THAUANE NARRANDO
Morar aqui em Pernambuco tem suas vantagens, principalmente morar em cidade pequena como a que moro, todos conhecem uns aos outros, o que é bom e também se torna r**m, o motivo de ser r**m, é porque não podemos fazer nada que tudo já vira fofoca, para eles tudo se você ir na esquina e conversar com um conhecido, eles já coloca seu nome na rua, já fala que está de chamego com os outros, se você fala com um homem casado, só um 'oi' você já é p**a e está pegando o homem casado. Mas sempre tem dessas né, acho que por ser cidade pequena tem muito mais que em cidade grande. Mas o que eu sempre soube na minha vida é que a mulher que me criou não é minha mãe, esse povo vizinho aqui sempre falaram que ela nunca na vida casou, mas eu fui rejeitada pela minha mãe biológica, que eu não era digna de nada, mas isso nunca me incomodou isso que é a verdade, o que me importa é o amor da minha mãe, mesmo ela não sendo, eu jamais rejeitei ela e ela nunca me rejeitou, o que é maravilhoso na nossa vida.
Sempre fomos boas amigas, e nunca mudou, e eu sou grata a Deus, por isso ter me acontecido. Talvez a mulher que me colocou no mundo não fosse boa para mim, talvez ela fizesse algo grave comigo. E Deus quis me livrar disso, mas o que eu sou mais grata a minha mãe é o modo como ela me criou, ela me manteve longe de tantas coisas e de maus falatórios, sempre fui de ficar dentro da minha casa, minha mãe me ensinou o básico o que é que um homem quer conosco, ela sempre me disse para que eu ficasse longe de todos e assim eu me mantive bem longe de todos, sempre fui a menina mais inteligente da minha sala de aula, eu conseguir terminar o ensino médio a tempo, até porque cá estou eu arrumando as malas para ir morar no Rio de Janeiro, as coisas acabaram apertando para nós duas, ficou um pouco difícil e minha mãe acha melhor voltamos para a cidade dela, e lá vamos morar em um morro chamado Rocinha, minha mãe tem uma irmã lá, e ela tem as filhas dela, a Fabíola e a Janaína, eu nunca tive muito contato com elas não, mas eu sei que minha mãe disse que não é bom a gente está próximo delas, porque elas ficam se envolvendo com os bandidos da comunidade, e eu sempre acho bom evitar. Afinal eu não quero ser m*l falada, nem aqui e muito menos nesse lugar grande.
Mãe: Minha menina, em que tanto pensa? - pergunta sorrindo.
Thauane: Ah mainha eu estou pensando em tudo que já vi e ouvir aqui, e agora vamos ir para tão longe, acho que vou sentir saudades. - digo sorrindo fraco.
Mãe: Minha menina, não fique assim, lá seremos mais felizes, acredite. - diz tocando meu rosto.
Thauane: Tomara mainha, não quero ter que passar por coisas ruins. - digo e ela sorrir amigável.
Mãe: Não se preocupe filha, iremos nos manter longe como sempre fizemos aqui. - ela sorrir e me ajuda a finalizar as malas. - Amanhã cedo, iremos para o Recife, e lá pegaremos o avião e assim vamos direto para o Rio de Janeiro. - ela diz sorrindo.
Thauane: Estou animada, eu sempre quis conhecer cidade grande, mais tenho tanto medo mainha. - digo e ela me olha e acaricia meu rosto.
Mãe: Não tenha meu amor. - ela fala meiga, e sai para ir para seu quarto, então eu vou até o banheiro, tomo um banho e faço minha higiene, após acabar, eu volto para meu quarto, visto uma roupa confortável para dormir, e assim que me visto me deito na minha cama, e fico olhando para a pequena janela que tem no meu quarto. Acabo pegando no sono.
Me acordei no dia seguinte, com o cantar do g**o, iríamos pegar a estrada para Recife de ónibus, e para chegar na rodoviária ainda teríamos que pegar um Uber para o aeroporto, então assim que me levantei, fui fazer as minhas higiene e por fim sair do banheiro e peguei minha roupa que eu tinha separado na noite passada, antes eu passei meu hidratante no corpo de cheiro de ameixa, quando já estava cheirosa, vestir minha roupa, guardei tudo que tinha para guardar, e minha mãe apareceu ali na porta do meu quarto, ela me chamou e disse que o táxi estava nos esperando, então peguei minha mala, e sair do meu quarto, mas antes de sair olhei tudo, e meus olhos marejou, eu estava com o coração apertado por tudo que estava me acontecendo, eu vivi tantas coisas nessa casa, e agora estava deixando tudo para trás. Então assim que chegamos na porta o taxista nos ajudou com as malas e nos levou para a rodoviária para em fim pegamos o ónibus. Não foi muito longe, afinal a gente morava só 15 minutos distante da rodoviária. Quando chegamos lá descemos e já fomos direto para o ónibus, assim que entramos ele nem demorou muito, ele já deu partida para Recife, onde minha nova vida estava prestes a mudar, e eu apenas estava feliz e ao mesmo tempo estava com o coração apertado.
O Pernambuco é muito lindo, e um lugar maravilhoso para morar, mas as nossas circunstâncias não nos permitiram viver por muito mais anos aqui, passamos 2 horas e meia dentro do ónibus para chegamos ao nosso destino, para em fim pegamos o Uber e irmos para o destino final, o aeroporto, onde lá iria se iniciar uma nova jornada, então assim que chegamos, fomos direto para o ponto dos Uber, pegamos um e pedimos para nós deixar no aeroporto, e assim ele fez, nós levou direto para lá. Assim que chegamos no mesmo o nosso voo já estava sendo chamado, então não rapidamente corremos para o check-in e quando fizemos, fomos para a área de embarque, então deixamos nossa mala para que pudessem colocá-las no avião, e entramos, fomos para nossa cadeira, e aguardamos um pouco, o que não foi nada demorado, logo o avião decolou, eu estava nervosa, afinal nunca tinha voado em um avião. Passamos em média de 3 horas e meia no avião até que chegamos no aeroporto do Rio de Janeiro, quando a gente pousou esperamos todos sair e saímos em seguida, fomos para a área de desembarque, pegamos nossa mala e lá estava a tia Marliette, mas a mamãe chama ela de Marli e eu chamo ela de tia Marli, assim que ela me viu correu e me abraçou, ela disse que não achava que chegaria a me conhecer pessoalmente, mas agora tem a prova que Deus trabalha em toda a nossa vida. Conversamos um pouco e fomos para o morro da Rocinha.