¡Quiero vivir este amor!

1607 Words
Alana       Ele nem consegue falar, somos interrompidos por risadas e gritos que vem do corredor, e reconheço muito bem, são meus amigos, eles entram no quarto e nos olham de um jeito bem acusador. Edu, como sempre, de uma forma nada discreta e sem nenhuma cautela com as palavras. — O que vocês estão fazendo aqui sozinhos? Já está querendo inaugurar o quarto, e com o Raúl? Edu e Babi expressam um sorrisinho cínico em suas faces, eu particularmente tenho vontade de matá-los. Enquanto isso, eu e Raúl ficamos extremamente sem graça com o que meu amigo falou, olho indignada e saio em nossa defesa. — Eduardo! Que brincadeira mais sem graça, faz tempo que a gente não se vê, e é assim que você me recepciona? — Ai, amiga... Eu só tava brincando, o Raúl sabe que é brincadeira, não é Raúl? — É... tudo bem! Alana, eu vou te deixar à vontade com seus amigos...  — Mas você tinha algo importante pra me dizer e... — Amanhã.... É... eu te ligo! Ele não fala mais nada, sorri, me abraça e sai. Fico sem entender, ele disse que tinha algo importante para me falar e vai embora desse jeito? Isso definitivamente me incomoda. Assim que ele sai, o Edu e a Babi me perguntam. — Gente, mas o que ele queria te dizer? Será que ele queria se declarar? — insinua Edu. — Com certeza ele queria se declarar pra você e ficou sem graça com o que o Edu falou! — Disse a Babi. — Ai, gente! Sabe que por um momento eu também achei que o Raúl estava flertando comigo... — Alana, ele não quer flertar, Raúl quer algo mais... Há muito tempo que eu digo isso, mesmo quando você estava no Brasil, o Raúl ligava pra mim ou pra Babi querendo saber de você, porque a senhorita não atendia telefone, não é? — ele diz, e eu apenas reviro os olhos por seu comentário. — Deixa Lana em paz, ela e os motivos dela para ir embora! — Babi sai em minha defesa. — Tudo bem, mas quando ele te chama de "MI CARIÑO", não sei você, mas se ele chegasse me chamando assim, eu teria um orgasmo fácil, fácil... — Que horror, Edu! Eu não consigo falar mais nada, caio na gargalhada, sou contagiada por Babi que estava completamente vermelha de tanto rir. Ele também cai na risada e vem em minha direção, me abraça, retribuo o abraço, e confesso que estava morrendo de saudades dele, ou melhor, dos dois. Babi se joga ao nosso redor e damos um grande abraço coletivo. Abraçamo-nos carinhosamente. Edu se solta do abraço, e fala uma de suas muitas piadinhas. — Ah, já está bom! Vocês estão querendo me converter, sabem muito bem que não gosto de mulheres… — proferiu e soltou uma gargalhada. [...]   Saio da banheira e envolvo meu corpo em um roupão, paro em frente ao espelho, e observo a minha imagem refletida ali. Olho cada detalhe de meu rosto, meus olhos pretos, minha sobrancelha grossa demais, e meu nariz arrebitado que compõem meu rosto, aparentemente cansado. Levo minha mão até meus longos cabelos, que estão presos, solto. Meus dedos passam livremente entre os fios, e minha mente me leva até Dani, sua namorada, e se há alguma possibilidade dele se interessar por mim, me enxergar, me achar atraente. Respiro fundo. Sinto-me derrotada. O que eu faço daqui para frente? Meus pensamentos divagam, e sou tirada desses devaneios ao ouvir alguém bater na porta. Abro, e me deparo com o dono de meus pensamentos, ele abre um grande sorriso para mim e me pergunta: — Posso entrar? — Claro. Ele entra no quarto, senta-se em minha cama, bate levemente em seu lado para que eu me sente. Faço o que pede, e em seguida me abraça de lado, beija minha cabeça. — Senti tanto a sua falta! — Eu também. — Gostou do seu quarto? Foi decorado pensando em você... — Só não entendi o porquê do branco... Referências ao Real Desportivo de Madrid?  — Sua engraçadinha, claro que não! — Tá certo! Eu queria te perguntar uma coisa... Você não acha que o Raúl está estranho? — Pergunto para ele no intuito de me dizer algo que tire da minha cabeça, aquele pensamento estranho. — Impressão sua, ele só está um pouco cansado, ele teve um dia de treinamento muito intenso, mas achei você estranha em relação à Isabella, parece que você não gostou muito dela! É claro que eu não gostei dela seu i*****l! Eu sou apaixonada por você, como posso estar feliz em te ver com outra garota que não seja eu? Essa seria a minha verdadeira resposta, mas como não tenha coragem para isso... — Eu nem a conheço direito para saber se eu gostei, ou não dela. Eu só estou cansada por conta da viagem, não consegui dormir durante o voo, e quando cheguei em casa achando que iria descansar, vocês prepararam uma festa pra mim, e você ainda quer que eu esteja bem humorada? Por favor, tenha paciência, Dani! Ele me olha, e se desculpa por não ter pensado que eu poderia estar cansada, em seguida sai do meu quarto. Assim que ele se vai, penso em tudo que está acontecendo, e como devo agir daqui para frente, pois, tenho a certeza de que não posso continuar assim, mas como posso me declarar para ele, se está namorando, e apaixonado por outra?  Raúl      — Eu não entendo porque você não disse nada, se estava tão decidido ontem à tarde, saiu daqui dizendo que falaria com ela e... — Eu sei Tomás, mas na hora que tive coragem de falar com Alana, os amigos dela invadiram o quarto de vez, o que eu poderia fazer naquele momento? — corro na esteira enquanto converso com Tomás sobre a festa de boas vindas de Alana. A fala de meu amigo é totalmente compreensiva, pois, decidi, dias antes dela voltar à Madrid, que eu falaria. Estava disposto a expor o que sinto, já faz um tempo que esse sentimento ronda à minha mente, e meu coração, mas nunca tive coragem de assumir que estou apaixonado pela irmã do meu amigo. Antes de ela embarcar para o Brasil, estava disposto a confessar, mas não tive coragem suficiente para isso, e passei esses dois anos me dedicando a carreira, conheci algumas garotas, mas nunca tive relacionamento sério com ninguém, mas agora estou decidido, vou confessar e investir nesse sentimento, mesmo que o Dani não concorde, estou disposto a qualquer coisa por Alana. Estou tão distraído, pensando em tudo isso, que não presto muita atenção no que Tomás continua a falar, apenas me desligo de meus pensamentos quando ele se aproxima e estala os dedos diante de meus olhos. — Cara, você ainda está aqui? Estou falando com você há alguns minutos, e você não me responde! — Desculpa! Eu estava longe... — Nossa, se você não falasse, eu nem teria percebido! — Deixa de bobagem, Tomás! — O auxiliar do treinador veio aqui pra dizer que o treino no campo, é só depois do almoço... — Depois do almoço? — pergunto e desligo a esteira. — Ele não cansa, o treino ontem foi desgastante, ele disse que hoje seria na academia! — Tá achando r**m, zagueiro? Olho na direção da voz que tem um tom de perversão na pergunta, que não me agrada. Vem do meu lado esquerdo, observo aquele sorriso debochado, junto com seu olhar de análise para mim, é Pedro, um dos zagueiros que está na reserva. Antes de me contratarem, ele era titular, não vinha rendendo o que se esperava. Quando cheguei aqui trabalhei muito, e consegui ficar com sua vaga no time, ele passou a ser meu reserva. Isso o incomoda demais. — Não, Pedro! Por que acharia? — Respondo e sigo na direção da porta, que ficava junto aos demais equipamentos de treino. — Você deve estar cansado, afinal de contas, a irmã do seu amiguinho atacante deve ter te dado uma canseira, não é mesmo? — Do que é que você tá falando? — Alana, é o nome dela, não é? — Escuta uma coisa, eu não devo satisfação da minha vida pra você, acho melhor você parar de falar o que você não sabe... — Digo e me viro para seguir meu caminho junto com Tomás. — Sabe Raúl, eu andei olhando algumas fotos, ela é muito gostosa, resta saber se depois de um dia treino, você consegue dar conta de uma... Eu não o deixei concluir, parto em sua direção para socar a sua cara escrota, mas Tomás segura-me. O miserável passa por mim, me olhando com aquele sorriso cínico estampado no rosto, meu amigo continua me segurando. — Raúl, se controla! Não vale a pena brigar com ele, está com raiva porque perdeu a titularidade para você... Tomás tem razão. Não adianta brigar, ele só quer motivos para que eu volte à reserva, embora, Pedro não rendesse nada, mas para meu treinador, o time deveria estar em paz, e se eu começar a revidar suas provocações, estarei trazendo discórdia e problemas de relacionamento para o nosso cotidiano. Então, ficaria fora do time, e não poderei pensar nessa possibilidade, é ano de Mundial de Seleções, preciso mostrar meu futebol, ser convocado é o meu maior sonho. Entretanto, algo começa a tirar minha paz, não é o Pedro. Alana com seu sorriso meigo, seu olhar penetrante, suas belas curvas, e tudo isso tira minha concentração, não posso continuar assim, antes que eu enlouqueça, preciso me declarar, pois, se for possível, eu quero viver esse amor!       
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