Marcando território

1267 Words
Catarina Conti Eu coloco minha bolsa em cima do sofá, fico olhando indignada para aquela cena. A vovó me olha com o seu olhar julgador, isso quer dizer que ela já sabe de tudo. C: Eu não disse que não queria vocês aqui?! Segurança: Senhora, infelizmente por enquanto só cumprimos as ordens do chefe. C: E porque não passou o meu recado para ele?! Segurança: Eu passei. Fico olhando para ele esperando a continuação, mas ele continua tomando o café, com aquela cara sem expressão nenhuma, como eles conseguem ficar desse jeito. A minha língua eu até consigo controlar, mas as minhas expressões não. C: Eee…?! Ele pega o celular em seu bolso, coloca o volume no último, aperta em um áudio para reproduzir e aproxima ele de mim, para que eu possa ouvir sem erros. Áudio: “ Querida noiva, não perca o seu precioso tempo, tentando convencer os meus homens a te obedecer, você só terá parte desse luxo, quando aceitar a minha proposta e se tornar a senhora Bianchi. “ Aquela voz… o chefe deles é o homem misterioso, aquele ser lindo de olhar penetrante… PARE já com esses pensamentos Catarina. C: Pois coloque esse celular para gravar. O segurança, aperta o botão de gravar e aproxima o celular da minha boca. Áudio: “ Caro senhor Mateo, não sei o que você onda usando, para te deixar neste estado de completa loucura, mas saiba que eu não sou nada sua e nem serei. Passar bem! Aahhh… antes que eu me esqueça, mande os seus capachos voltarem de onde saíram! “ A dona Brígida começa a gargalhar, o outro segurança, chega a engasgar com o café. Eu pego a minha mochila, dou um beijo na vovó e vou em direção à porta, mas antes eu escuto o celular do segurança começar a tocar. Eu só consigo escutar o segurança dizer “sim senhor”. Eu fecho a porta e vou caminhando para o hospital, não fica muito longe de casa. No caminho me pego pensando em como seria me casar com aquele homem, só de ouvir a voz dele o meu corpo começa a dar sinais. Eu nunca senti essas coisas antes, nem quando me apaixonei por um rapaz que andei ficando na faculdade. Levo um susto quando ouço a voz rouca do Don Mateo, bem próxima de mim. Com o susto, acabei tropeçando na calçada e quase caio no chão, se não fosse as mãos fortes dele me segurar. Sinto a respiração dele bem próxima de mim, consigo sentir o seu hálito de menta, olhando assim de perto, ele é ainda mais bonito. Parece que ele estava malhando, o seu perfume másculo misturado com suor, invade as minhas narinas, o meu corpo inteiro se arrepia. C: O.o que… você… fa.az aqui?! Mas que merda, eu não consigo nem formular uma frase direito, o que esse homem está me causando? Ele me olha nos olhos, com um sorrisinho de canto, eu estou quase derretendo em seus braços, como pode ser tão bonito e tão maluco? Minha cabeça está fervilhando, tantas perguntas, tantos questionamentos, não estou gostando nada do que esse homem está me causando. M: Eu vim te ensinar a me respeitar querida noiva. Eu não gosto de mandar recados, muito menos gosto que meus homens fiquem no meio da minha vida íntima. C: Se quer respeito, se dê o respeito! Você ainda não entendeu que nós não temos e nem teremos nada?! Tento me afastar do seu toque, mas ele aperta ainda mais forte a minha cintura, grudando de vez os nossos corpos. Sinto um fogo me consumindo, minha i********e pulsa, ele aproxima a sua boca do meu pescoço. M: Quem ainda não entendeu foi você… Ele da um leve beijo no meu pescoço, me causando um arrepio intenso, as minhas pernas estão ficando bambas. Acabo soltando um gemido involuntário e sinto sua mão apertar mais a minha cintura. M: Você já é minha, desde o momento que resolveu entrar naquela casa de apostas. Eu só te dei esses dois dias, para ir se acostumando com a ideia do casamento. Ele fala se afastando de mim, eu fico frustrada e ao mesmo tempo aliviada, o seu toque é muito bom, mas eu não quero ficar perto dele. C: Você precisa procurar um psiquiatra, ou um psicólogo, vai te ajudar muito com esses problemas mentais. Se quiser posso te indicar alguns conhecidos. Falo passando por ele, para poder entrar no hospital, mas meu braço é puxado bruscamente, acabo trombando com seu peitoral enorme e duro. O seu sorriso sumiu, seu olhar ficou sério, seu aperto em meu braço, começa a me machucar, eu tento puxar meu braço, mas ele aperta mais. M: Você é Minha, não quero que fique de conversinha fiada com homens pelo corredor. Saiba que eu sei de tudo que você faz e tudo o que acontece com você. C: Agora eu tive certeza que você realmente é louco. Me solta, está me machucando! Ele solta um pouco o aperto em meu braço, mas aproxima sua boca da minha e encosta os nossos lábios, eu fico sem reação, eu quero me afastar, mas não consigo. A sua boca é macia, quente e tem gosto de menta. C: Porque fez isso? M: Apenas marcando Território. Ele solta de vez o meu braço, se afasta e fica me olhando antes de entrar no carro. Eu busco me recompor, recupero meus sentidos e viro de costa para ele, continuo caminhando para dentro do hospital. Entro sem nem olhar para trás, que homem mais doido, o pior de tudo foi ele ter me beijado, assim do nada e eu boba, ainda gostei do beijo. - Dra Conti? A senhora está bem? Sou tirada dos meus pensamentos pelo Dr. Rosso, procuro me concentrar no que tenho que fazer. C: Oi Dr. Rosso, estou bem sim. Obrigada! Falo seguindo para a sala dos médicos, preciso guardar as minhas coisas e começar a passar as visitas. Coloco meu jaleco, pego os prontuários com a enfermeira chefe e vou para os quartos dos meus pacientes. Eu fiz minha residência em Ortopedia e Traumatologia, eu gosto de ver a alegria dos meus pacientes, quando conseguem voltar a fazer movimentos, por mais simples que sejam, eles sempre abrem um sorriso enorme. Vou passando de quarto em quarto, vendo como estão os meus dedicados pacientes, eu sempre dou um jeito de usar uma tática emocional, para convencê-los fazer tudo certinho, tem dado certo. Volto para a sala dos médicos, aproveito que está tudo tranquilo hoje, eu pego o meu celular para pode ligar no banco, vou tentar pedir um empréstimo. Fico uns quarenta minutos esperando alguém me atender, quando finalmente consigo, eles me pedem para enviar os meus documentos pessoais, para poderem avaliar uma proposta. Eu estou confiante, eu sei que vai dar tudo certo, vou conseguir esse empréstimo, vou entregar o dinheiro para aquele homem maluco e voltar a viver minha vida feliz. Dr. Rosso: Dra Conti, estou te achando meio avoada hoje, tem certeza que está tudo bem?! C: Está sim, só problemas pessoais, mas já está quase resolvido. Obrigada pela preocupação! Dr. Rosso: Eu já te disse outras vezes, mas vou repetir, se precisar de qualquer coisa pode me pedir. Eu dou um sorriso com os lábios fechados, ele é um homem de uns 40 anos, mas muito bonito, ele tem o corpo bem em forma. Eu tenho a impressão dele me olhar diferente, não como uma colega de trabalho, eu até estava gostando quando comecei aqui no hospital, mas parece que hoje olhando melhor, não tem tanta graça assim.
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