Capítulo24

1029 Words
Capítulo 24 – P.O.V - LILY Eu estava me coçando de vontade de ir até o Lucio, c*****o o meu coração queimava de tanto ódio de não poder tomar uma decisão completa na minha vida, porque as coisas vez ou outra saia realmente do meu controle, eu não conseguia abrir a p***a do livro, não conseguia avançar em nada. Benjamin nem sonhava como que eu pretendia fazer quando o policial sumisse da casa e ele fosse dormir, eu não via a hora. - Você entendeu a gravidade das coisas Lily? - ele disse quando percebeu que eu não estava nem ligando para as orientações do policial. - Sim, eu entendi... eu tenho que me manter em casa, eu já ouvi Benjamin eu não sou irresponsável. - Ou seja, nada de correr a noite... entendeu? - aquilo foi direto mesmo, não tinha a ver com a maluca, tinha a ver com o Lucio. - Sim, isso é muito importante Sr. Baker... a senhora costuma correr a noite? - perguntou o policial curioso, quem corre a noite, não é? - Não corre mais... ainda mais com essas ameaças...- disse Benjamin querendo mudar o assunto, ele sabia que eu não tinha filtros e se eu quisesse eu podia f***r com a vida dele contando o porquê ele estava colocando tantas regras, imagina a fama que isso ia causar? Imagina os comentários da vizinhança? isso acabaria com sua carreira de doutor perfeito para todas as mulheres sozinhas e com casamentos fracassados e tristes do bairro! - Então eu já vou indo, vocês já estão mais do que orientados... doutor seria bom comprar um sistema de segurança para a casa... só para garantir, tem até um botão de pânico que avisa a polícia sobre qualquer problema... - Vou mandar instalar amanhã mesmo, obrigada policial Manson, nos ajudou demais! E o cara foi embora, claro que o meu marido nem olhou na minha cara, claro que toda vez que olhava se lembrava da minha correria noturna com o vizinho, mas o que era f**a era que ele não sabia nem da missa a metade. Então me parecia até um pouco hipócrita ele se preocupar com tão pouco. - Você vem dormir Lily? - disse ele já no topo da escada. - Não, eu vou ficar aqui embaixo... tentar ler aquele livro que eu comprei. - O velho e cheirando enxofre? - É, comprei por que cheira a inferno e combina com a minha alma! - ofereci um sorriso meio zangado - eu subo logo ok? não se preocupa, eu não vou sumir caminhando com o vizinho na névoa da noite gelada com uma psicopata que você trouxe para as nossas vidas solta pela rua! Ele suspirou fundo, e saiu andando, nem se deu ao trabalho de me responder. Típico do Benjamin, e as provocações eram típicas de mim. Qualquer mulher poderia viver feliz com o Ben, menos eu, sendo eu mesma... aquilo não podia funcionar por que eu sou um tipo diferente de garota. Eu sou do tipo de garota cheia de problemas mentais dos mais variados, eu não tinha família, sofri um acidente e ninguém foi me procurar. Ou eu sou sozinha nesse mundão de meu Deus, ou eu fui uma pessoa muito m*l carater para ninguém ter se dado ao trabalho de me procurar durante todos esses anos... então, eu acho que a segunda opção faz MUITO mais sentido do que todas as outras. Eu poderia ser feliz com o meu marido engomadinho em uma casa de não sei quantos metros, com vista para um jardim com rosinhas plantadas como em uma série suburbana chique. Eu poderia sorrir quando ele transasse comigo daquele jeito fofo e meigo, com as luzes apagadas... para não causar nenhum tipo de escândalo, mas eu vivia para ser escandalosa. Não ser parecia mais um crime contra mim. Um crime contra quem eu era, e quem eu deveria ser. - Ah, Lily... eu esqueci de te avisar...amanhã minha mãe vem nos visitar. Ah não, que inferno era aquele? O que eu tinha feito para provocar o universo ao ponto de tudo dar errado? Agora eu era obrigada a receber o próprio d***o na minha casa, sem nem um aviso prévio. - E por quê? ela está com algum problema? - eu tentei não transparecer minha chateação... mas cara, eu estava muito chateada. Eu receberia qualquer um, menos ela. Menos a mulher que transformava o meu marido em um i****a. - Não, ela vem para o evento Lily, onde você está com a cabeça? - O evento é daqui a três dias. Ela precisava vir amanhã? - É a minha mãe Lily! Pelo amor de Deus... está avisada... Subiu agora batendo os pés, eu mandava muito mal... p**a que pariu. Mas essa agora, tinha que aturar a minha sogra por aqui me criticando e mexendo em tudo na minha casa. O que mais eu tinha que aturar na vida gente? ser uma indigente não é o suficiente para essa encarnação. Então eu tinha que me preparar, para ela e para todas as ofensas que ela iria colocar na minha cabeça. Era uma sinuca de bico, uma sinuca que eu não estava a fim de jogar. O livro estava em minhas mãos, a minha vida estava uma bagunça e tudo o que tinha a minha volta estava também, a minha vida era insuportável e eu queria que tudo aquilo acabasse. Eu só queria me esconder em uma caverna para não ter que lidar com o dragão da minha sogra. Vocês podem achar que uma p**a exagero, mas não é, ela sempre da um jeito de virar o Benjamin contra mim e dizer que estou fazendo alguma coisa extremamente errado, e que ela teria feito melhor. E o pior? Benjamin sempre acabava com a ideia de que eu era realmente péssima! Então sempre que ela vinha as coisas ficavam ruins. Dessa vez as coisas já estão muito ruins, então me diz, qual a chance de sairmos vivos de dentro dessa casa depois da visita de dona Mariana? Eu respondo Nenhuma. Não haverá chances para o nosso cenário pós-guerra, porque quando ela aparecia... nunca aparecia de mãos vazias e sua artilharia era pesada.
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