demoro ela avisou. Sozinho na sala, Adam olhou em volta. Sua inata sensibilidade indígena começou a registrar impressões. Para ele, o ambiente em que uma pessoa vivia evidenciava o que ela era por dentro, suas ideias e heranças. Naquele aposento, havia o cheiro feminino de Robin, mas nada que lembrasse sua origem em Illinois. Todos os objetos eram novos, de estilo tradicional da região. Ela havia deixado o passado para trás, Adam pensou; aquele passado que, segundo ele presumira, devia guardar alguma dor. Porém, a sala era um lugar agradável, cheia de peças de bom gosto. Tapetes e cestos navahos, quadros de paisagens regionais feitos por índios hopis e pueblos, vasos de plantas bem cuidadas, posters da Ópera Santa Fé. A decoração era basicamente em bege, verde e tons pastel. Adam estranhou, porém, não ver nenhuma fotografia tirada por ela mesma. Era como se Robin tivesse sensibilidade pela terra e sua cultura, mas ainda não se sentisse parte integrante do cenário. Já estou quase pronta ela gritou do quarto. Se quiser, pegue algo para beber. Não, obrigado Adam respondeu, perturbado com a noção de que ela se encontrava atrás da porta, a poucos passos, trocando de roupa, penteando os cabelos. Mesmo de costas, Adam sentiu a presença dela na sala assim que Robin entrou. Era como se, de repente, ela houvesse trazido vida a um lugar inanimado. Virou-se para fitá-la. Robin estava linda, como um sol radiante; trazia consigo um frescor e uma vitalidade que iluminavam o ambiente. Bem, como estou? ela quis saber. Está ótima Adam respondeu, tentando não demonstrar nenhuma emoção. Ela havia prendido os cabelos com pentes, o que dava um efeito natural, mas elegante, feminino e sensual. Adam pegou a sacola que ela trazia e forçou-se a desviar a atenção. Aquela mulher era uma t*****a para seu autocontrole. Espere um segundo. Robin caminhou até a cozinha e começou a escrever alguma coisa em um bloco de anotações. Adam observou-lhe a figura esguia inclinada sobre a mesa. Ela vestia uma saia salmão que descia abaixo dos joelhos, um blazer da mesma cor, com mangas puxadas até o cotovelo, e uma blusa gelo de gola alta. Quando Robin endireitou o corpo, Adam não pôde deixar de notar que ela não usava s***ã sob o tecido macio. O que você acha? Robin perguntou, mostrando-lhe o bilhete. Não tenham o trabalho de demolir esta casa ele leu. Eu entendi bem a mensagem. Adam olhou para Robin e sorriu. Vai deixar isto na porta? Claro que sim. Não quero estragos aqui também, se sua teoria sobre os falsificadores estiver certa. Ela passou por Adam para pregar o bilhete, e seu perfume encheu o ar. Era como se o estivesse t********o de propósito. Vamos embora ele chamou, arrancando-se do encantamento. A viagem até a fazenda não foi longa. A propriedade localizava-se no final da Canyon Road, a poucos quilômetros do centro da cidade, cercada pelas colinas que subiam do rio Santa Fé. A fazenda é de nossa família há mais de três séculos ele explicou. Mas... os apaches tinham fazendas aqui nessa época? Na verdade, não. As terras eram, originalmente, possessões espanholas entregues a um ancestral meu. Isso é uma lenda de família, mas minha mãe afirma que o rei da Espanha as concedeu a um de seus filhos bastardos. Então você não é inteiramente apache. Sou uns noventa por cento índio. Minha trisavô Cassandra casou-se com um norte-americano rico depois que o pai dela morreu. Dessa forma, salvou a fazenda quando os Estados Unidos venceram a guerra contra o México. A maioria dos outros mexicanos perdeu tudo. Mas ele não. E como os apaches entraram na família? O marido de Cassandra morreu na Guerra Civil e ela casou-se novamente, com um apache. E o nome dele era Adam. Você recebeu o nome dele? Que emocionante! Minha mãe gostava da história. Os filhos de Adam herdaram a fazenda e, daí por diante, todos se casaram com apaches. É uma bela história mesmo. Eu sempre me pergunto quanto disso é verdade, embora o documento original de concessão das terras esteja arquivado na biblioteca histórica. É uma das poucas fazendas que sobreviveram às taxações e leis topográficas norte-americanas. Cassandra... uma mulher forte. Eu teria gostado dela. Acho que ela também teria gostado de você Adam comentou, sem pensar. Que linha hereditária interessante. Mas vai acabar tudo comigo, ele teve v*****e de acrescentar. À frente deles estendiam-se as colinas da fazenda, a Las Jaritas, que iluminava a paisagem noturna. À luz do luar, o gado pontilhava as encostas sobre o rio Santa Fé que, no fim do verão, não passava de um fio de água. Adam estacionou o carro e, segurando a sacola de Robin com uma das mãos e o braço dela com a outra, conduzi-a pelo pátio lotado até o local onde se encontrava sua mãe. Christina Farwalker era a perfeita combinação do ético e do chique: vestia uma saia ampla com um cinto artesanal e blusa bordada, e usava os cabelos cortados em um elegante estilo moderno. No momento em que viu o filho, pediu licença ao homem com quem conversava e veio a seu encontro. Adam teria de ser rápido com as explicações; sua mãe pensaria que Robin era uma namorada e não esconderia o entusiasmo. Abruptamente, ele soltou o braço de Robin. Oi, Adam Christina cumprimentou. Oi, mamãe. Esta é Robin Hayle. Ela é dona de um estúdio fotográfico em Santa Fé e, por causa de alguns acontecimentos imprevistos de hoje, eu a convidei para ficar na casa de hóspedes. Foi por isso que atrasei tanto. Nada r**m, espero. Robin, você é bem-vinda aqui. Ela olhava de Robin para Adam, visivelmente confusa. Robin acabou se envolvendo em uma ideia maluca que tive... Adam começou. Mas eu explico mais tarde. É um prazer estar aqui, sra. Farwalker Robin assegurou, cumprimentando a mãe de Adam e tomando o controle da conversa. Pode me chamar de Christina, por favor. Adam, leve Robin ao quarto e depois arrume alguma coisa para ela comer. Eu sei que pareço faminta Robin comentou, rindo. É meu estado natural. Mas Adam já me levou para jantar. Prometo que não contarei a ninguém Christina brincou, com ar de cumplicidade, e as duas já se sentiram amigas. De alguma forma, a ideia perturbava Adam. A fazenda estendia-se pela encosta da colina, com suas inúmeras dependências, todas térreas. Uma capela antiga conservava-se separada da estrutura principal. Nas proximidades, uma construção que já fora residência de empregados servia agora, totalmente reformada, como casa de hóspedes. Vou me perder para voltar à festa Robin brincou, enquanto Adam abria a porta. É só seguir o barulho. Estarei pronta em um segundo. Eu a encontro lá. Preciso conversar com uma pessoa. Você se importa? Claro que não. Mas ela parecia desapontada. Adam saiu e fechou a porta, sabendo que estava lhe fazendo um favor. Havia mesmo alguém com quem ele precisava conversar. Abriu caminhou entre a multidão e encontrou sua mãe outra vez. Precisava preveni-la antes que ela dissesse ou fizesse alguma coisa constrangedora para ele ou para Robin. Adam chamou Christina para um canto e explicou rapidamente a situação de Robin e como ele a havia envolvido naquele problema. E você acha mesmo que há uma quadrilha de falsificadores e que alguém entrou na loja de Robin para assustá-la? Christina indagou. Acho bastante provável, e quero ter certeza de que Robin está segura. Claro. Ela pode ficar aqui quanto tempo quiser. Mamãe, você entendeu que foi apenas pela p******o dela que eu a trouxe aqui, não é? Uma moça tão bonita. Você não acha? É, mas se ela fosse uma bruxa eu teria agido da mesma maneira Adam respondeu, impaciente. Adam, até que enfim você chegou soou a voz de seu pai. Mas perdeu o leilão. Adam teve um probleminha. Christina repetiu a história para o marido. Foi por isso que se atrasou. Mas você tem de conhecer Robin, a amiga dele. Ela é uma moça adorável, Ray. Ray Farwalker era um homem bastante alto, rosto anguloso, que vestia camisa em estilo western, botas, calça de brim e mantinha os longos cabelos grisalhos amarrados em um r**o-de-cavalo, à maneira tradicional. Quieto e trabalhador, tinha uma aura de paz em torno de si que sempre causara admiração a Adam. Vocês avisaram a polícia? ele indagou, sóbrio. Rod Cordova está cuidando do caso. Ótimo. E onde está essa sua garota? Ela não é minha garota Adam revidou, com impaciência. Eu apenas me sinto responsável depois do que aconteceu à loja dela. E tem razão Christina afirmou. Coitadinha. Por que não vai buscá-la, Adam? Seu pai gostaria de conhecê-la. Mamãe... Ela é uma hóspede em minha casa, Adam. Acho que lhe devemos algumas cortesias. Eu vou ter chances de conhecê-la mais tarde Ray contemporizou. Bem, vou voltar à festa Christina trocou um olhar significativo com o marido. Adam percebeu e não conteve a raiva. Ela o estava pressionando outra vez. Mamãe, não veja nisso mais do que existe realmente avisou novamente. Filho, sua mãe apenas... Mas Christina colocou a mão no braço do marido para silenciá-lo. Adam, você foi educado para permanecer em harmonia com a vida. Se a natureza lhe negou filhos, cabe a você encontrar o caminho para aceitar o fato, e não lutar contra, como o homem branco faz. Ela ficou na ponta dos pés e beijou o rosto do filho. Divirtam-se na festa, você e Robin. Pegou o braço de Ray e os dois desapareceram no meio da multidão barulhenta, enquanto Adam apenas observava, com o rosto destituído de expressão. Robin sentou-se na cama e apoiou o rosto nas mãos, avaliando a situação. Gostaria que Adam nunca houvesse parado diante de sua loja. Queria nunca tê-lo visto, ou falado com ele. Adam era alguém de quem ela poderia gostar muito, mas ele não parecia nem um pouco interessado. Olhou em volta, pensativa. O quarto era um exemplo do velho charme de Santa Fé que tanto a agradava. A mobília simples e escassa, impecavelmente limpa, tinha um jeitinho espanhol. Sobre a cama, havia um cobertor indígena preto e vermelho e, no chão, um tapete navaho. O banheiro era totalmente moderno. O quarto era uma trindade de culturas. Como Adam Farwalker. Ela não estava com a menor v*****e de ir à festa. Com um suspiro, levantou-se e foi até a janela. A música de violões erguia-se do pátio e flutuava por toda a fazenda. Havia vasos de flores em qualquer direção que olhasse. Junto à antiga capela, avistou um pequeno banco solitário encostado ao muro alto que protegia a propriedade de intrusos. De repente, sentiu-se perdida, deslocada. Saiu do quarto e caminhou até a capela, pensando na história de Cassandra. A mulher andara por aqueles mesmos caminhos, cheirava aquela exótica profusão de flores de fim de verão. O muro devia ser novo na época, e a capela mais bem conservada. Passos atrás de si fizeram-na virar-se. Era Adam. Você me assustou. Desculpe. Achei que você tinha mesmo se perdido. Estava bisbilhotando um pouco. Este lugar é tão antigo, tão fascinante. É maravilhoso que sua família ainda more aqui. Você é o filho mais velho? ela indagou, imaginando quem herdaria a fazenda. Sou. Tenho duas irmãs mais novas. Então serão seus filhos que levarão seu nome adiante e viverão aqui. Adam recostou-se à parede da velha capela e cruzou os braços. A sociedade apache é matriarcal, como eu já lhe disse. Minhas irmãs é que deveriam trazer seus maridos para morar aqui. Infelizmente, elas se modernizaram tanto que acharam melhor se mudar depois que casaram. Minha mãe não ficou nem um pouco satisfeita. Sabe, sua linha hereditária é algo que deveria ser preservado ela arriscou, tentando fazê-lo abrir-se mais. Será que ele não pensava em se casar? Adam, porém permaneceu quieto. Este lugar é lindo. Sinto até uma certa inveja. Imagino se você sabe avaliar o valor que tem uma família. Eu sei, Robin ele disse apenas, com um tom quase ríspido. Ficaram em silêncio, com a história a envolvê-los. No entanto, Robin sentia a distância que Adam parecia fazer questão de manter. Você deve estar com sede ele disse, por fim. Vamos até a festa? Vamos. Como poderia dizer-lhe que preferia ficar ali, no escuro, com ele? A festa estava animada no pátio iluminado. Robin deparou-se com uma saborosa mistura de rostos: elegantes descendentes de espanhóis cujas famílias viviam no Novo México há séculos; herdeiros de fortunas no Leste que tinham vindo para a feira indígena; colecionadores de arte; típicos moradores do Oeste, com pele bronzeada, botas e chapéu; índios que eram artistas locais ou amigos dos Farwalker. Adam foi buscar para Robin cerveja e um prato com frango, costelinhas de boi e salada. Vendo-a sozinha, Christina aproveitou a oportunidade para aproximar-se. Está gostando da festa, Robin? Muito, sra. Farwalker. Chame-me de Christina. Esta é a ocasião do ano de que eu mais gosto. É minha maneira de unir as comunidades indígena e branca. É muita generosidade sua. Meu marido desconta do imposto de renda Christina brincou, e ambas riram. Meu filho me contou sobre a fotografia e a sua loja. Que coisa mais h******l. Eu fiquei furiosa. Essas quadrilhas de falsificadores podem ser muito perigosas. Você precisa ter cuidado. Não sei o que passou pela cabeça do meu filho para arrastá-la até aquele povoado. Ele costuma ser tão equilibrado. Acho que eu devia ter consultado você primeiro, mamãe Adam disse, em tom de brincadeira, ao voltar com um prato para Robin e outro para si. Um casal de Nova York, donos de uma galeria de arte, entrou na conversa. Robin notou a desenvoltura com que Adam falava com eles. Como ele parecia adquirir mais vida quando discutia algo ligado a seu trabalho de preservar a História. Ele chegou até a rir uma vez. Por que não se soltava assim com ela? Mesmo assim, ele era o anfitrião perfeito, levando-a de g***o em g***o e apresentando-a a tantas pessoas que ela nunca conseguiria guardar todos os nomes. Julien Cordova conversava animadamente com um g***o de colecionadores e cumprimentou-a com efusão. Que bom vê-la aqui, Robin. A festa está ótima, não é? Eles continuaram caminhando pelo pátio, enquanto um jovem cantava músicas românticas em espanhol. Adam parou para conversar com dois artistas do Arizona, mas Robin nem ouvia o que diziam. Toda sua atenção estava no rosto de Adam, na energia de seus traços, nos lábios bem delineados. Adam percebeu que ela o observava e virou-se ligeiramente para outro lado, enquanto sua expressão animada fechava-se como se ele houvesse interrompido a passagem para sua alma. Talvez, Robin pensou, fosse o senso inato de privacidade com que os índios se protegiam de estranhos. Com o tempo ela poderia conhecê-lo melhor, compreender suas atitudes. Mas talvez estivesse apenas se enganando em r*****o a isso. Adam mostrava-se tão distante com ela, tão pouco interessado. À meia-noite os convidados começaram a ir embora. A música parou, empregados limparam as mesas, as luzes foram diminuídas. Robin estava cansada. Estivera conversando com Ray Farwalker sobre um retrato que tirara na reserva apache perto de Santa Fé, mas ele tivera de levantar para despedir-se de alguns convidados. Sozinha, ela sentia-se uma estranha no mundo de Adam. Sem jeito, procurou-o com o olhar. Ele despedia-se de Julien no outro lado do pátio. Parecia tranquilo e relaxado. Robin sentiu que poderia ficar olhando para ele a vida toda. Robin Christina a chamou. Pensei que já tivesse ido se deitar. Não, ainda não. Você deve estar exausta. Adam! ela chamou antes que Robin pudesse impedi-la. Você deixou nossa hóspede sozinha? Leve-a para o quarto, filho. Ela está muito cansada. Robin levantou-se, constrangida, e sentiu a mão de Adam segurar-lhe o braço. Não é preciso, eu posso ir sozinha ela garantiu. Deixe de bobagem. Mamãe tem razão. Robin deixou que ele a acompanhasse e ambos caminharam em silêncio. Ao passarem pelo banco ao lado da capela, Robin imaginou Cassandra sentada ali com seu amante apache, pressionada contra o peito dele, beijando-o com paixão. Sentiu-se fraca. Por que Adam não a abraçava assim? Por que não a beijava? Ele abriu a porta o afastou-se para que ela entrasse. Boa noite --- despediu-se, sem emoções. Robin sentiu-se envergonhada, consciente de quanto desejava um toque, uma palavra mais íntima, um olhar mais quente dele. Mas não iria conseguir. Não daquele homem. Adam parecia caminhar sozinho pela vida.
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