Acordei com o toque do despertador, olhei para o relógio ainda sonolenta, que o mesmo marcava sete da manhã. Levantei-me esfregando as mãos nos meus olhos e bocejando, calcei as minhas pantufas e segui em direção ao banheiro. Assim que saí do mesmo, direcionei-me ao guarda-roupa, pegando um traje de roupas sociais e as vestindo, logo depois, calçando os meus saltos.
Peguei a minha bolsa e segui em direção a cozinha, onde encontrei o meu irmão terminando o seu café.
— Bom dia! — cumprimentou ele, dando uma última mordida na sua torrada.
— Bom dia! Já está pronto? — perguntei pegando um pêssego da fruteira.
— É claro e você? Nervosa para o seu primeiro dia de trabalho?
— Demais! O meu coração está batendo tão forte que parece que vai sair pela boca
— Relaxa, tudo vai sair perfeitamente!
— Obrigado Eli — sorri levemente.
— Enfim, preciso ir, boa sorte no seu emprego, qualquer coisa mande-me uma mensagem.
— Tudo bem, até mais.
— Até.
Assim que Eli se retirou, peguei a minha bolsa e a arrumei, colocando alguns de meus pertences. Em seguida a fechei e peguei a minha cópia da chave, saindo do apartamento e descendo as escadas, caminhando até a empresa.
Hoje era o meu primeiro dia de trabalho em uma das maiores empresas de Londres, eu fui contratada para ser a nova secretária de um dos maiores CEO’s, eu estava muito nervosa, pois nunca havia sido secretária de ninguém antes e os meus dois primeiros empregos foram numa simples loja de calçados e roupas.
Ao chegar na empresa, respirei fundo tentando conter a ansiedade e logo em seguida entrei. Assim que entrei, comecei a observar o local melhor, e confesso que eu fiquei admirada pelo local. A recepção era grande, haviam janelas grandes de vidros que a iluminava. As suas paredes eram brancas e as suas decorações eram simplesmente extraordinárias.
— Olá — cumprimentei a atendente na recepção.
— Oi, eu sou a nova secretária.
— Loise, certo? — perguntou a moça
— Isso, sou eu — confirmei com um leve sorriso.
— Pode acompanhar-me — pediu se retirando atrás do balcão.
Assim que nós nos retiramos da recepção e subimos para o andar de cima, a moça conduziu-me à uma sala.
— Aqui está, o seu novo escritório — sorriu gentilmente.
— Muito obrigada por mostrar-me — sorri.
— Não precisa ficar nervosa, vai dar tudo certo! Primeiros dias são assim mesmo.
— Sim, estou um pouco nervosa, mas creio que logo passará.
— Qualquer coisa você pode me chamar.
— Claro, obrigada.
Assim que a moça retirou-se do escritório e fechou a porta, coloquei a minha bolsa na mesa, retirando alguns pertences dentro dela. Em seguida, peguei o notebook e o abri, ligando-o em seguida.
Algum tempo depois, o Sr.Hermam chamou-me para ir até o seu escritório. Levantei-me um pouco nervosa e caminhei até a sua sala. Ao chegar, bati na sua porta e a abri, entrando em seguida
— Senhorita Louise.
— Bom dia Sr.Hermam, posso-lhe ajudar em algo?
— Sente-se por gentileza — apontou a sua mão em direção a poltrona na sua frente.
— Claro — sorri nervosa.
Fechei a porta e segui em direção a poltrona, sentando-me em seguida.
— Chamei você aqui para conhecer-lhe um pouco melhor.
— Agradeço muito pela oportunidade.
— Então Louise, pelo o que eu vejo aqui, você tem apenas 22 anos... tão nova.
— Sim.
— Você só trabalhou em duas lojas, certo?
— Isso, apenas em duas.
— E você é daqui do Reino Unido mesmo?
— Na verdade eu sou da Espanha.
— É, eu percebi pelo seu sotaque. Está gostando daqui? De Londres?
— Estou, é um país e uma cidade muito bonita.
— Bom, se o meu funcionário contratou você, é porque deve ser boa no que faz. A moça do balcão, mostrou-lhe tudo certinho?
— Sim.
— Que bom... mas então é isso Louise, seja bem-vida — sorriu suavemente de lado.
— Obrigado — retribuí com outro sorriso.
— Já pode ir.
Levantei-me da poltrona e retirei-me de seu escritório, voltando novamente para o meu.
O Sr.Hermam era um homem muito bonito e elegante, ele tinha cabelos louros, olhos azuis-escuros e um corpo muito bonito. Seu sorriso era encantador e a sua aparência impecável. Ele era gentil, mas ao mesmo tempo autoritário.
Sentei-me na minha cadeira e comecei a fazer alguns relatórios para o Hermam, que o mesmo havia-me pedido por mensagem.
Algum tempo depois, olhei para o relógio e vi que havia dado o meu horário para o almoço. Arrumei a minha mesa, a deixando em ordem. Levantei-me e peguei a minha bolsa, saindo do escritório em seguida.
Assim que cheguei na parte de baixo, caminhei em direção a recepção, saindo da empresa e seguindo até uma lanchonete.
Sentei-me num banco no fundo do local, colocando o salgado em cima da mesa, que eu havia pegado, em seguida, ouvi o meu celular tocar, peguei e o atendi.
— Alô?
— E então, como está indo? — perguntou o Eli.
— Por enquanto está sendo tranquilo, e o seu?
— Está sendo tranquilo também — respondeu ele. — Fico feliz que os nossos horários para o almoço sejam os mesmos, é bom conversar com você nesse meio tempo.
— Eu também, sinto-me só por aqui — falei desanimada.
— Eu também, mas logo, logo, nós estaremos com várias amizades novas.
— Assim espero.
— Enfim, vou desligar agora, espero que continue tranquilo por aí.
— Tudo bem! Espero o mesmo para você.
Assim que finalizei a chamada, desliguei o meu celular e o guardei na minha bolsa, voltando a comer. Ao terminal, limpei a minha boca com o guardanapo e levantei-me, saindo da lanchonete e voltando para a empresa.
Assim que retornei para o meu escritório, sentei-me e voltei a fazer alguns relatórios.
Tempo depois, ouvi alguém bater na porta do escritório, em seguida vi o Sr.Hermam entrar.
— Oi Sr.Hermam, posso-lhe ajudar em algo? — perguntei nervosa.
— Só vim ver se está indo tudo bem por aqui.
— Está sim — sorri.
— Terminou os relatórios? — perguntou olhando-me fixo.
— Ainda não, mas estou quase terminando.
— Faltam quantos?
— Falta apenas um.
— Um? — perguntou surpreso, arqueando uma sobrancelha. — Rápida você.
— Costumo ser.
— Muito bem Loise! Vim-lhe comunicar que nesta sexta haverá uma pequena comemoração aqui na empresa e espero ver-lhe presente.
— Claro, estarei presente.
— E não se atrase! Começará às oito.
— Tudo bem, serei pontual — sorri.
— Assim espero!
Assim que o Sr.Hermam se retirou do escritório e fechou a porta, suspirei aliviada, voltando a concentrar-me no trabalho.
O Hermam era um homem que me deixava muito nervosa com a sua presença, pois, ele passava um ar autoritário, fazendo-me ficar desconfortável.
Ao dar o meu horário para ir embora, arrumei a mesa e recolhi os meus pertences, os guardando na minha bolsa. Levantei e me dirigi até o elevador.
Havia ficado até tarde no trabalho, pois o Hermam havia pedido para que eu ficasse fazendo mais alguns relatórios para ele, então eu acabei saindo às onze da noite.
Assim que entrei no elevador, em seguida o Sr.Hermam havia entrado, deixando-me novamente sem jeito.
— O que está achando da empresa? — perguntou ele, tentando deixar o clima menos tenso.
— Achei tranquilo — sorri levemente, olhando para baixo.
— A sua família mora na Espanha? Ou eles vieram com você?
— Viemos eu e o meu irmão.
— E os seus pais?
Assim que o Hermam perguntou dos meus pais, fez-me sentir m*l, eu não gostava de falar sobre o assunto, isso fazia-me muito m*l.
— Eles faleceram — respondi triste.
— Eu sinto muito.
— Tudo bem — sorri ainda tristonha.
Ao chegarmos no andar debaixo, saímos do elevador e seguimos para a porta.
— Vai a pé? — perguntou ele andando ao meu lado.
— Sim, mas não é tão distante.
— Certeza?
Acenei com a cabeça.
— Posso dar-lhe uma carona.
— Não precisa, obrigado! — sorri sem jeito.
— Não é bom uma moça andar na rua sozinha a essas horas.
— Eu vou ficar bem, não precisa se preocupar.
— Bem... eu sou o seu chefe, então eu faço questão em dar-lhe uma carona e espero que você obedeça à ordem do seu chefe!
— Ham... tudo bem.
Acompanhei o Sr.Hermam até seu carro, ele abriu a porta do passageiro para que eu pudesse entrar, em seguida, ele entrou no carro dirigindo até o meu prédio.
Ao longo do caminho nós fomos calados, Hermam tentava puxar alguns assuntos, mas eu o respondia de forma curta e tímida. Era desconfortável estar no carro do meu chefe, que eu havia acabado de conhecer.
— Enfim, chegamos — disse ele estacionando o carro.
— Sim, chegamos. Obrigado mais uma vez — sorri tímida.
— Que isso, não precisa agradecer — sorriu gentilmente.
— Enfim, até amanhã Sr.Hermam.
— Até Loise.
Assim que me despedi dele, desci do carro e em seguida entrei no apartamento.