• Delía.

533 Words
— Vô, quem não ama ouvir a sua história de amor perfeita? — digo e o vejo fechar o jornal. — Só porque falar da Délia é um privilégio. - Riu. — Nós nos conhecemos pelos nossos amigos, Délia sempre foi uma mulher de extrema beleza, até eu me questionava se alguém como ela olharia para mim. — ouvimos a sua risadinha. — Não vou mentir, quando eu a conheci, cheguei a cogitar a ideia que a garota era chata e insuportável pelo seu jeito meio fechado..., mas ela era bonita, eu não poderia negar e eu só era um garoto que tinha chegado no Canadá, jovem a procura de emoção, amor e algo único... e tudo isto ela tinha. Não nos demos muito bem de primeira, ela também achava-me muito exibido... e eu nunca fui assim. — todos nós rimos, vovó estava certa por pensar nisso. — Um dia, fui para um lual com os meus amigos, mas eu não sabia que ela iria. Quando chegamos, Délia estava lá, ela tocava uma linda canção, sob a luz da lua, o seu cabelo ficava como sangue, o mar estava calmo, enquanto todos ouvimos a sua doce voz próximo à fogueira. - Santino olhou para a nossa lareira, parecia que as memórias refrescavam a sua mente. — Foi naquele dia, percebi que tinha me apaixonado... o modo como expressava tudo apenas com um violão na mão, como cantava e sentia, parecia que aquela noite nunca iria acabar… queria que tivesse durado para sempre, e durou. - eu poderia os vê-los através da minha imaginação. — As minhas mãos tremiam só em pensar na ideia de conversar com ela, tentar-me aproximar parecia um sacrifício. Até uma das suas amigas fazer uma grande festa, do tipo príncipe e princesa? - acho que ele queria dizer... festa de debutante, porém todos tinham entendido. — Avó de vocês adorava valsa, e eu odiava. - bufou. — Mas esse era o único método que eu poderia usar para se aproximar dela. Eu convidei-a, ela não recusou... eu também era muito lindo. - gargalhou mexendo no seu topete grisalho. — O seu vestido era rosa-claro, e os seus cabelos estavam soltos, o que não era novidade, pois ela vivia com eles assim, dizia que se sentia livre. O que me chamou atenção foi que a sua roupa, combinava com a minha gravata, talvez destino ou por pura coincidência. Depois desse dia, eu soube que tinha uma linha invisível que nos ligava um ao outro infinitamente... acho que essa linha se chama... amor. E a morte não faria está linha se romper tão fácil, prometi que a amaria até o dia que chegasse a minha vez de ir, e é o quero fazer. - uma lágrima escorreu dos olhinhos de vovô — Então crianças, quando tiverem prontos, ame e não tenham medo de dizer. - Santino abriu um meio sorriso para mim, eu tinha entendido o seu recado. — Quando se apaixonarem, façam de tudo para ser algo surpreendente, esplêndido e maravilhoso. Não sabemos quando tudo pode mudar. — virei-me para olhá-lo e Íago já me fitava, ele também sorriu sem mostrar os dentes, era como se pudéssemos conversar pelo olhar.
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