CAPÍTULO 02

997 Words
Cláudio Saio do apartamento da Peppa e volto pro meu Neném, adoro meu estabelecimento sei que ele agora não tá dando quase nada, mais enfim. A vida tem seus momentos bons e ruins, já ganhei muito dinheiro mas com meu vício nas drogas perdi tudo também, as meninas que trabalham pra mim as únicas três não sabem. Mas eu não tenho nada, nada mesmo é como diz o ditado eu trabalho de dia pra comer de noite. E ainda bem que tenho Fernandinha pra eu botar pra trabalhar pra mim, ela não preciso pagar já que sustento desde pequena, ela me deve isso. O Zé tá esperando ela já mandou me avisar, às nove ele tá aqui, o veio paga bem pra ficar com ela, com o dinheiro que ele me dá eu consigo cheira a noite toda. Antes de terminar os últimos degraus da escada meu coração acelera parecendo sair pela boca quando quem está parado no balcão olhando meus clientes, eu já sei o que ele veio fazer aqui porém não tenho como ajudar. VN: E ai Cláudio, chefe quer saber do dinheiro paceiro. - assim que vê caminha rápido até mim Cláudio: Pô, você vai ter que passar outro dia eu hoje não tenho nada - digo sem olhar pra ele VN: Assim tu me quebra cara, n***o não perdoar p***a! - passa a mão na nuca e noto o volume no cós da calça. Meu coração parece parar na hora Cláudio: Tô ligado, mas agora não tenho não. O lugar ta vazio olha aí - aponto ao redor VN: Não posso faze nada! Patrão quer a grana! - diz alto me intimidando Cláudio: Calma VN, tu é meu parça velho eu vou pagar me dá até amanhã - digo erguendo as mãos nervoso VN: Até amanhã tá ligado?! - virá as costas e sai andando Letícia: Gostoso da p***a, que homem - abana com as mãos Cláudio: Me poupe, Letícia! Letícia: Que foi em? Tá estressadinho Cláudio: Devo um dinheiro aí pro n***o, e ele veio cobrar Letícia: Pro n***o? - faz cara de sonsa Cláudio: Traficante da CDD Letícia: p***a. Não atrasa Cláudio, trafica não perdoa. Cláudio: Cala boca! Eu preciso de algo que resolva meu problema, não vem falar merda tá. Disso aí já sei! Letícia: E qual teu problema? - no momento tua burrice, anta Cláudio: O n***o c*****o! Tenho que pagar ele! Letícia: Vende tua sobrinha, vende ela por quilo vai dá pra pagar o n***o e sobra, vai ficar rico Ela sai gargalhando, com um copo de bebida na mão. Quem dera que desce mesmo pra vender a Fernanda, eu venderia a Peppa fácil. Pego um copo de whisky e entro no escritório, não sei o que fazer eu sei que se não pagar eu vou rodar. Ele não perdoa nóia que fica devendo, ele e nenhum traficante. Penso e repenso e nada de chegar a uma solução, vejo quando o Zé entra no Neném e só aí lembro da Fernanda, aquela porca deve tá dormindo já que além de comer é a única coisa que faz. Vou até lá e comprimento ele e peço que espere um pouco, ele já tá meio bêbado e entrego mais um copo de vodca pra ele, a Fernanda vai adorar isso. Subo rápido e destranco a porta pra ela, e logo tenho a visão dela olhando pela janela. Cláudio: Bora, o Zé já tá lá e tá daquele jeito Sorrio pra ela que fecha a cara, e mesmo bufando ela vem, ela sabe que não tem querer ainda mais com o Zé. Não importa o dia nem a hora, quando ele chama ela tem que ir Cláudio: Bonitinha Fernanda, vai fazer teu trabalho bem feito se não de deixo com o outro olho roxo. Levo ela até o vestiario das gurias, e deixo ela lá pra tomar um banho e se preparar pro seu Zé. *************************** Eu não queria estar triste, mas algumas pessoas insistem em me deixar nesta circunstância.? Fernanda Entro de baixo do chuveiro e deixo a água descer pelo meu corpo, meu tão horrível corpo, cheio de celulite e estrias. Após um banho bem tomado e demorado eu saio, olho pra ver se estou sozinha por que não me troco na frente de ninguém, odeio meu corpo e ser quem eu sou. Me enrolo na toalha e vou em direção ao vestiário colocar uma roupa, assim que entro vejo Janaína sentada se maquiando, ela me olha e lança um sorriso debochado. Janaína: Nossa mas a toaia é grande mesmo em, serviu direitinho em tu, deve ser tamanho máximo né Fe? Lanço um olhar mortal pra ela que se cala e volta a passar o reboco na cara, só não posso dizer cara feia por que não é não. Janaína é uma das mais bonitas daqui, não sei se acho elas lindas por que sou feia e me acho um nada, ou se elas são lindas mesmo. Só que meu sonho é ter metade da beleza que elas tem. Daria um dedo pra ser igual alguma delas. Pego minha roupa e entro de volta no banheiro assim que me visto saio e penteio meus cabelos. Pronto, já estou arrumada Janaína: Nenhum lápis no zoio Fe? Devia viu, talvez tu não fique tão feia Fernanda: São olhos Janaína! Olhos. Você faltou muita aula de português em?! Saio rindo e ela fica bufando, eu posso ser feia, gorda, posso não saber o que é uma balada ou ter uma amiga pra contar pra tudo, e em qualquer hora. Mas se tem uma coisa que eu tenho é educação, minha mãe me ensinou que isso é sagrado e eu fiz questão de me formar pelo menos no ensino fundamental, eu queria muito concluir tudo pra mais tarde tentar uma faculdade. Mas meu querido tio não deixou, meu sonho é ser alguém na vida, poder me formar e ganhar meu próprio dinheiro. Mas nas condições que vivo me restam poucas esperanças, bem poucas.
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