Lord Severin

Capítulo 3

Nicoletti

A carruagem parou em frente ao hotel "Palace Pari"

Admirei a fachada do edifício luxuoso desde a janela.

Até que escutei Lorde Severin Sanches a me chamar do lado de fora da carruagem, nem havia percebido quando saiu de dentro do veículo. Ele desceu pelo seu lado. Como a porta da carruagem do meu lado não foi aberta, teria que sair por ali mesmo.

Arrastei o bumbum do acento macio, esgueirando-me até ele.

Quando estava pronta pra descer, o d***o loiro me estendeu a mão enluvada. Mirei com desdenho, dando o meu jeito de descer sozinha, sem a sua ajuda.

Degrau por degrau. Desci, parando do seu lado.

Ofereceu o braço para entrarmos juntos no hotel, também não aceitei, caminhei bruscamente na direção do edifício luxuoso a passos rápidos, ele me seguiu calmamente, sem me perder de vista.

Falou com o hoteleiro enquanto eu olhava a arquitetura de dentro, apaixonada pelas pinturas nas paredes, do teto, e as estátuas de mármore espalhadas no saguão.

Não prestava atenção na conversa deles, quando eles terminaram pediu para acompanhá-lo em direção ao quarto. Podia ver nos seus olhos a maldade, sem saída o segui.

Tinha uma vaga idéia do que irá fazer comigo... Uma vez Esmeralda disse como os homens se comportavam na cama... De como eles eram uns animais sedentos por sexo... sem se importar de verdade pelo corpo feminino, basicamente era o m****o ereto entrando na f***a da mulher e uns movimentos, algumas posições esquisitas e que geralmente demorava só uns minutinhos até eles espichar um líquido branco, fedido, dentro da mulher. Palavras de uma prostituta de Paris, ela era bastante experiente nessas artes.

A fama da perversão s****l do Lord Severin Sanches chegavam até aos becos escusos dessa cidade, embora sempre escolher damas parisienses do seu círculo social, sempre uma contava o que tinha entre quatro paredes com esse Lord, com a outra, e assim por diante, até a criadagem toda saber. As prostitutas da vila sonhavam com ele em suas camas e uma havia feito o seu desenho, rico em detalhes... Ao vê-lo no banco o reconheci na hora, fora que sabia que o banco pertencia a próprio, só não contava que fosse aparecer diante de mim.

Junto com o hoteleiro paramos em frente a duas portas, uma rente a outra, o corredor tinha um tapete vermelho sangue, as paredes da cor do ouro.

O lugar tinha cheiro de flores silvestres.

Ele deu uma chave para o Lord e a outra entregou a mim. Fiquei sem entender.

O homem se afastou de nós.

— Esse é o seu quarto... mileide.

— Meu?

— Sim. Só seu. Ficaremos hospedados por três dias devido eventos importantes e pessoais. Daqui a algumas horas uma modista e uma dama vai ajudá-la a se preparar para o baile de hoje a noite.

— Eu nunca fui em um baile antes.

Disse mais para mim mesma do que para ele, este ser sempre analisava as minhas atitudes e expressões.

— Então fico feliz que será a sua primeira vez e mais ainda por ser comigo, mileide...

— O que essas palavras significam para um homem cheio de lascívia? Milorde. Seu olhar penetrante era para intimidação, portanto mantive seu olhar, até que aproximou-se demais, colando seu corpo masculino ao meu, da qual ficou imprensado na porta. O homem era alto e me cobria por inteira, virei o rosto na hora, tomando isso como um convite para inalar os meus... cabelos ruivos.

Não tentou me agarrar ou me abraçar, muito menos beijar... Somente cheirou as mechas por um tempo.

Ao olhar de viés, bem para baixo, notei sua calça com volume exagerado. Encostando na minha barriga. Tremi de medo do seu m****o ser grande demais.

Esmeralda contava que uns homens pareciam verdadeiros cavalos!

Fechei os olhos torcendo mentalmente para ser do tamanho da estátua de mármore de Davi Michelangelo.

— Está com medo?

Abri os olhos, virando o rosto para Severin, pelo tom de voz que usou, mostrava realmente preocupação.

— Não tenho medo de nada nesse mundo. — Ditei obstinada, escondendo o temor.

Seu olhos passeavam inquietos, piscou afastando-se. Voltei nitidamente a respirar direito.

— Que bom. Odeio covardes. Até a noite! E um aviso. Não tente fugir desse hotel, te acharia até no inferno. Senhorita Nicoletti.

— Não fugirei, são apenas sete dias que terei que suporta-lo. Vai passar tão rápido e nunca mais vou precisar olha-lo nos olhos.

Abriu a sua porta mas não entrou.

— Farei cada segundo dentro de você ser uma eternidade... senhorita.

Sua voz rouca me deixou vermelha.

— Sete dias serão como sete anos para você, nunca vai se esquecer do homem que fará você se acabar de tanto prazer. Entrou. Mas antes vi o brilho perverso da luxúria naquelas esmeraldas reluzentes.

Entrei também, notando que havia suado por causa desse demônio.

Vasculhei o meu quarto e joguei os trajes masculinos na cama.

Subi no colchão alto e pulei um pouquinho... pensando em Gabriel... Sentia saudades dele.

Em breve estaremos juntinhos e serei rica, viveremos bem. Faria isso por ele.

Queria tomar um banho, então ao entrar no toalete sorri ao ver água encanada, diferente do meu barraco que tinha que pegar água do poço. Era compartilhado por todos da vila.

Enchi a banheira até o topo de água, jogando essências perfumadas até ficar com bastante espuma.

Tomei um banho revigorante, lavando tudo até os cabelos longos demais.

Tentei descansar um pouco dentro da banheira, mas uma batida na porta não deixou. Sai pingando tudo, enrolando o pequeno corpo em volta da toalha fofinha do hotel.

Quando abri a porta duas mulheres super elegantes entraram com rapidez, junto com um funcionário trazendo vários vestidos em um cabideiro.

Na mão de uma havia três caixas de veludo.

Quando ficamos nós três no meu quarto elas me olharam pela primeira vez.

— Teremos trabalho.

Disse uma para a outra.

— Mas ela tem a vantagem que não temos mais.

Rebateu a segunda dama que usava óculos. Meu rosto virava de uma para a outra, apertando a toalha no peito e os cabelos encharcados.

— E o que seria? Irmã!

— A juventude e a beleza natural. Qua é o seu nome criança? — Perguntou a de óculos.

— Nicoletti.

— Lindo nome. Vamos transforma-la em uma perfeita dama, preparada?

Mirou com convicção.

— Sempre!