— Finalmente! — disse Eli, assim que abri a porta do apartamento.
— Hoje foi cansativo — respondi jogando-me no sofá.
— E como foi? O seu chefe é bravo? — indagou ele curioso.
— Até que não, mas é intimidador. E o meu dia foi tranquilo e esgotante, e o seu, como foi?
— Foi tranquilo também, só tive que pegar algumas caixas pesadas. Alguém te fez alguma pergunta sobre a nossa família?
— Só o meu chefe, queria saber se os nossos pais vieram morar aqui também.
— E o que você respondeu? A verdade?
— Não! Como eu falaria a verdade? Seria h******l falar disso.
— Com certeza! Mas enfim, vou ir dormir porque amanhã eu acordo cedo.
— Boa noite — sorri levemente.
— Boa noite.
Havia acordado atrasada, pois o meu despertador não tocara. Levantei-me, tomando um banho rapidamente e andei até o meu armário, pegando um conjunto de roupas e as vestindo, em seguida colocando um salto.
Havia vestido uma calça social e um blazer, ambos pretos, por baixo uma blusa simples branca e um salto com a mesma cor da calça e do blazer.
Saí do quarto e caminhei em direção à cozinha. Ao chegar, peguei uma maçã da fruteira e a guardei na bolsa, saindo em seguida do apartamento.
Eli já não estava mais lá, pois o mesmo já havia ido para o seu trabalho.
Ao chegar na empresa, entrei na mesma, cumprimentando a moça da recepção, em seguida, andei até o elevador, subindo ao meu escritório.
Entrei e sentei-me na mesa, em seguida, coloquei o notebook em cima da mesma e o abri, começando a realizar os meus trabalhos.
Algum tempo depois, o Sr.Hermam entrou no escritório, aproximando-se da mesa.
— Bom dia Sr.Hermam, em que posso ajudar-lhe? — perguntei nervosa.
— Eu tenho uma reunião marcada às uma hora, quero que desmarque e coloque ela para amanhã.
— Tudo bem, vou fazer isso.
— E às duas, quero você em meu escritório!
— Claro.
— E por favor, peço que me chame pelo nome, Leon.
— Tudo bem.
Assim que o Sr.Hermam se retirou do escritório, voltei a fazer as minhas coisas.
Estava intrigada para saber o que Leon queria comigo às duas horas, isso deixou-me um pouco ansiosa e nervosa.
Ao dar o horário que Leon havia pedido-me, levantei-me da cadeira e segui para o escritório do Hermam.
— Senhor? — perguntei ao abrir a porta.
— Entre — disse ele, ainda sentado.
— Como o senhor pediu, duas horas.
— Você é pontual. Gosto disso.
Sorri timidamente.
— Eu tenho uma hora marcada com meu pai, nós precisamos conversar sobre alguns temas e quero que você esteja comigo, para anotar algumas coisa, mas antes preciso passar em uma loja.
— Certo.
Ao sairmos da empresa, entramos no carro de Leon e o mesmo seguiu para uma loja de smoking. Assim que chegamos, descemos do automóvel e entramos.
A loja era grande, havia uma pequena recepção e algumas poltronas para as pessoas aguardarem.
Leon pegou alguns ternos para experimentar e em seguida, seguimos para os provadores. Assim que o Hermam entrou em um, sentei-me num puff e aguardei.
Algum tempo depois, Leon saiu do provador, com dois ternos ainda nos cabides, mostrando-me em suas mãos.
— Qual acha melhor, o preto ou o azul escuro Royal?
— Acho que o azul.
— Você acha?
— Eu tenho certeza.
— Obrigada!
Assim que Leon pagou seu smoking, saímos da loja e voltamos para o carro, seguindo para a empresa do seu pai. Ao chegarmos na mesma, descemos e entramos, seguindo para o elevador.
A empresa era imensa, a recepção era grande e tudo muito bem decorado, aparentando um lugar limpo.
Ao subirmos, Leon me mandou sentar em uma cadeira que havia fora da sala e logo em seguida o mesmo entrou.
P.O.V. Leon Hermam.
Assim que entrei na sala de reuniões, sentei-me de frente para o meu pai e dos lados estavam sentados alguns homens e algumas mulheres, que os mesmos trabalhavam com meu pai.
— Bom, já que todos estão aqui, podemos começar — disse o meu pai.
— Os números começaram a cair senhor, se não fizermos algo, eles irão cair mais — falou um homem.
— Vamos tentar fazer algumas melhoras — respondi.
— E vai mesmo? — perguntou meu pai.
— E por que eu não faria?
— Não sei, talvez por que os números estão caindo. Se você tivesse feito algo, eles não estariam assim.
— Eles são problema da sua empresa, eu apenas ajudo porque o senhor me pede, não é a minha obrigação! Eu deveria estar cuidando somente da minha!
— Como sempre, um ingrato! Deveria me agradecer pelo que eu lhe dei, uma empresa! Deveria me ajudar a manter as duas, não esqueça que a "sua" empresa ainda está no meu nome, então ela ainda é minha.
— Você me chamou aqui para conversar sobre os negócios ou jogar as coisas na minha cara?
— Talvez os dois. Seu irmão faria melhor.
— Então chame ele é coloque no meu lugar! Estamos aqui para falar sobre os gráficos e não sobre o meu irmãos. Por que não para com essa mania chata de colocá-lo em todas as conversas?
— Talvez para que você comece a rever e a fazer melhor as coisas. Seu irmãos tem uma empresa sempre organizada e seus números apenas aumentam. Ele já está casado, já tem uma família e nem isso você consegue!
— Então me chamou aqui para me humilhar na frente de todas essas pessoas?
— Estou apenas dizendo a realidade.
— Eu posso conseguir sim uma pessoa, assim como o meu irmão conseguiu! Eu posso até ter e você não saber — exclamei.
Riu ironicamente meu pai. — Como se alguém fosse querer você.
O olhei irritado, caminhando até a porta.
P.O.V. Louise.
Estava sentada no banco, esperando Leon sair. Algum tempo, Leon se retirou irritado da sala, caminhando rapidamente em minha direção. Em seguida, o mesmo pegou na minha mão e me puxou, voltando para a sala. Assim que nós entramos, Leon parou de frente para o seu pai, que o mesmo se mantinha sentado.
— Aqui viu. Essa é a minha namorada! — exclamou Leon.
O olhei surpresa e confusa, querendo saber o que estava acontecendo.