Capítulo 04.

2181 Words
Havia acordado ansiosa, pois hoje era sábado, o dia em que aconteceria a "pequena" comemoração na empresa e o dia em que Leon passaria aqui para me buscar e me levar para comprar alguns vestidos. Levantei-me da cama sonolenta, calçando os meus chinelos, em seguida, caminhando até a cozinha. — Bom dia — sentei-me. — Bom dia, cansada ainda? — perguntou Eli. — Um pouco. Hoje era o dia para eu descansar, mas infelizmente Leon vem me buscar e depois teremos que ir para a empresa. — Veja pelo lado bom, ainda há domingo. — Claro... — O que terá na empresa? — Uma pequena comemoração e não faço ideia do que seja. — Boa sorte. — Obrigado! — sorri levemente, dando uma mordida em minha torrada. Ao terminar de comer, voltei para o meu quarto e peguei um conjunto de roupas e uma toalha, caminhando para o chuveiro. Assim que terminei de banhar-me, me vesti e calcei uma sapatilha de bico fino. Ao sair do banheiro, recebi uma mensagem de Leon, o mesmo dizia para eu descer, porque ele já estava esperando-me no carro. Peguei minha bolsa e despedi-me de Eli, descendo as escadas e retirando-me do prédio. — Bom dia — Leon cumprimentou-me, abrindo a porta do passageiro. — Obrigado! — sorri e entrei no carro. — Como amanheceu hoje? Pronta para virar uma atriz boa na frente da minha família? — perguntou ele no volante. — Sim e não, eu não estou preparada para mentir! Estou com medo de odiarem-me depois, quando descobrirem a verdade. — Eles não vão descobrir, a não ser, que você abra a boca e conte a nossa "mentira". — Não vou fazer isso, não sou linguaruda! — Assim espero! Seria uma pena eu perder a empresa e você o emprego. Ao chegarmos na loja, descemos e entramos. A loja que havíamos entrado era grande, tinha uma decoração impecável e tudo alí aparentava ser extremamente caro. Isso me fez sentir um pouco "pobre", por assim dizer. Leon e eu aproximamos de uma arará de roupa e o Sr.Hermam passou os olhos entre as vestis penduradas nos cabides, tentando achar alguns vestidos descentes. — Nossa, como as coisas são caras aqui — falei. — Relaxe, para mim não é problema... E aqui está! — disse Leon, pegando dois vestidos. — Experimente esses dois. — Tem certeza? — Claro! Você ficará linda com eles. — Tudo bem — sorri tímida. Peguei os vestidos e segui para os provadores, logo atrás de mim, Leon vinha vindo com mais um vestido. Enquanto eu provava os vestidos, Leon me aguardava do lado de fora, sentado em um banco. Assim que terminei de vestir o primeiro vestido, saí do provador e fiquei de frente para Leon, para que o mesmo analisasse se eu estava bem. O primeiro vestido era um longo, preto com alças delicadas, decote em V deixando meus s***s a mostra, e dois cortes longos, deixando minhas pernas expostas até a altura do quadril. Leon olhou-me surpreso e, ao mesmo tempo, admirado, fazendo com que eu ficasse ainda mais envergonhada. — Então, o que achou — perguntei tímida. — Você está linda! O vestido a deixou belíssima — sorriu ele. — Obrigado! — sorri. — Tudo bem, agora prove o outro. Entrei novamente no provador, vestindo-me e logo em seguida saindo. O segundo vestido era de cetim vermelho, o mesmo não possuía alças, havia um decote em V, justo na cintura, ficando solto do quadril até os joelhos e a direita havia um corte longo, deixando minha perna exposta até a altura do quadril. — Esse está ainda mais magnífico! Leon olhou-me admirado, com os seus olhos percorrendo por todo o meu corpo, deixando-me desconfortável. — Enfim, vou me trocar. — Claro. Assim que havia terminado de provar todos os três vestidos, me troquei, retirando-me em seguida do provador, caminhando até o caixa com Leon. Assim que saímos da loja, entramos no carro e seguimos em direção ao meu apartamento. — Você ficará linda com esses vestidos. — É o que eu espero. — Venho buscar você às oito horas, esteja pronta! — Vou estar. Assim que voltei para o prédio, despedi-me de Leon e saí do carro, entrando no apartamento. — Já voltou? — perguntou Eli deitado no sofá, assistindo televisão. — Pensei que demorariam mais. — Finalmente voltei! Seria torturante passar alguns minutos a mais com Leon — respondi colocando as sacolas em cima da cadeira. — Um homem bonito e você ainda acha torturante? Conheço amigas que iriam amar passar duas horas com ele. — Então chame elas por favor. — O que você tem aí? — indagou Eli vindo em minha direção. — Alguns vestidos que Leon comprou para mim. — Nossa, eles são maravilhosos! Deve ter sido caros. — E como foi. Me senti desconfortável em ter que aceitar os vestidos dele. — Você ficará linda com eles. — Obrigado! — sorri. — Enfim, vou deitar-me, quero descansar até às oito. — Tudo bem. Peguei as sacolas e segui para o quarto. Ao chegar no mesmo, coloquei os vestidos no armário e deitei-me, pois estava exausta de ontem e precisava descansar. Algum tempo mais tarde, recebi uma mensagem de Leon, dizendo para que eu já estivesse pronta. Olhei o horário e vi que já eram dezenove e trinta e cinco. Levantei-me apressada e direcionei-me ao chuveiro. Assim que terminei e saí do banheiro, peguei o vestido preto e o vesti, calçando um salto da mesma cor. Arrumei os meus cabelos, os deixando ondulados. Passei uma maquiagem leve e um batom. Ao terminar de arrumar-me, saí do quarto e segui para sala. — Está lindíssima! — Eli sorriu. — Obrigado, espero estar mesmo. — Pode acreditar, está linda! Assim o tal do Leon, se apaixonará fácil por você. — Cala boca! — ri levemente. — Enfim, já vou indo, até mais. — Até mais, se divirta. — Vou tentar. Desci as escadas e caminhei até a porta, a abrindo e saindo do prédio. Leon olhou-me admirado, olhando-me de cima a baixo. — Você está linda. — Obrigado! Você também está. — Vamos? — Vamos. Entramos no carro e seguimos para a empresa. Assim que chegamos, entramos na mesma e caminhamos até uma mesa. — Boa noite — cumprimentou o pai de Leon. — Boa noite, pai — respondeu Leon. — Boa noite senhor — levantei-me e o cumprimentei. — Está elegante — disse o pai de Leon olhando-me. — Obrigado! — forcei um sorriso. — Licença — disse o senhor Hermam retirando-se. — Leon, que comemoração é essa? — Ah! É uma comemoração b***a que meu pai sempre faz quando a empresa completa os "anos" por ter sido aberta e por ter conquistado aquilo que alcançou. — Ah, sim! — respondi olhando ao redor. — E a sua mãe? — É aquela que está vindo em nossa direção. — Ai, nossa — falei nervosa. Assim que a mãe de Leon aproximou-se, a mesma cumprimentando Leon com um abraço e em seguida olhou-me. — Então essa é a sua nova namorada? — sorriu ela. — Olá — levantei-me novamente e a cumprimentei com um pequeno sorriso tímido. — Você é uma mulher muito bonita... — Louise, me chamo Louise. — Louise! Leon teve sorte. — Tudo bem mãe, já chega — sorriu Leon sem graça. — Fique à vontade. — Obrigada! — sorri. Assim que a Sra.Hermam se afastou, Leon e eu voltamos a nos sentar. — Sua mãe é muito gentil. — Ela tem o costume de ser, ao contrário do meu pai. Voltei a olhar ao redor da empresa, observando as pessoas. Todas elas pareciam ser de "alto nível", isso me fez sentir como um peixe fora do aquário. — Você tem apenas um irmão? — perguntou ele. — Sim, apenas um e você? — Tenho apenas um também, o "queridinho" do meu pai — respondeu Leon revirando os olhos. — Deve ser r**m ter um pai assim. — Você nem imagina. — Mas também deve ser bom ter um pai presente. — Acho que, isso também. Algum tempo depois, o pai de Leon, o John, subiu no palco e pegou o microfone, começando o seu discurso. — Obrigado a todos por terem vindo. Hoje é a noite de comemorarmos os quarenta anos dessa empresa! Ela alcançou tantos objetivos, mas também enfrentou muitos obstáculos no caminho, mas isso só a fez mais forte. Quero agradecer cada pessoa que sempre esteve aqui, do lado da nossa família, que sempre nos ajudou e nos apoiou, que esteve aqui desde o início dessa jornada e que até hoje está do nosso lado. Tenho orgulho de todos os funcionários que se dedicam, da minha esposa, que é uma mulher forte e empresária, que só aumentou mais o poder dessa empresa. Orgulho dos meus filhos e dos meus pais, que mais uma vez, me ajudou bastante. Ficarei eternamente grato a todos vocês — sorriu ele. Assim que John terminou seu discurso, as pessoas o aplaudiram. Em seguida, o mesmo desceu do palco e entrou em uma sala. Seu discurso foi comovente para algumas pessoas, mas para outras, foram apenas palavras falsas e hipócritas, como no caso de Leon, que o mesmo havia revirado os olhos e dado uma risada irônica. O John aparentava ser uma pessoa frustrada e amargurada com sua vida, mesmo tendo muita dinheiro. Parecia ser um homem que manipulava as outras pessoas para conseguir o que queria e isso era algo que parecia sempre funcionar. — Isso foi patético! — disse Leon irritado. Ignorei o que Leon havia falado e voltei a olhar para as pessoas. Não queria me intrometer na vida pessoal de Leon, mesmo que agora eu fosse jantar na casa dele, mas não queria misturar as coisas e muito menos opinar sobre a sua relação com seu pai. — Pode falar o que pensa também Louise, não vou ficar bravo com o que disser sobre o meu pai ou a minha família. — Prefiro não me intrometer. — Essa "festa" está entediante, quer ir para outro lugar? — Se quiser ir, eu irei concordar. — Ótimo! Então vamos. Leon pegou em minha mão e me puxou, levando-me para fora da empresa e caminhando ao meu lado pelas calçadas. — Onde estamos indo? — Lugar nenhum. Estamos apenas caminhando e tomando um pouco de ar. Leon e eu caminhávamos nas ruas de Londres. A noite estava gostava, mas também estava muito frio. Confesso que estava desconfortável estar com o meu próprio chefe, principalmente fingindo em ser sua "nova namorada", isso era uma das coisas mais estranhas e inesperadas que já havia me acontecido. Algum tempo depois, ouvi meu celular tocar. O peguei do bolso e atendi. — Alô? — Oi, você é alguma parente do Eli? — perguntou uma moça. — Sim, eu sou a irmã dele, aconteceu alguma coisa? — indaguei preocupada. — É que nós estamos em uma balada e o Eli bebeu muito, e não tem ninguém que possa levá-lo de volta para casa. Você poderia vir buscá-lo? — É claro, pode me passar o endereço? Assim que a moça me passou o endereço, desliguei a chamada e guardei meu celular. — O que houve? — É que meu irmão está em uma festa e está muito bêbado para voltar sozinho, então vou ter que ir buscá-lo. — Deixa que eu te levo. — Não precisa Leon, eu posso chamar um táxi. — Louise! Eu posso levá-la até lá e os levar para casa. — Tá, tudo bem. Voltamos para o estacionamento da empresa e entramos no carro de Leon, seguindo para o endereço marcado. Ao chegarmos, descemos e entramos na balada. Leon e eu começamos a procurar Eli pela festa, mas com toda aquela gente, ficou difícil de encontrá-lo. Algum tempo depois, conseguimos encontrar Eli, o mesmo estava sentado em um banco com a moça que havia me ligado. — Eli, o que você fez? Já falei para você parar de beber! — exclamei brava. — Beber é tão bom, isso me faz esquecer dos problemas — disse ele com sua fala arrastada. — Vem, vamos — tentei pegá-lo. Assim que peguei em seu braço, Eli abaixou sua cabeça e vomitou em meu casaco. — Ai não, que nojo! — Tudo bem, vá limpar seu casaco que eu fico com seu irmão. — Obrigado! Retirei-me do local que estávamos e caminhei até o banheiro. Abri a porta e entrei, andando até uma pia e a ligando, tentando limpar o casaco, que o mesmo estava por cima do vestido. P.O.V. Eli e Leon. — Quantas bebidas tomou? — perguntou Leon. — Não faço ideia! — Você bebi com frequência? — Eu gosto, assim faz eu me esquecer de que meus pais me abandonaram. — Abandonaram? Eles não haviam morrido? — Morrido? Não! — disse Eli agora triste, com a sua voz ainda arrastada. — Louise me contou que eles morreram. — Louise só mente! Leon o olhou confuso e ao mesmo tempo intrigado, querendo saber sobre o que de fato havia acontecido com os pais de Louise e de Eli.
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