Episódio 4

2081 Words
Carlos Eduardo Sinto como se Julio pudesse tirar todo o peso que sinto com o trabalho em um passe de mágica, passar o dia ontem com o mesmo foi bom em outros níveis, o levei para ver o pôr do sol e quando lhe entreguei a rosa seus olhos lacrimejaram, ninguém nunca havia dado uma flor para uma pessoa tão linda como Julio. Pela primeira vez sinto a necessidade de sorrir quando estou com ele, é algo tão natural que simplesmente acontece, não é forçado como já aconteceu em algumas outras situações. — Carlos com licença — Escuto minha secretária Sana falar e em seguida entrar em minha sala. — Aconteceu algo, Sana? — Pergunto tirando minha atenção dos papéis que assinava para a olhar. — Não, só vim avisar que cancelei suas reuniões após o almoço como pediu — Diz me entregando minha agenda — Todas foram remarcadas como aconselhou — Fala por fim e eu olho para a agenda vendo as datas. — Ótimo trabalho, Sana — Digo e olho no relógio — Se quiser pode sair mais cedo para almoçar, as coisas estão tranquilas mesmo — Falo. — Obrigada chefe — Diz e se retira de minha sala. Vou acompanhar Julio até a agência de minha irmã, isso é algo que sempre acontece, mas eu nunca fui acompanhando ninguém sempre fui convidado pelo dono, mas desta vez é diferente. Me levanto após terminar tudo e saio de minha sala trancando em seguida, ando pelo corredor indo até o elevador, hoje vou almoçar na empresa mesmo não estou afim de sair e ir à um restaurante, desço até o refeitório e assim que entro alguns funcionários me olham meio espantados afinal não é sempre que venho aqui, na verdade é bem raramente. Pego minha comida e me sento iniciando a refeição, depois de alguns minutos percebo alguém se sentar a minha frente, olho para o lado e vejo um rapaz. — Boa tarde chefe como vai? — Pergunta e começou a ouvir alguns cochichos, olho para o rapaz e me afasto um pouco já que o mesmo estava muito perto. — Vou bem, deve ser novo aqui afinal todos conhecem a regra de não conversarem comigo quando estou em horário de almoço — Digo e ele me encara. — Sinto muito eu não sabia — Diz se levantando para sair — Desculpe senhor Cadu não foi minha intenção — Fala e eu vejo sua mão tremer levemente. — Está tudo bem, não tem culpa — O tranquilizo e o mesmo logo se retira indo se sentar em outro lugar. Sinto meu celular vibrar no bolso da calça, o pego e vejo ser uma mensagem de Julio, sorrio para o aparelho lendo o que me mandou e logo começo a respondê-lo PJM Agradeço realmente que tenha aceitado ir à agência hoje. [Visto 12:23] JJK Não precisa agradecer babe, vou busca-lo para irmos juntos me passe seu endereço por favor. [Visto 12:24] Depois que respondo logo recebo outra mensagem com seu endereço, tenho que passar meu número pessoal para Julio, conversar por aquele aplicativo é r**m já que não tem quase nada para se fazer. Termino de comer e saio do refeitório subindo para minha sala apenas para pegar a chave de meu carro, assim que pego tudo vou até a garagem e saio da empresa indo até o apartamento de Julio, ele me falou para esperar em baixo que logo descia e é isso que vou fazer. Quando chego paro o carro em frente ao prédio e desço para espera-lo ao lado de fora, alguns minutos depois a portaria se abre e um rapaz aparece e logo atrás Julio. — Até mais Tae — Diz para o rapaz e logo vem até mim, encaro o tal Tae, mas logo desvio dando atenção ao menor à minha frente — Carlos como vai? — Pergunta, mas eu demoro um pouco para responder, estou focado em ver o quanto Julio estava bonito. O menor trajava uma calça jeans preta que ficava colada em seu corpo e realçava suas coxas, e usava também uma blusa social branca com os dois primeiros botões abertos deixando amostra sua pele. — Vou bem — Respondo ainda o olhando — Está muito bonito babe — Digo abrindo a porta do carro para ele entre. — Digo o mesmo Cadu — Fala e entra no carro, sorrio o olhando e fecho sua porta e vou para o lado do motorista e dou partida para a agência de minha irmã. — Carlos já fez algo quando mais novo, tipo quando não estava lúcido? — Pergunta quando paramos em um sinal de trânsito, o olho e penso um pouco. — Um piercing na língua — Respondo — Tinha dezenove anos na época e fui em uma festa, e você? — Pergunto voltando a andar com o carro quando o sinal se abre. — Um piercing no umbigo — Responde e eu o olho surpreso, o olho e o vejo levantar sua blusa mostrando a joia perfeitamente colocada — Eu tenho amizades doidas — Diz abaixando a blusa e fica olhando para fora do carro. Estaciono o carro em frente à agência, observo em volta vendo bastante gente chegando se não me engano deve ser a turma de Julio, olho para o mesmo ao meu lado o vendo respirar fundo, seguro sua mão e ele me olha sorrio e assim saímos do carro. Julio tenta ficar um pouco afastado de mim, mas eu seguro sua mão o fazendo ficar mais perto, entramos e todos estavam reunidos na recepção esperando a autorização para iniciar a visita. Quando a recepcionista nota minha presença se levanta e vai até um homem que logo se aproxima, não quero deixar Julio desconfortável com tanta gente em cima. — Carlos Eduardo! — Fala alto fazendo todos os outros olharem em nossa direção, levo minha mão até a cintura de Julio indicando que ele estava comigo trazendo-o para mais perto. — Como vai? — Pergunto ao dono da agência. Ficamos conversando por alguns minutos até ele olhar para Julio e arregalar os olhos surpreso. — Oh meu deus! Este rapaz, que beleza incrível — Diz e segura a mão de Julio o fazendo se afastar de mim — Rapaz você tem um futuro promissor, quando se formar me procure irei fazê-lo um super modelo — Fala por fim entregando seu cartão para Julio, mas o mesmo não soltou de sua mão. Afasto os dois novamente e assim se inicia a visita, passamos pela sala onde ocorrem a sessão de fotos e o fotógrafo olhou para cada um quando falou que escolheria uma pessoa para fotografar, olhou para Julio que admirava a sala a sua volta. Vejo o cara se aproximar e chamar Julio para fazer algumas fotos, o menor me olha e logo segue o outro que fala algumas coisas e começa a tirar fotos. — Onde encontrou este rapaz Carlos? — Escuto me perguntarem e eu apenas sorrio observando Julio fazer as poses — Ele é belíssimo — Diz. — Sim, eu sei — Falo sem desviar em nenhum momento os olhos de Julio que sorria lindamente. Percebo uma garota encarar muito Julio, mas não era de uma maneira boa, quando as fotos são finalizadas o mesmo vinha em minha direção, mas aquela garota o para no meio do caminho, começo a andar na direção deles. — Você não é nada Park, para de querer toda à atenção para você — Ela fala. — Não tenho culpa se você não consegue as coisas Madelyn — Julio fala e eu vejo o exato momento que a garota avança com a mão para acertar o rosto do outro. Vou rápido e puxo Julio pelo braço e fico à sua frente, sinto meu rosto arder e o espanto dos outros presentes. — Carlos... — Ela fala, a encaro sério e não digo nada me viro para Julio verificando se ele estava bem. Sinto sua mão repousar em meu rosto no lado que levei o tapa, olho para ele que estava com a feição preocupada. — Por que entrou na frente? — Pergunta — Agora seu rosto está todo vermelho — Diz baixo. — É melhor que eu leve o tapa, eu seria um inútil por deixar que se machucasse — Digo o olhando e solto um sorriso mínimo. — Me desculpa... — Escuto a garota falar e me viro. — Enquanto eu estiver ao lado de Julio, não vou deixar que ele se machuque e pode esperar a visita de meus advogados — Digo a olhando. — Seguranças retirem esta garota daqui — Escuto a voz de minha irmã e logo ela aparece ao meu lado, os seguranças entram e saem arrastando a garota e sua mãe que era a professora, ela não parava de olhar para Julio também — Oi Somi — Digo olhando para a mais nova. — Bancando uma de herói seu doido — Fala e quando olha para Julio a mesma sorri. [...] Chegamos na parte onde tinha várias roupas a venda, esta agência faz parceria com diversas marcas e por isso eles acabam vendendo para arrecadar mais dinheiro para os desfiles, observo Julio olhando os casacos da Chanel e quando olha a etiqueta imediatamente coloca no lugar novamente, me aproximo e pego o casado que ele havia gostado. — Aqui vamos levar — Digo o olhando, o mesmo me encara por alguns segundos — Você não quer mais? Pode escolher outro, na verdade pode pegar o que quiser — Falo por fim. — Sério mesmo? — Pergunta e eu vejo seus olhos brilharem, lindo. — Super sério — Respondo e eu começo a ajudá-lo a escolher o que ele queria. Passar um tempo com Julio é bom, divertindo ele me faz esquecer tudo que já passei, pego outro casaco e o entrego para que o mesmo veja se fica bom, observo as roupas e pego dois conjuntos de camisas iguais. — Você usa essa e eu essa aqui — Digo o olhando. — Vamos parecer um casal — Diz e eu sorrio. — Por mim não tem problema que os outros pensem que somos um casal — Falo o vendo corar de imediato. Realmente não me importo com o que os outros dizem, não ligo pelo menos não mais, passei quase toda minha adolescência e início de vida adulta obedecendo meu pai e não me opondo a suas escolhas, ele escolhia meus relacionamentos meus amigos e com quem eu me comunicava, na minha cabeça era normal, mas quando ele veio falando que eu ia me casar eu percebi que não estava vivendo a vida que eu queria e sim a que meu pai queria ter vivido. Não eram as minhas escolhas, eu apenas estava como um fantoche que ele manipulava como quer, no meu aniversário de vinte e três anos eu dei um basta nisso, cancelei o maldito casamento e comecei a construir minha empresa com meu próprio esforço, fali financeiramente três vezes e na quarta tentativa com as escolhas certas consegui crescer. Soube um ano depois que minha mãe havia se separado, e desde então nunca mais ouvi falar e nem tive contato com meu pai, sinceramente foi um bom acontecimento em minha vida, sinto que se ele estivesse aqui tudo teria desandado ainda mais. — Julio eu queria levá-lo para conhecer minha casa, o que acha? — Pergunto e ele me olha. — Claro! Nada poderia acontecer certo? — Me pergunta e eu sorrio. — Lógico, nada vai acontecer — Digo o olhando, encaro sua boca por alguns segundo e sinto uma vontade imensa de beija-lo aqui mesmo, segurar sua cintura com mais força e sentir meus dedos em sua pele, apertar sua b***a que é tão convidativa ao toque, mas eu só faria isso se ele quisesse também. Olhar para o mais novo todo sorridente me faz feliz também, uma felicidade que há anos não presenciava, realmente eu era um homem solitário que não saia para nada, nenhuma pessoa me interessava então relacionamento era algo inexistente em minha vida. A primeira foi exatamente a sensação de conforto que ficou quando estou ao seu lado, sei que posso ser eu mesmo que o menor não irá julgar ou falar como eu devo me portar, e é isso que eu acho incrível na personalidade de Julio. Este rapaz me fará ver o mundo que antes era todo cinzento e sem graça de uma maneira diferente, Park Julio é o nome do meu mundo colorido. -----------------------------------------------------------------------
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