Capítulo 26

2100 Words
Capítulo 26 – P.O.V - LILY  Imagina de aquele montão de evidências estava causando um nó do c*****o na minha cabeça, a louca entrou no ex apartamento da minha vizinha, roubou um livro velho e deixou na minha casa. Eu estava familiarizada com o m*l do mundo e com a quantidade de gente louca que rodeava pessoas normais, ou tão normais quanto o possível. Mas aquela situação se encaixava demais para ser só a coincidência da cabeça de uma pessoa maluca. - Me digam por favor, o que está acontecendo? - eu quase chorei, eu estava ali escondida do meu marido que a qualquer momento levantaria para me procurar, daria o que fazer para explicar para ele o que estava rolando ali, mas eu tratei de bolar uma boa história para usar como justificativa plausível para as coisas. - Lucio .. - disse Anne olhando para o irmão que permanecia parado, talvez tentando achar um modo de falar o que estava acontecendo sem me deixar mais apavorada do que eu já estava - fala alguma coisa... - ela disse com um olhar de peixe morto, talvez faltasse para ela as palavras também. - Por favor... - eu senti uma pontada bem forte na minha cabeça, caí no chão no mesmo momento... nunca havia sentido uma dor tão forte. Lucio se jogou no chão e logo me ajudou a me levantar do chão, enquanto Anne parecia saber exatamente do que se tratava. Toda a situação já estava absurda para mim, tudo o que se encaixava se desencaixava com a mesma velocidade absurda. - O que você está sentindo? - disse Anne se aproximando de mim, segurou o meu rosto e esboçou um - AH MEU DEUS... O que estava havendo? Me levantei como eu podia e corri até o espelho do corredor e quando me encarei lá estavam os meus olhos completamente pretos... eu tomei um susto que até caí para trás, gritei tão alto que era capaz de acordar toda a vizinhança. - O que houve? o que aconteceu com os meus olhos? Eu olhei em volta e os olhos de Lucio eram iguais aos meus, assim como os de Anne e do outro ser humano parado com a garrafa de uísque quase vazia em suas mãos. - Ela está vendo, não é? - disse ele calmamente - Vem o que? que p***a é essa? - eu gritei mais alto. - Dá pra você se acalmar Lily? - disse Lucio parecendo tão calmo enquanto os olhos brilhavam de tão pretos e assustadores, que tipo de magia n***a eles haviam colocado em mim? Arranquei de uma vez o colar que Anne me deu, jurando que ele o motivo do meu colapso, porque só isso poderia ser explicado. Era isso ou admitir que eu estava completamente louca! Comecei a dúvida do que eu via, do que eu sentia e do que eu ouvia... aposto que eu realmente era a pessoa mais louca do mundo. - Como eu vou ficar calma? Os meus... os meus olhos... Raios e trovões do lado de fora provavam exatamente o meu ponto, eu estava presa em uma realidade de filme de terror? Eu era o monstro do filme de terror que eu costumava adorar? Eu respirava cada vez mais rápido provocando a deficiência de oxigenação cerebral. O meu coração estava batendo muito rápido tentando suprir todas as coisas dentro de mim, o meu peito parecia querer explodir a qualquer momento e só faltava o que inevitavelmente aconteceria em alguns segundos se não fosse o amparo do Lucio... um desmaio sem aviso prévio no meio da sala deles. - Me dá o livro Catarina... - disse Anne com a maior calma do mundo enquanto Lucio segurava o meu rosto dizendo... - Respira direito Cat, vamos... comigo... respira devagar... - eu olhei nos olhos negros dele e fiquei um pouco mais a vontade ao me enxergar através deles... obedeci... e fui respirando cada vez mais dentro do quadrado que eu precisava - agora se acalma... tudo vai voltar logo ao normal... tá bom? - eu sentia a tensão no ar, mas também sentia as mãos dele em mim, sentia uma necessidade quase que brutal de beijá-lo, de me debruçar sob ele e não me levantar nunca mais. Os meus olhos chegaram até a saltar para fora de tanta vontade de ceder aos meus instintos. Ele me puxou e me abraçou, e tudo se desabou a minha volta... porque nada mais importava só o calor dos olhos dele importavam para mim. Ele parecia não se importar com nada a sua volta também, estava me segurando tão, mas tão forte que dava para fingir por alguns segundos que o mundo todo poderia ficar calado... e que só existiria nós dois em todos os cantos do planeta. Eu jamais me senti assim, nem em um milhão de anos... nem durante o meu casamento, nem durante todas as vezes em que Benjamin me abraçou, nem quando acordei no hospital. - Eu estou com medo - eu disse baixinho só para ele ouvir - estou perdida, não sei o que está acontecendo a minha volta o meu mundo todo está desabando! - eu comecei a chorar, eu não costumava me deixar abalar daquele jeito, mas daquela fez foi impossível que eu impedisse aquelas lágrimas teimosas de sair. - Tudo bem-estar com medo... tudo bem... - me abraçou mais forte de novo e ninguém nos impediu... Só o meu marido que entrou pela porta de uma vez, batendo tudo e me puxou pelo braço com a maior força que talvez ele tenha usado durante toda a vida. - Eu disse para você não vir aqui... e você está abraçada com ele? - gritou Lucio fechou o punho e eu olhei em seus olhos e fiz que não com a cabeça torcendo para ele entender e não fazer nada além do que já havia sido feito. - Por que você está chorando? Por Deus quem são vocês? eu vou mover céus e terra para que vocês sumam de perto de mim e da minha esposa... - Benjamin eu vim até aqui... eu só queria abrir o livro... - eu continuava chorando, a história que eu inventei não era tão boa partindo do contexto que eu estava abraçada com o cara que o meu marido mais odiava no mundo. - Abrir o livro? o fecho do livro estava grudado na cintura dele? Anne tentou interferir - Se acalma um pouco, ela não fez nada demais... só estava nervosa e o meu irmão a segurou... estava tendo uma vertigem, por isso o choro! Ela realmente só queria abrir a droga do livro... não entendo o motivo de puxar a moça pelo braço! Ninguém entendia o porquê ela estava me defendendo já que sempre me deixou claro que queria muito que Lucio não chegasse perto de mim para nada... mas acho que notou o meu desespero com aquela situação. - Você está insinuando alguma outra coisa doutor? Está nos fazendo milhares de ameaças... e eu não sei o motivo, já que nem eu nem o meu irmão fizemos nada por merecer, Catarina é apenas uma boa amiga, sozinha nessa vizinhança... - ela continuou contando uma mentira atrás da outra, mas eu era grata de todo modo, ela poderia ter deixado a minha casa desabar, ela tinha todo o direito. - Eu só fiquei nervoso... interpretei as coisas errado... Cat... - ele me olhou - vamos para casa? Eu peço desculpas a vocês pelo meu rompante de insanidade, eu só... vamos Cat! - gritou de novo Eu dei uma última olhada nos olhos de Lucio antes de ir, eles estavam pulsando até de tanta raiva, claramente não reagiu por que eu pedi para ele não reagir, qual seria a sua reação natural aquela situação? eu aposto que não seria nada boa! - Se eu vir você a puxar assim de novo pelo braço... eu juro doutor... que eu arranco o seu braço de uma vez só! Ficou claro? - ele disse baixo e firme para o Benjamin que reagiu como sempre, fugindo de seus problemas. Ainda bem. - Vamos Catarina... - me chamou mais uma vez e eu não tive nenhuma opção a não ser sair pela porta levando mais do que a curiosidade de abrir aquele livro, mas levando também o meu desespero de ter vistos os meus olhos daquele jeito, o desespero de não estar perto de Lucio. Eu nem estava ligando para o fato de ter que explicar alguma coisa ao Benjamin, não me fazia nenhuma diferença o que ele pensou. Assim que entramos em casa ele começou a explodir - Eu pedi para você não ir até lá! - ele disse irritado até o último estágio. - Eu fui abrir o livro, eu passei mal... ele me amparou, o show que você deu foi ridículo! - eu tentei me desvencilhar do assunto, mas ele me segurou novamente pelo braço. - Foi o que você foi fazer lá? por que eu duvido que você tenha ido só para isso... eu sinto o cheiro dele em você, eu vi o modo como você olha para ele... você jamais olhou para mim assim, foi você que deu a dica de se mudar para a frente da casa do corno? - me soltou e me empurrou, pegou a fruteira de cima do balcão e arremessou na parede da cozinha. - Qual o seu problema Benjamin? você quer que eu vá embora... por mim tudo bem, não me faz diferença! Você não vai mais me prender dentro dessa maldita gaiola dourada! Nem hoje nem nunca mais! - É o que você pensa que eu faço? você é maluca... quantas demonstrações de amor você já recebeu de mim? você quer emoção? quer brutalidade? então eu estou dando isso a você! - gritou tanto que eu via as veias do seu pescoço saltando a cada grito, eu nem consegui chorar... nem uma lágrima. Era mais importante para mim entender que tipo de criatura eu era, e talvez com sorte eu poderia descobrir o que tanto me repelia na figura do Benjamin, talvez não fossemos feitos para ficarmos juntos porque não somos nem feitos da mesma forma. - Talvez não sejamos feitos um para o outro... e isso não tem nada a ver com o Lucio! Tem a ver conosco dois.... - eu falei calmamente enquanto ele caçava ali na cozinha um modo de quebrar tudo de verdade, para provar um ponto que não precisava... porque depois de passar cinco minutos nos braços de Lucio eu já sabia a verdade. Eu só não entendia como ele podia me atrair como um raio para ele. - Nós éramos feitos um para o outro... tudo isso mudou com a mudança desse desgraçado para cá, o que tem ele? você acha misterioso por que ele está sempre com a expressão de quem comeu e não gostou e anda de preto para cima e para baixo mesmo sendo a p***a do verão? Eu sou o marido perfeito... para toda a vizinhança... todo mundo quer estar no seu lugar, mas você não pensa nem um pouco antes de me humilhar Catarina... - Eu vou embora Benjamin... eu recomeço, em outro lugar. Tudo isso é perfeito para você... mas não é perfeito para mim! - Você só sai daqui por cima do meu cadáver! Eu... - ele começou a chorar também, se aproximou de mim e me pegou pela cintura, mas eu não senti nada, me puxou para mais perto e disse - Eu não sei viver assim Catarina... eu não posso perder você, me diz o que eu tenho que fazer... vamos nos mudar, aposto que novos ares nos farão bem! - Como você mesmo disse Ben, você é o rei do bairro... eu odiaria que você perdesse esse seu posto tão merecido... - eu não estava sendo irônica. Era madrugada, quase amanhecendo e a campainha tocou. Sequei o meu rosto porque Benjamin não tinha condição e quando eu abri... lá estava ela. - Olá, o que está havendo aqui? estou ouvindo a gritaria do outro quarteirão, os vizinhos estão todos assustados... - sim, a vagabunda da minha sogra intrometida na minha porta, bem no momento que eu decidi que eu precisava me divorciar do meu marido banana ela vinha para provar exatamente o meu ponto. - Benjamin... sua mãe está na porta... esse horário... - eu olhei feio para ele. - Eu disse que viria cedo... - disse ela com a expressão de demônio da tasmânia que eu via desde o dia que disse oi para ela pela primeira vez. CEDO... às quatro horas da manhã. Mulherzinha desprezível
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