Era madrugada. Christian, Philips e eu esperávamos que as luzes se apagassem na mansão. O senador Lowtner já havia ido dormir, mas não queríamos acordar nenhum dos empregados ou enfermeiras.
— Acho que agora a gente já pode ir — Philips sussurrou, olhando ao redor — venham devagar e tentem não fazer barulho.
— Tá bem — eu disse, dando pequenos passos, e Christian me seguiu.
Finalmente, chegamos ao escritório do senador, em busca da minha certidão de nascimento.
— Vou ficar aqui fora como precaução, caso meu pai apareça, posso inventar alguma desculpa. — falou Philips, abrindo a porta com uma chave.
Nós entramos, com exceção de Philips, e começamos a procurar os documentos que tanto almejávamos.
— Tem alguma coisa aí, Chris? — perguntei, vasculhando as gavetas.
— Não. Espera aí — ele subiu em cima de um banquinho preto e começou a procurar por cima dos armários.
Eu encontrei alguns papéis e abri algumas pastas. Foi quando finalmente achei um envelope que continha "Isabel" escrito à caneta.
— Chris — chamei-o num cochicho.
— O que?
— Encontrei alguma coisa aqui.
Philips entrou no escritório e nos avisou para sair porque o alarme havia disparado. Peguei o envelope e o braço de Christian, então começamos a correr. Quando estávamos longe o bastante, parei para respirar fundo.
Quando, involuntariamente, comecei a rir.
— Está feliz? — questionou Chris.
— Estou — gargalhei — não pela papelada, mas é que, Christian...
— Sim?
— Eu amo você — afirmei e comecei a rir ainda mais — E agora, eu amo muito a minha vida!
— Eu também, Isabel. Também amo você — Christian respondeu, com um sorriso no rosto, e me levou de volta para o quarto.
Abrimos a porta, e eu me arremessei na cama; estava exausta.
— Vai abrir agora o envelope? — ele perguntou, sentando na cama.
— Não. Vou deixar para amanhã de manhã mesmo. O que acha?
— Faça o que achar melhor.
— Você pode dormir esta noite aqui comigo? — pedi, dando espaço para que ele se deitasse ao meu lado.
— Por que? Está com medo, ou alguma coisa assim? — Chris indagou, preocupado.
— Não, não. Só queria a sua companhia.
— Ah, então tudo bem. — ele retirou os sapatos e o casaco por cima da blusa, deitando-se ao meu lado.
— Acha que o Philips está bem? — sussurrei já no fim da noite.
— Sim, deve estar. Ele é inteligente.
Apoiei minha cabeça nos p****s de Christian, enrolando seu corpo com meu braço. Então, finalmente, consegui relaxar e aliviar a ansiedade.
Eu já estava descalça, então só tive trabalho em me cobrir e esperar que o dia amanhecesse.