GIULIA NARRANDO:
Estranhei né? Meu pai evitava de colocar ele pra fazer qualquer coisa comigo. Minha mãe diz que é porque ele já fica na janela do meu quarto, então meu pai não quer dar espaço pra nada acontecer.
Até parece né? Eu tenho 15 anos e ele deve ter uns 22, tem cara de uns 22 pelo menos.
Giulia: Por que? aconteceu alguma coisa com o outro menino?
Pesadelo: Se tiver morrido tu não tem nada a ver com isso né? se liga e para de querer saber da vida dos outros.
Giulia: Senhor, que grosseria sem necessidade. - Falei olhando pra minha unha. - Só perguntei por perguntar.
Alice: Não fala assim com a minha filha não, viu? lindo! - Falou séria passando pelo meu pai e ele encarou ela e desceu o olhar pra b***a dela.
Giulia: Para de olhar assim pra minha mãe, que nojo!
Pesadelo: ih c*****o, tu quer que eu olhe pra quem se eu não posso olhar pra sua mãe?
Giulia: Pra ninguém. Tenta controlar os seus olhos pelo menos na nossa frente, é nojento.
Pesadelo: Tu é folgada viu? p***a! - Cruzou os braços e eu forcei um sorriso. - Não faz isso pra mim não. - Apontou pra minha boca e eu parei né.
Giulia: Cadê o menino, já chegou?
Pesadelo: Ele tá lá fora te esperando. Já te avisei né? - Reforçou e eu balancei a cabeça. - Vai com deus, eu te amo viu?
Giulia: Tá, eu também te amo muito. - Sorri e fui até a minha mãe pra dar um beijo na bochecha dela.
Sai de casa e já fui direto pro carro.
Giulia: Boa noite. - Falei me olhando no espelho do carro.
Ele só balançou a cabeça e eu fiquei quietinha o resto do caminho. Só mandava alguns áudios para os meus amigos.
Lucas: Voz chata do c*****o. - Falou assim que eu ouvi um áudio da Rebeca.
Muito a***o viu? Ele falou baixo, mas eu peguei esse dom do meu avô, escuto tudo.
Giulia: Vamos passar na minha amiga, ela vai com a gente, ok?
Lucas: Seu pai não me falou nada não.
Giulia: É porque ela pediu agora. Mas ele não liga não, vou avisar ele pra ele não ficar preocupado com a demora.
Lucas: Se for lá pro outro lado eu não vou não. - Falou sério e eu ergui a sobrancelha.
Se meu pai falar que ele vai, ele vai sim.
Giulia: Põe ai no waze pra eu colocar o endereço.
Lucas: No meu não dá, coloca no teu.
Porra, que saudades do outro menino viu?
Giulia: Você veio trabalhar sem o básico que seria um celular pra seguir o caminho?
Lucas: Seu pai ta acompanhando o nosso caminho pelo meu. Se eu ficar sem bateria ele mata eu e você junto.
Não entendi o porque meu pai ficava tão assim com ele. O outro rapaz não precisava de nada disso, e eu até trocava papo com ele as vezes.
Giulia: para ai um minuto pra eu passar pro banco da frente. - Falei e ele não respondeu. Então achei que ele não iria parar.
Me apoiei nos dois bancos e fui tentar passar pra frente. Bati a mão no peito dele e finalmente consegui sentar.
Lucas: Você é maluca? eu ia parar pra tu descer e sentar aqui. Quer chamar atenção da policia?
Giulia: Achei que você não fosse parar ué, por isso fiz assim e deu certo. - Sorri e ele negou.
GIULIA NARRANDO:
Lucas: Mas tira essa voz ai, não precisa dessa mulher falando. - silenciei e fui calada até chegar na casa da Rebeca.
Rebeca: Finalmente amiga, o outro motorista dirigia mais rápido né? - Falou entrando no carro e eu vi o Lucas rindo com o maior deboche.
Giulia: Cadê o Mateo? - Perguntei pra Rebeca e o Lucas já ia sair com o carro. - Espera que nosso amigo vai ir com a gente, rápido!
Lucas: Liga pro seu pai porque eu não quero problema. Se tu não falar com ele esse moleque não vai entrar no carro. - Falou baixo e olhando pra frente.
Rebeca: Nossa. - Debochou e eu peguei meu celular que estava na mão dele por causa do caminho e sai do carro enquanto discava o número do meu pai.
Desci do carro pra conseguir falar com ele sem eles falando no fundo e ele desceu junto. Ficou parado na frente da porta dele, mas virado olhando pra minha cara.
Meu deus, quanto a***o de uma pessoa só. Revirei os olhos olhando pra ele e a única coisa que mudou é que ele cruzou os braços.
Pesadelo: Onde tu tá? porque a p***a desse carro tá parado em uma rua nada a ver? - Falou assim que atendeu e eu suspirei.
Giulia: Eu pedi pro menino mudar um pouco a rota pra buscar uma amiga minha. Acontece que um amigo nosso pediu pra eu dar uma carona e ele falou que o menino só iria entrar no carro quando eu falasse com o senhor.
Pesadelo: E tu tá falando nesse tom por que? ele tá certo ué, tá maluca? Meu carro não é pra ficar entrando homem não, e eu já tive sua idade e sei como é as amizades agora. Manda teu amigo pedir um táxi!
Giulia: Pai! Ele é gay, para com isso. - Falei e era verdade mesmo.
O Mateo gosta mais de homem do que eu e a Rebeca juntas.
Giulia: Eu não ia pedir isso pro senhor se ele não fosse. Fala com o seu funcionário e manda ele deixar o menino entrar no carro.
Pesadelo: Passa o telefone pra ele. - Falou sério e eu sorri feliz.
Entreguei o celular pro Lucas com a maior cara de sonsa.
Lucas: Beleza, pode deixar. É isso patrão, deixa comigo! - Me devolveu meu celular. - Ele deixou, mas seu pai não é bobo e não engoliu essa história de amigo v***o não.
Giulia: Eu falo pra ele dar um beijo na sua boca pra você ter certeza e falar pro meu pai. - Falei e entrei no carro.
Rebeca: Olha o Mateo lá, ele estava falando com a minha mãe. - Apontou pro portão e eu sorri pro Mateo.
Mateo: Oi. - Falou todo sério com o Lucas e quando sorriu pra mim eu gargalhei porque aquele sorriso era inconfundível. - Oi gataaaaaaa. Você tá linda, amiga - beijou minha bochecha e entrou no banco traseiro.
Mateo: E você, qual seu nome? - Perguntou com a cabeça no meio dos bancos e olhando pro Lucas. ~
Lucas: Por que? - Perguntou sério e eu queria rir né? - É Lucas.
Mateo: Você vai ser o novo motorista da minha amiga? Te adorei!
Lucas: Não sei não, pô. Tu pode sentar direito ai? ninguém dirige com alguém quase grudado no pescoço. - Falou sério e nossa, ele fica lindo olhando assim de lado.