Havia acordado um pouco envergonhada com a situação de ontem, pois ver o meu irmão bêbado e vomitando em mim, foi um pouco constrangedor.
Levantei-me da cama e caminhei até o guarda-roupa, pegando um trage de roupas sociais e uma toalha, e segui para o chuveiro. Assim que terminei o banho, saí do mesmo e direcionei-me para o quarto do meu irmão. Abri a porta e acendi a luz, em seguida, sentando ao seu lado na cama.
— Apague a luz, minha cabeça está explodindo! — pediu Eli com os seus olhos ainda fechados.
— Por que saiu ontem? Nós já havíamos conversamos sobre você parar de beber! Por que não parou?
— Me desculpa Louise, mas ontem eu estava m*l, então decidi sair para me distrair, mas ao invés de distrair a minha mente com outras coisas, eu acabei bebendo.
— Você me fez passar constrangimento na frente do meu chefe, sabe de como estou me sentindo agora? Estou péssima por ter visto você bêbado outra vez e péssima por não saber o que Leon irá pensar de mim, de nós!
— Eu sinto muito mesmo Louise, se eu pudesse voltar no tempo, eu jamais teria feito aquilo.
— Está tudo bem, sei que não foi sua intenção. O remédio está na cômoda, vou ir trabalhar.
— Tudo bem, obrigada!
Assim que apaguei a luz e fechei a porta, Eli voltou a deitar. Saí de seu quarto e segui para cozinha, peguei minha bolsa e uma fruta e saí do apartamento. Desci as escadas e me retirei do prédio, caminhando até a empresa e comendo a fruta que havia pego.
Ao chegar na empresa, entrei e segui para o elevador, entrando no mesmo e subindo até o meu escritório. Assim que cheguei, coloquei as minhas coisas na mesa e comecei os meus deveres.
Algum tempo depois, Leon entrou e me chamou, pedindo para que eu fosse até sua sala. Levantei-me um pouco nervosa e segui até seu escritório.
— Entre e feche a porta!
Fechei a porta e segui para poltrona, sentando-me em seguida.
— Quero conversar sobre o sábado.
— Sr.Hermam, eu sinto muito mesmo, eu... — antes que eu pudesse terminar a minha frase, Leon me interrompeu.
— Por favor, já lhe disse para me chamar pelo nome! E não, eu não vim falar sobre o que aconteceu com seu irmão, mas sobre algo que ele havia me contado.
O olhei intrigada, engolindo em seco, pois estava com medo de Eli ter contado algo sobre a nossa família.
— E o que ele lhe contou?
— Ele havia dito que gostava de beber, pois assim ele conseguia esquecer sobre o fato da sua família ter o abandonado, mas vocês havia me contado uma outra história, que eles tinham falecido, o que mudou agora, Louise?
O olhei com os olhos marejados, engolindo em seco. Em seguida, abaixei a minha cabeça e deixei as minhas lágrimas caírem.
— É que... é que, quando nós éramos pequenos, meus pais eram viciados em bebidas e até mesmo em drogas, então o meu pai nos abandonou. Assim que eu completei treze anos e o meu irmão onze, a minha mãe também havia nos abandonado. Tentei ligar para algum parente, para nos ajudar, mas ninguém atendeu, então tivemos que viver sozinhos e aprender a se cuidar desde cedo, por isso que é mais fácil dizer que eles morreram.
— Eu sinto muito mesmo, eu não fazia ideia, me desculpa por ter tocado em assunto tão delicado.
— Está tudo bem — sequei as minhas lágrimas com as mangas da minha blusa.
— Desculpa a pergunta, mas você algumas vez, conseguiu reencontrar os seus pais?
— Só a minha mãe, mas estava morta. Ela estava caída em em um beco na Espanha.
— Sinto muito Louise, posso imaginar o trauma que vocês devem ter passado, mas também admiro muito você, o quão forte você deve ter sido e ainda está sendo.
— Obrigado!
— Enfim, pode voltar para o seu escritório, mais uma vez, mil perdões.
— Não há problemas.
Voltei para o meu escritório e sentei-me, mas assim que voltei a fazer as minhas coisas, comecei a chorar novamente.
Assim que deu o horário para o meu almoço, levantei-me e peguei a minha bolsa, caminhando até a porta, ao abri-la, Leon apareceu em minha frente.
— Leon... Posso ajudar-lhe em algo?
— Quero levar-te a um lugar — sorriu. — Vem.
Leon pegou na minha mão e saímos da empresa, caminhando até o carro dele.
— Para onde está me levando?
— Surpresa.
Assim que chegamos no local, descemos do carro e entramos em um lugar lindo, onde os meus olhos brilharam em admiração.
O lugar que Leon havia me levado, era um grande jardim, com vários tipos de flores diferentes e havia um lindo chafariz.
— Nossa! — sorri admirada. — Que lugar lindo!
— Este é o lugar que a minha avó trazia-me quando eu estava triste.
— Se isso era para me animar, então conseguiu.
— Sabia que iria gostar — disse ele sorrindo.
Leon e eu nos sentamos em um banco que havia por lá, e o mesmo me deu um lanche.
— Obrigado! — sorri pegando o pedaço do lanche.
— Está bom?
Acenei com a cabeça em afirmação, com a mão na minha boca, enquanto eu mastigava o lanche.
Ao terminarmos de comer os nossos lanches, levantamos do banco e retiramos-nos do jardim, voltando para o carro.
— Não esqueça que hoje acontecerá o jantar.
— Mas já?
— Não se preocupe Louise, tudo sairá bem.
— Assim espero.