Foque no Conhecimento, Não no Rostinho.

1082 Words
Algo na voz da garota faz Brandon finalmente olhar para ela. Ela era uns dez centímetros mais baixa que ele, tinha cabelos dourados e olhos verdes. Ele não podia negar que ela era linda, mas o que realmente lhe chamou a atenção foi o ar de inocência dela. Suspirando, ele faz sinal para a garota entrar, imaginando que uma noite com ele seria o suficiente para fazer ela perder aquele ar para sempre. Chacoalhando a cabeça, ele se repreende mentalmente, pois a garota devia ser no mínimo dez anos mais nova que ele. Emma entra e se senta no primeiro lugar vazio que encontra, se amaldiçoando por causar problemas no seu primeiro dia. Pelo visto, o Deus do sexo seria seu colega de faculdade, e ela só esperava que ele não guardasse rancor. Mas as coisas ficam bem piores quando, ao invés de sentar em um lugar vago como Emma, o Deus do sexo se dirige para a mesa destinada ao professor e deposita ali uma pasta, se dirigindo ao quadro em seguida. Na sala inteira é possível ouvir os murmurinhos de admiração das alunas. Para o horror de Emma, o Deus do sexo escreve no quadro: “Brandon Brown, professor de Economia e Gestão de Negócios” Emma gostaria que um buraco se abrisse e a engolisse. “Bom, me desculpem pelo atraso, tive um pequeno imprevisto”, diz Brandon, sentindo vontade de rir ao ver a loira se encolher no lugar. Uma garota bem ao lado de Emma levanta a mão e pergunta: “Professor, o senhor é solteiro?” Ficando sério imediatamente, Brandon responde: “Não vejo o que isso tem a ver com nossa aula.” Um garoto ruivo e muito bonito sentado na frente de Emma também levanta a mão e pergunta: “Professor, o senhor é o Brandon Brown que está listado entre os vinte e cinco homens mais ricos segundo a Forbes?” Sorrindo e piscando para o garoto, Brandon diz: “Isso é importante porque significa que, se vocês levarem a sério essa aula, talvez um dia seja o nome de vocês nessa lista. Então, foquem no meu conhecimento e não no meu rostinho”, termina essa frase olhando diretamente para a loira nos olhos. E espera para o bem dela que ela mantenha distância dele. Essa fala trouxe Emma de volta à sua realidade. Ela estava ali para aprender e ser a melhor aluna possível, não estava ali para se perder em pensamentos sobre deuses do sexo perigosos. O restante da aula transcorre sem problemas. Logo fica claro que Brandon realmente merece ter o nome na lista da Forbes, pois ele demonstra um vasto conhecimento na matéria que está ensinando e é um ótimo professor, deixando os alunos presos em suas explicações do começo ao fim. Dez minutos antes de terminar, Brandon faz a chamada para a lista de presença, e mais uma vez se repreende por estar curioso para descobrir o nome da loira. Quando Brandon diz: “Emma Miller”, e ela diz um “aqui” baixo e envergonhado, seus olhos se cruzam mais uma vez, os dele cheios de arrogância e frieza e os dela de inocência e ingenuidade. O sinal toca e quebra o encanto, e Brandon se retira sem olhar para ela nem mais uma única vez. “Olá, eu sou o Brad, tudo bem”, diz o garoto ruivo sentado à sua frente, trazendo Emma de volta ao presente. “Olá, sou a Emma, prazer”, diz Emma apertando a mão que Brad estendeu para ela. “Minha nossa, você viu aquilo?”, diz a garota baixinha sentada ao lado de Emma. “Oi?”, diz Emma sem ter certeza ao que a garota se referia. “Que gato esse professor! Aliás, eu sou a Marcela”, diz cumprimentando Brad e Emma, que não consegue evitar um sorriso diante da empolgação da garota. Brad também apresenta um garoto asiático lindo que se senta ao lado dele como Samuel, e pela primeira vez na vida Emma se vê parte de um grupo. Brandon se dirige para o escritório, pois só aceitou dar duas aulas por dia. O restante seria dado por um ótimo professor que ele contratou, afinal, além da universidade para gerenciar, ele tinha um império para cuidar. Seu celular começa a tocar e ele gela ao ver o número no visor, mas atende mesmo assim: “Brown”, e ouve os gritos ao fundo suspirando. “Senhor, seu filho é...”, começa a babá. “Meu filho é o quê?”, pergunta Brandon com tom mortal na voz. “Indomável”, diz a mulher mesmo assim. “Coloque ele no telefone”, diz Brandon se perguntando pela enésima vez se não era culpa sua o jeito que o filho tratava as mulheres. Por sorte, ele começava na escolinha amanhã, então Brandon só precisaria de alguém para ficar com ele na parte da tarde. “Sim”, diz aquela voz infantil muito parecida com a dele. “Colen Brown, já não te disse para parar de aterrorizar a babá?”, diz Brandon no seu tom mais severo. “Papai, eu não tenho culpa se as babás que me arruma sejam todas inaptas para a vaga”, responde o garotinho que havia sido diagnosticado como gênio há um ano atrás. Suspirando, Brandon diz: “Aguente até amanhã, sim? Tenho negócios importantes a tratar hoje, e sua escola começa amanhã e vou pedir para a agência mandar outra pessoa.” O garoto fica em silêncio considerando o pedido do pai e em seguida diz: “Se eu puder assistir ao Toy Story essa noite”, suspirando mais uma vez, pois não aguenta mais aquele desenho, Brandon diz: “Ok.” Enquanto isso, Emma sai satisfeita com seu primeiro dia de aula, e sorri ao ver Shelby estacionado ao lado de vários carrões. Ao chegar no quarto da pensão que ela estava alugando, suspirou. Infelizmente não conseguira uma vaga no alojamento da universidade, e o dinheiro que tinha só dava para pagar aquele quarto numa parte duvidosa da cidade. Ela precisava encontrar um serviço urgente ou então estaria em apuros. Suspirando, ela pega os jornais com os classificados que comprou mais cedo. Otimista, ela circula uma vaga de recepcionista em um edifício de luxo chamado Skala, e decide dar uma passada lá mais tarde. Quem sabe a sorte está a seu favor.
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