Tentativas

890 Words
A manhã seguinte chegou com uma atmosfera tensa, e a sensação de que algo crucial estava prestes a acontecer me envolveu. A luz suave do sol penetrou pelas cortinas, iluminando meu quarto de forma reconfortante. Christian estava no quarto ao lado, uma presença tranquilizadora durante a noite. Ao abrir os olhos, encontrei seu olhar gentil e um sorriso que me acalmou. Ter alguém tão preocupado comigo era reconfortante. — Bom dia, Isabel. Como você está se sentindo hoje? — Christian perguntou, ajustando os óculos com confiança. Suspirei antes de responder, ainda processando as emoções da noite anterior. — Não sei ao certo. Acho que a mistura de sentimentos está me deixando confusa. Christian assentiu compreensivamente. — Entendo. A situação toda é intensa, mas estamos juntos nisso. Vamos enfrentar o que vier da melhor forma possível. Philips apareceu na porta com seu rosto transmitindo preocupação, mas também determinação. — Bom dia, pessoal. Estamos prontos para lidar com o que vem pela frente? Forcei um sorriso e concordei. — Sim, acho que sim. Vamos encarar isso juntos. Descemos para o café da manhã, encontrando uma mesa repleta de opções, mas meu apetite não estava totalmente presente. A ideia de descobrir mais sobre minhas origens pairava sobre mim como uma nuvem carregada. Durante o café, discutimos o próximo passo. Christian compartilhou suas ideias sobre como abordar o senador Lowtner, enquanto Philips contribuiu com insights sobre como minimizar os riscos. Eu ouvia atentamente, minha mente absorvendo as possibilidades. Me sentia ingênua diante dos dois. — Acredito que devemos agir com cautela, não sabemos como o senador reagirá a isso. Estamos mexendo com questões delicadas — ponderou Christian. Concordei, sentindo a gravidade da situação. A incerteza sobre minhas origens estava se transformando em uma jornada desafiadora. — Você nem tocou no seu café da manhã — Reparou. — É claro que não, Chris. — Neguei e imediatamente coloquei um morango na boca. — O que está acontecendo com você? — Foi a vez de Christian questionar. Eu dei os ombros. — Não sei. Mas eu estou bem, só um pouco enjoada. Após o café, o trio se dirigiu ao escritório do senador Lowtner. Meu coração batia forte, e cada passo parecia pesar toneladas. Ao entrarmos, encontramos o senador absorto em documentos, mas ele levantou os olhos ao perceber nossa presença. — Bom dia, senador. Esperamos que não estejamos incomodando — cumprimentou Christian, mantendo uma postura respeitosa. O senador olhou para nós com uma expressão séria. — A que devo a visita de vocês? Engoli em seco, sentindo um nó na garganta. Era hora de enfrentar a verdade, qualquer que fosse ela. — Senador, precisamos falar sobre sobre meus pais biológicos. Acredito que chegou o momento de esclarecermos tudo — declarei, com determinação em minha voz. O senador Lowtner ergueu as sobrancelhas, revelando surpresa diante da minha afirmação. Christian e Philips permaneceram ao meu lado, apoiando-me silenciosamente. Eu estava decidida a enfrentar o desconhecido, mesmo que isso significasse confrontar verdades desconcertantes. — Do que estão falando? — o senador questionou, tentando ocultar qualquer sinal de inquietação. Christian tomou a palavra, escolhendo-as com cuidado. — Senador, compreendemos que isso pode ser surpreendente, mas descobrimos que há lacunas em r*****o à origem de Isabel. Ela tem o direito de conhecer sua história completa, e acreditamos que o senhor pode nos fornecer algumas respostas. O ambiente pareceu mais denso, como se as paredes do escritório estivessem se fechando ao nosso redor. O senador levantou-se de sua cadeira, caminhando lentamente até a janela. Seu olhar distante denotava uma reflexão interna antes de responder. — Isabel, a minha intenção sempre foi protegê-la. Cautelosamente, Christian indagou: — Protegê-la de quê, senador? Uma sombra pairou sobre o semblante do senador, e ele respirou fundo antes de continuar. — Eu não sei quem são seus pais biológicos. Não faço ideia de por que lhe abandonaram. Eu sinto muito se não era isso que você gostaria de ouvir. Minha mente girava com as revelações, e o silêncio que se seguiu permitiu que a magnitude da informação se instalasse. Ele estava mentindo. Eu tinha certeza disso. — Ah, e... Eu vou ficar extremamente satisfeito se você não mexer mais nesse assunto. — revelou o senador. — Aliás, me admira você Philip, um homem crescido, alimentando a imaginação de uma adolescente. O choque reverberava dentro de mim, mas uma ponta de curiosidade emergiu. Christian e Philips permaneciam ao meu lado, expressando apoio silencioso. — Por que você está mentindo pra mim? — perguntei, buscando compreensão. Ele desviou o olhar, como se estivesse tentando evitar a dor associada a essa decisão. — Acreditava que, ao oferecer uma vida estável e amorosa, poderíamos evitar que o passado a assombrasse. Pelo visto, não. — Por que então? Por que me tirou do hospício? Por que me trouxe pra cá? O silêncio retornou, permeado pela complexidade das emoções. — Preciso que vocês me deixem sozinho. Os três. — murmurou, e Christian assentiu compreensivamente, tocando a minha mão. Deixamos o escritório, a tensão ainda pairando no ar. O corredor silencioso nos conduziu de volta ao conforto da sala de estar, onde pude refletir sobre as palavras do senador Lowtner. Os próximos passos da jornada tornaram-se mais incertos do que nunca, mas uma certeza se destacava: a busca pela verdade continuaria, e eu estava determinada a desvendar os segredos que moldavam meu destino.
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