Visitante

1230 Words
O meu coração disparou, ou parou de bater, e eu procurei o ar. Não acreditaria que Íago estava ali, na minha casa! Isso não aconteceria nem nos meus maiores sonhos. Mas o que ele estava fazendo aqui? Como descobriu o meu endereço? Sei que não apareço na praça faz umas duas semanas, mas não foi bem uma opção minha. A minha mãe proibiu que eu saísse de casa esta semana, primeiro que esses dias teriam provas na escola e ela queria que eu me concentrasse, e a outra que ela ficou com medo de que algo me atropelasse. Será que ele estava ali por sentir a minha falta? O garoto da praça realmente iria notar-me? — O Íago? — Deena e Carissa disseram juntas. — É. — a minha mãe tentou puxar pela memória. — Acho que é este o nome dele. — Disse incerta. — Desce lá amiga, agora. — Deena empurrou-me para a porta. — NÃO, DEENA! Olhe a minha roupa. — Apontei para o meu moletom velho e perdendo a cor de tanto usá-lo, e a minha calça do pijama da noite anterior. — O que tem a sua roupa? — Conhecia aquela olhada de mamãe. Ela descobriu que queria impressionar Íago. E eu odeio quando ela descobre as coisas. Teve uma vez que gostei de um garoto quando tinha sete anos, ele era da minha sala de aula, minha mãe disse a mãe dele que eu gostava dele e foi o meu pior pesadelo, mamãe e a mãe dele viraram amigas e uma vez no mês sempre íamos jantar na casa do garoto, ou a sua família vinha para a minha casa. Quando eu completei nove anos, esse pesadelo acabou. O tal menino e a sua família viajaram para Ásia, e moram lá até hoje. — Nada mãe, não tem nada. — Falo tentando manter a calma e fazê-la desistir da ideia de que sabe alguma coisa. — Tem certeza que não tem nada, Glen? — Carissa sorriu, de um jeito astuto e ridículo. Como se quisesse abrir o bico e dizer a minha mãe o quanto eu sou apaixonada por Íago. — Solte o cabelo. — Deena puxou o coque que antes estava na minha cabeça. — Você está linda. — Apertou as minhas bochechas. — Eu não estou, essa roupa está ridícula. — Abaixei a minha cabeça, não queria que Iago me visse assim. — Olha, não dá tempo para você se arrumar, ele vai achar estranho pela sua demora. — Mamãe riu. — Dá próxima vez, mando ele deixar recado. — MÃE! — A repreendi. — Desça logo, não deixe o rapaz esperando. — a minha mãe puxou o meu braço e antes que eu pudesse pensar em algo, eu já estava no andar de baixo, Vendo o Íago, sentado no sofá, olhando para os quadros na sala. E foi aí que lembrei que os quadros tinha foto minha criança, uma pior do que a outra, as minhas bochechas já devem estar pegando fogo. No momento em que chegamos. Ele não notou a nossa presença, até mamãe tossir, bem ALTO, com sentido de que ele notasse que estávamos ali. Ele girou sua cabeça, e observou-me por uns leves cinco segundos, só que eu tenho certeza que o universo parou por horas. — Oi! — a sua voz ecoou na sala, e que VOZ! — Desculpa vir sem avisar. — Esfregou as mãos. — Eu soube que teve alta do hospital. Queria visitá-la, para saber seu estado de saúde, porém eu não tive tempo, com as provas do meu último ano, eu acabei-me concentrando demais e só tive tempo de vir aqui, agora. — Antes que eu pudesse falar algo, ele continuou falando. — Sabe, o meu primo, o Ian? A minha mente parou no mesmo instante. Iago era primo de Ian, o ex namorado de Deena? Que mundo pequeno é este! Eu estava suspirando pelo primo do ex namorado da minha amiga, esse tempo todo? E porquê Ian não disse isto desde do começo? Uma informação desta não deveria ter sido guardada tanto tempo. — Você e o Ian são primos? — Pergunto, e a minha boca transformou-se literalmente em um “O”. — Ian Reynolds? — Eu precisava confirmar. — Isso. — Sorriu, colocando as mãos dentro dos bolsos da calças. Fiquei parada, perplexa. — Quer um suco, rapaz? Água? — Mamãe intrometeu-se. — Não! — Íago respondeu de imediato. — Não quero atrapalhar, apenas vim saber se a sua filha estava bem. — Ele queria saber de mim? Isso é um sonho! Se eu estava vermelha, agora que eu devo estar como os enfeites da árvore de Natal da Deena, vermelho e chamando atenção. O bom é que não preciso usar Blush perto de Íago. — Então... Você está bem? — Eu imaginei falar milhares de frases legais, ou mandaria uma cantada romântica, só que para isso eu não tenho coragem. Acho que Íago pensara que eu sou muda, ou que sou alguém extremamente tímida por não conseguir falar com ele. Sei que ele estava impaciente, esperando a minha resposta. — Eu... — Digo baixinho. — Estou bem. — Olhei para o chão, não conseguia encara-lo. — O quê? — Ele queria que eu repetisse, queria que eu falasse de novo. — Eu estou bem. — Digo num tom mais alto, fingindo não perceber a minha mãe encarando Íago com Indiferença. — Isso é bom. — Sorriu.— — E o seu pai, garoto? — Mamãe aproximou-se de nós dois, ficando exatamente no meio. Íago não parecia muito empolgado para falar do seu pai, a expressão no seu rosto deixava nítido. — Ele pagou a sua multa, e viajou para uma reunião. — Íago parecia enfurecido. — Ele não aprende nada, ele deveria ter vindo aqui dizer algo, uma pena que o mesmo só olha para o seu próprio umbigo. Então, o relacionamento entre o seu pai e Íago, não era tão bom. Pareciam que eles não se batiam muito bem, pelo jeito que ele o mencionou. Será que o esnobe da história, é o pai de Íago? Não pensei muito nisso, quando vi a minha mãe se apoiando em dos ombros de Íago. — Querido, por que não janta com a gente? — Mamãe o convidou descaradamente. — MÃE! — Chamei a sua atenção. E tampei as minhas mãos na minha boca. — O que é? — Olhou para mim. — Amigo da minha filha, é meu amigo também. — a minha mãe, senhora Rally, piscou para Íago. ELA TINHA ACABADO DE PISCAR PARA ELE? EU ESTOU SURTANDO! Não deu tempo dele responder, ouvimos a porta abrir. Myra tinha acabado de entrar, com umas duas amigas. Assim que ela direcionou a sua vista a Íago, era perceptível o espanto no seu rosto. Ela parecia indecisa entre as emoções. — ÍAGO Reynolds? — Ela jogou o que tinha na mão, no chão. — ISSO É O QUÊ? UM Pesadelo? Não me diga que a Glenna está namorando com o garoto do vôlei! — Se aproximou de mamãe, enquanto as suas amigas pareciam chocadas também, elas deveriam estar impressionadas com a beleza de Íago. Eu poderia sumir, pegar o primeiro ônibus e fugir para a Alemanha, Essa era minha v*****e. Estava com vergonha extrema, eu já tinha passado vergonha demais e só fazem uns cinco minutos que Íago chegou aqui.
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