Homem misterioso

1212 Words
Catarina Conti Quem esse homem pensa que é?! Onde já se viu me pedir em casamento assim, sem nem me conhecer, só pode ser um alucinado para achar que eu aceitaria. Eu vou dar um jeito, vou arrumar esse dinheiro, mas não vou deixar minha avó na rua e também não vou me casar com ele. Me levanto, saio daquela sala, tentei procurar pelo irresponsável do meu pai, mas não o vi. Resolvi ir embora, a voz daquele homem misterioso, não sai da minha cabeça. Eu nem sei quem ele é, porque ficar pensando nele, eu só pretendo vê-lo daqui dois dias para entregá-lo o dinheiro e depois nunca mais vou vê-lo. Quando saio na porta da casa de aposta, tem um carro preto parado, aqueles mesmos seguranças que estavam em minha casa mais cedo, estão plantados feito vazo me olhando fixo. Começo a caminhar, mas um deles me chama atenção, ele começa a falar comigo. Segurança: Senhora, tenho ordens para levá-la até sua casa. C: Não, obrigada, eu posso pedir um táxi. Segurança: A senhora não vai conseguir um táxi, tão tarde da noite. C: Eu posso ir caminhando, não me importo. Segurança: A senhora vai correr risco de vida. Não entendo o porque ele fica me chamando de senhora, eu sou muito mais nova que ele, nem sou casada. Olho para ele desconfiada, ele continua com sua expressão séria, sem demonstrar nenhum tipo de sentimento. C: Não tem porque me chamar de senhora, muito menos precisa dessa insistência toda para me levar embora. Eu sei me virar sozinha. Segurança: Por favor senhora, não dificulte o meu trabalho. Tenho ordens expressas, para protegê-la e levá-la em segurança. Ah pronto, tem ordens para me proteger e me manter segura. Olho para ele com um olhar desafiador. C: E quem deu essas ordens? Segurança: O chefe, Don Mateo. Agora chega de perguntas, entre por favor! Ele abre a porta do carro, eu fico olhando fixo para eles. Eu penso um pouco, mas infelizmente ele tem razão, eu não vou conseguir um táxi agora e também é muito perigoso ir a pé sozinha. Vou aceitar a carona, mas nao só porque quero saber quem é esse Don Mateo e se é para ele que meu pai está devendo. Eu achei que a dívida fosse, com aquele homem misterioso, mas pelo visto não. Eles estacionam o carro em frente de casa, o mesmo segurança de antes, desce e vem abrir a porta para eu poder descer. Segurança: Boa noite senhora! Amanhã às 6:30h estaremos aqui para levá-la ao hospital. Eu olho para ele indignada, como ele sabe onde eu trabalho e as horas que eu costumo sair?! C: Ah não vão não, esse tal de Don Mateo, pensa que é o dono do mundo? Eu não vou aceitar isso, eu sei muito bem me virar sozinha, não preciso de marmanjos na minha cola. Mande um recado para ele por favor, diga que em dois dias eu levarei o dinheiro para ele, mas não vou permitir que ninguém tire a minha paz. Me viro para entrar na minha casa, ele não fala mais nada, entra no carro e vão embora. Respiro aliviada, estava começando achar que eles passariam a noite aqui na porta. Quando entro vejo a vovó dormindo sentada na sua poltrona, acho que ela ficou me esperando e acabou pegando no sono. C: Vovó?! B: Oii… oii, minha filha você voltou. Obrigada meu Deus! Ela fala fazendo o sinal da cruz, eu estou ajoelhada na sua frente, ela me abraça apertado. Eu amo demais a minha avó, ela que me criou, nunca me deixou faltar nada, sempre me encheu de amor e carinho. Se for preciso, eu dou a minha vida pela dela. B: Onde você foi? C: Fui atrás do irresponsável do meu pai. B: Resolveu alguma coisa? C: Não, mas eu vou dar um jeito vó, fica tranquila. B: Minha filha, veja bem o que você vai fazer, não meta os pés pelas mãos. Vamos entregar a casa para eles, o dinheiro que temos guardado, a gente pode pegar um aluguel. Eu não vou deixar isso acontecer, o meu avô lutou tanto para conquistar essa casa, ele tratou de conseguir deixar minha avó estável. Aí vem o irresponsável do filho deles e estraga tudo, negativo. C: Vó está na hora de dormir, vamos para a cama. B: Não seja teimosa Cat! C: Vamos dona Brigida. Ajudo ela a se levantar da poltrona, acompanho ela até o seu quarto, a ajudo deitar na cama, apago as luzes e saio do quarto. Vou até o meu quarto, tomo um banho rápido, estou cansada, preciso dormir um pouco, já já tenho outro plantão. Deito em minha cama, mas me enganei achando que conseguiria dormir, meus pensamentos não saem daquele homem misterioso, como ele consegue fazer esse tipo de proposta para uma pessoa?! E como se pede uma pessoa em casamento sem a conhecer?! Ele só pode ter sérios problemas mentais, um alucinado mesmo, muito bonito e muito gostoso, com aquela voz rouca… mas um completo maluco. Espanto esses pensamentos insanos da minha cabeça, tento me concentrar no meu sono, estou cansada e preciso dormir. Demoro um pouco, mas depois de tanto lugar contra os meus pensamentos, eu consigo dormir. Acordo com a vovó me acordando, me espreguiço na cama, me estico até onde dá. Como eu queria mais um pouquinho de sono, mas não posso fazer corpo mole, preciso dar um jeito de arrumar o dinheiro. Me sento na cama, dou um abraço na vovó, ela me aperta contra seu corpo, me dá um beijo na testa e me olha nos olhos. B: Você não vai mesmo me dizer, o que aquele homem te ofereceu? C: Que homem vovó?! Eu não quero preocupa-la com esse assunto, até porque não é um assunto questionável, eu já disse que não e pronto. B: Minha filha, eu já sou velha, mas não burra. Eu vi que você chegou aqui diferente, não estava mais nervosa, porém ainda tinha algo que te incomodava, mas eu posso afirmar que não é por causa do dinheiro. C: Vovó, pare de colocar caraminholas na cabeça. Não tem nada disso, eu realmente estou incomodada com o dinheiro. Eu não vou deixar a senhora perder a casa que tanto lutou para conseguir. Me levanto da cama, vou ao banheiro fazer as minhas higienes, mas ainda consigo escutar ela resmungando no quarto. B: Você finge que me engana e eu finjo que acredito. Dou risada de ouvir ela dizer isso, minha vó sempre foi muito perspicaz, ela consegue pegar o assunto no ar. Dessa vez eu não vou deixar ela ficar sabendo disso, eu vou resolver o problema do dinheiro e nunca mais vou ver essas pessoas. Volto para o meu quarto, coloco uma calça jeans clara, ela é um pouco justa ao meu corpo, coloco uma regatinha branca, ela também é bem justa ao meu corpo, mas eu não me importo, vou colocar o jaleco por cima, então ninguém vai reparar no meu corpo. Coloco um tênis branco no pé, pego minha mochila, confiro se meu jaleco e minhas coisas estão lá dentro. Vou até a sala e levo um susto, quando vejo a minha avó, servindo café, para os seguranças de ontem a noite.
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