Um começo de uma era.

1036 Words
— Você sabia disso, Glenna? — Cruzou os braços. Íago manteve a sua cabeça erguida, enquanto a minha, estava rebaixada. O meu coração, e minha respiração tinha ficado muito mais forte, do que antes. Estava uma confusão, na minha cabeça. Até que me vejo, correndo daquela mesa, indo para outro lugar, distante daquela situação toda. E o por que estou correndo? Eu também não sei. Só quero fugir! E de novo, encontro o mesmo banco, da praça, de frente a quadra em que os garotos jogavam Vôlei. Desta vez, lágrimas rolaram do meu rosto, e o meu coração queria pular para fora, depois dessa maratona. Me senti ofegante, até andar mais próxima à quadra. Íago deve-me achar uma louca, uma garota estranha. Adentrei na quadra, que até o momento estava aberta e vazia. Uma v*****e imensa de chorar bateu forte e por um segundo não pude prender as lágrimas. — Ei, por que está chorando? — Senti mãos geladas nos meus ombros. Um grande espanto fez-me com que gritasse, com medo de quem me tocava daquela forma. — Relaxa, sou eu, Íago. — Sorriu e aproximou-se. — Por que saiu correndo? Foi por causa do negócio do... — Ele estava desconfortável. — você sabe... — Coçou a nuca. — O negócio do namoro, do meu namoro. Eu senti você um pouco estranha. Meu pedido de Natal veio mais cedo este ano, só pode. O perfume dele entrando pelas minhas narinas, e os seus cachos perfeitos, parecia que alguém tinha desenhado este menino. — Desculpe, me sentir estranha hoje. — Mordi os lábios debaixo. — Deve estar-me achando uma tola agora. — Relaxa, é normal Glen, estar “sob pressão”. O que te fez ficar assim? — Foi direto. — Não estou sob pressão. Eu estou bem. Pelo menos eu acho. — Sussurrei, porém, ele tinha escutado. — Cheia de indecisões. — os seus passos ficaram mais próximos. — Você e eu somos muito parecidos. — Colocou as mãos nos bolsos. — Mas o porquê foi colocada sob pressão? Não consegue conversar com pessoas? Fazer amizades? — Ele parecia curioso, tentando decifrar o mistério de eu ter corrido em pleno jantar. Qualquer desculpa esfarrapada eu daria, Íago n******e descobrir que nutrir sentimentos por ele, todo esse tempo, só por uma bendita bola de vôlei, há uns seis anos. — Eu sou um pouco introvertida, acho que fiquei nervosa ao conhecer você. — era mentira, não fico nervosa para conhecer pessoas, fiquei nervosa por conhecer ele, é diferente. — Não tem amigos? Apenas a ex do meu primo? — Deu de costas, procurando algo naquela gigantesca quadra. — Sim, ela e a Carissa outra amiga minha. — Pode ter um novo amigo, agora. — Balançou os ombros, e apontou para si. Demorei segundos para entender o que ele queria dizer, até entender que ele estava sugerindo ser meu amigo. — Um amigo? — Ergo as sobrancelhas, ainda incrédula. — Sim... — Balançou a cabeça. — Ao menos que não queira. — Suspirou. — Haram, vai por bem, você não quer ser meu amigo. — olhei para o chão. — Eu quero. — E por quê? — Limpei os olhos, que lagrimejavam. — Por que alguém não iria querer ser seu amigo? Você parece-me ser uma garota legal. — Legal? Eu nunca saio de casa, vivo no meu mundo literário, final de semana eu não saio para beber como os seus amigos. E não sou popular como você. Ele riu, ele apenas riu. — O que te faz pensar isto? O que te faz pensar que eu ligo para isto? Quero ser seu amigo Glenna, mas só se quiser. Foi aí que o vento frio bateu nos meus cabelos, e o céu fechou-se, cairia uma grande tempestade se continuássemos ali. — Vem. — Íago puxou o meu braço, e o segui até uma arvorezinha, que ficava perto da quadra. — Toma o meu casaco. — Colocou nas minhas costas. — Não quero que fique doente no nosso primeiro dia de amizade. — Sorriu de canto, fazendo com que um risinho saísse de mim também. — Acho que a chuva vai cair a qualquer momento. — Olhou para o céu. Não custou muito tempo, o céu estava preto e a chuva tinha iniciado, Íago e eu estávamos próximos, muito próximos. — Gosta de chuva? — Reparo que os seus cachinhos estavam ficando molhados. — Não. — Encostei a minha cabeça na árvore, lembrando do que aconteceu, em alguns anos. — Hum! — Olhou para mim. — Por que você foi procurar-me ? — Não controlei o que disse, assim tampei a minha boca. — Desculpe, eu fui rude. — Não foi. — Negou. — Vim-te procurar porque... — Me achou louca? Se for isto eu — O atrapalhei. — Não, não foi isso. — Olhou para os pés, e logo depois olhou para mim. — Na verdade, foi isso sim. — Gargalhou. — Eu queria entender o que te levou a correr daquele jeito. — Tenho que te levar para casa, só que essa chuva não vai parar agora. — Vamos na chuva então. — Sugeri. — Não, isso não é bom. — Negou. — É sim, amigos se divertem. — Amigos aconselham e cuidam um do outro.— Debateu. Foi aí que vi um brilho nos olhos dele, um brilho que eu nunca tinha visto antes. Tive uma pequena impressão que aquele momento foi mágico, que tivemos uma troca de olhares que significou demais, nunca pensei que o garoto do vôlei estaria tão perto assim de mim. — Amigos são livres. Foi ali, foi ali que tudo começou... eu e Íago ficamos muito próximos, nos falamos todos os dias, eu confiava nele, só que o frio na barriga continuava ali, e parecia que a cada minuto esse sentimento aumentava, viramos psicólogos um do outro neste meio tempo. Carissa e eu não nos falamos, mais. Ela passou a evitar a mim e a Deena, depois que virei amiga de Íago. Como sempre, Íago não era o cara exibido, que pensava o meu cérebro, mas ele era doce como dizia o meu coração. Cada dia, percebo que estou mais apaixonada e não sei se esse amor é recíproco.
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