Capítulo 1 – Maluca

1862 Words
JACK °•°♤•°• Chicago, 2021. Sorri. Apenas sorri, quando abri meus olhos e vi a mulher mais linda deitada sobre meu braço, seus longos cabelos loiros espalhados pelo travesseiro e alguns fios cobrindo seu rosto angelical. Não demorou muito para um sorriso surgir em seus lábios rosados. — Sabe que posso ouvir seus pensamentos borbulhando até mim. – Minha esposa disse ainda com os olhos fechados. — Ainda não consigo entender como sabe... — Que fica me olhando? – Ergue seus olhos, e me perco naquelas íris esverdeadas. — Ah, Jack, não é tão difícil, quando você passa anos ao lado de alguém que faz isso todas as manhãs. Retiro os fios do seu rosto e coloco atrás da orelha, acariciando suas bochechas e levando meus lábios até os seus. — Bom dia, amor. – Digo. — Bom dia. Ficamos ali nos olhando. Sou muito sortudo por ter esta mulher ao meu lado, eu e Emy nos conhecemos desde a infância já que nossa família tem uma amizade e com o nosso casamento há três anos fizeram com que a empresa do meu pai se fundisse com a dela. Fizemos faculdade juntos e no nosso último ano resolvemos assumir o que sentíamos, aos meus vinte sete anos nos casamos e estamos juntos até hoje. Quebramos nosso olhar quando ouvimos o despertador sobre a mesinha começa a tocar. Viro-me para desligar. — Hora de levantar. – Emy diz. — Sim, tenho muito coisa a fazer. — Como sempre. — Vai começar? Ela se levanta colocando seu roupão cobrindo seu pijama. Sento na cama olhando ela ficar emburrada. — Estou cansada Jack, você só sabe trabalhar. Desde do dia que tomou frente daquela empresa você se tornou um robô. Suspiro, já exausto por ouvir o mesmo de sempre. — Emily será que não consegue entender? — Não, e nunca irei. — O que quer? Levanto da cama indo na sua direção. — Me diz amor, o que quer? Ela suspira deixando os braços cair na lateral do seu corpo. — Apenas chegue no horário do jantar. Me aproximo pegando no seu rosto. — Ok. Eu chegarei, satisfeita? — Muito. Quando vamos selar nossos lábios, um grande estrondo pela porta do quarto é soado, Emy se assusta, mais eu não. Me afasto dela e me agacho esperando uma grande bola de pelo pular no meu colo. — Max! Bom dia, que bom ver você garotão! Meu Husky começa a latir fortemente lambendo todo meu rosto, vejo Emy revirar os olhos e nos dar as costas entrando no banheiro, dou os ombros e continuo dando atenção a meu companheiro. Max é um cachorro muito especial, seu pelo branco com a coroa marrom e olhos azuis é uma das características de sua raça. Os Husky Siberianos são bem amigáveis ao contrário do que dizem por aí. Minha mulher nunca gostou de animais, e deixa claro que detesta os bichinhos e quando Max entrou em nossas vidas ela surtou, mas sou teimoso demais para receber ordens quando fico obcecado em algo. E depois de muitas brigas, ela cedeu com a condição de manter ele longe dela, bom isso foi impossível porque quem corre dele é ela. Já, por outro lado, meu cachorro não é fã dela. — O que você quer? – Começo a rir fazendo carinho no seu rosto peludo. Ele senta e fica me observando enquanto eu me levanto. — Já sei, está com fome? Ele começa a latir. — Jack! Faça esse cachorro calar a boca. – Emy grita do banheiro. Reviro os olhos. — Vamos lá amigão, tem gente que acordou m*l-humorada. Saímos do quarto, descemos as escadas, passo pela cozinha, com uma grande porta de vidro que se dá para o jardim da minha casa, ando alguns metros e chego em um pequeno canil aonde eu construir para Max, como se fosse sua casa, porém esse espertinho fica mais fora dela. Coloco sua comida e ele come calmamente saboreando sua ração. Volto para dentro para poder me arrumar para ir à empresa, subo de novo as escadas e vejo minha esposa em frente ao espelho. Ando até ela paro atrás do seu copo semi nu. — O que foi? — Você não sabe como sinto saudades. – Toco seu ombro. — Lembra que o médico disse? — E tem como não lembrar dessa merda? Passo a mão nos meus cabelos, frustrado por não poder tocar na pessoa que amo há mais de um ano. — Jack. — Me deixa Emily, eu entendo. Pelo menos tenho tentado todos os dias. Deixo ela para trás e sigo para o banheiro para tomar banho. E antes que possa entrar: — Não me espere para tomar café. — Amor! Fecho a porta. (...) Entro no carro, coloco minha pasta preta do lado passageiro, aperto o botão no painel do carro que liga em segundos, em seguida o botão para abrir o portão e segui em direção ao trabalho. Alguns minutos dirigindo o sol bate bem de frente atrapalhando um pouco minha visão, viro a esquina e entro em uma rua com pouco movimento, estico a mão até o porta luva e quando vou pegar o óculos cai no chão do carro devido a um buraco que desviei. — Mais que merda! De olho na via, e tentando pegar o meu óculos e rapidamente eu consigo pegar, mais quando ergo meus olhos uma maluca está atravessando a rua sem olhar. Buzino e ela simplesmente para na frente do sinal verde, mais a minha velocidade não é favorável a distância para frear. Mais por frações de segundos eu paro mais a mulher se joga no chão. — Era só que me faltava. Saio correndo do carro, me ajoelho no chão olhando a garota largada no chão. Cutuco seu braço. — Está tudo bem? – Ela se meche gemendo. — Você sentido dor? Consegue levantar? Ela aperta os olhos e abre lentamente me olhando. Viro minha cabeça para todos os lados e ninguém está na rua. Volto a olhar aqueles olhos castanhos, e engulo a seco. Uau! — O que aconteceu? Pisco várias vezes. — Fique calma, irei fazer uma autoavaliação para saber se quebrou algo. Faço uma mera avaliação como minha mãe, a melhor médica de Chicago, me ensinou. — Bom, parece que você está inteira. Ela não diz nada, apenas olha para cima e para os lados parecendo atordoada ou deve ser só maluca mesmo. — Melhor eu chamar uma ambulância. Ela arregala os olhos. — O quê?! Franzi a testa. — Eles não podarem fazer nada neste momento, só faça o seu trabalho. — Do que está falando garota? — Você não é meu guia espiritual? Fecha a olhos novamente e relaxa seu corpo no asfalto. Essa mulher é totalmente doida, era só o que me faltava. — Você está drogada? Ela abre os olhos rapidamente. — Vem, vou te levar ao hospital, lá eles saberão o que fazer com seu estado. Ela começa a levantar rápido demais e vejo que irá cair para trás novamente e então pego-a, e por um instante ficamos próximos o suficiente para eu encarar seus olhos novamente. Seus lábios rosados, pele meio pálida... Analiso todo seu rosto enquanto ela faz o mesmo com meu. Ajudo ela a levantar e ficamos um de frente para o outro. — Está vendo a confusão que causou? Não sabe olhar por onde anda? — Espera! Ela balança a cabeça e coloca as mãos na cintura, e me olha feito louca com o cabelo todo bagunçado, o que a deixou meio engraçada, dando jus ao seu jeito avoada. — Você não é meu guia espiritual! – Faz um ô gigante com a boca. — Você acabou de tentar me matar. — O quê?! — É isso mesmo, você quis passar com seu cavalo motorizado por cima de mim. Cavalo? — Garota escuta aqui você que se jogou na frente do meu carro, você teve sorte que consegui frear no tempo certo, sabe o problema que iria causar? — Haha! Olhe ali, a faixa de pedestres. Não seja um i*****l e assuma que tentou me matar. — Haha... – Começo a rir de nervoso. Dou meia volta coçando a cabeça. — Garota, olhe ali. – Aponto pro sinal. — Estava na minha vez de passar. Eu buzinei, não vai me dizer que além de surda é cega! Ela faz um jeito como se estivesse se preparando para ir à guerra. De onde ela saiu? — Agora vai colocar a culpa em mim? — Tu tem parafuso solto, né? Escuta aqui, garota você estava em outro planeta que nem olhou para o lado e sem falar quase se matou, com certeza, suas drogas estão estragas. Você completamente doida. — Veja lá como fala comigo cavalgadura! Aqui não tem nenhuma doida. – Aponta o dedo para mim. — Você estava correndo como se estivesse em uma corrida. — Além de ser suicida, é maluca. Era só que faltava para completar o meu dia! Falo colocando as mãos na cintura. — Eu não tentei matar você, quantas vezes terei que repetir garota. Você tem sorte de não ter causado nenhum estrado no meu carro, porque o p*******o de todo o prejuízo seria seu. Ela dá uma risada sarcástica. — Você está brincando, né? Porque isso que acabou de dizer é brincadeira. Você quase me mata, está de s*******m. Me culpando por dirigir feito louco, não vejo outro lunático. Essa garota realmente está me tirando do sério. — Olha aqui, sua selvagem. – Quando digo isso, seu queixo cai. — Você não irá me fazer sentir culpa por sua maluquice. Preste atenção na próxima, talvez não tenha sorte. Ainda com as mãos na cintura, olha para cima e suspira. Ela não sabe com quem está falando? — Exijo que retire tudo que disse e peça desculpas. — Que merda você acabou de dizer? Não, não, não, melhor não dizer porque se não sou capaz de dar vários tapas nessa sua cara de playboy mimado. Fico chocado com que acabo de ouvir. — Peça desculpas agora, sua garota insuportável! – Minha voz sai como um trovão. — Nem fudendo! Nem que o papa me pedisse, e nem que chovesse canivetes você ouviria desculpas minha. O único que tem que pedir desculpas é você. Olho meu relógio e vejo quanto tempo eu perdi com essa selvagem. Nunca dou o luxo de passar meu tempo nem com pessoas da minha empresa e pela primeira vez fiz isso com essa maluca qual nem conheço. — Estou perdendo o meu tempo aqui com você, estou vendo que está muito bem, era apenas efeitos das suas drogas estragadas, ou deve que a maluquice é de nascença mesmo. Dou as costas para ela e ando até meu carro, paro na porta e olho para ela. — E vê se desta vez não se joga na frente do meu carro. Ela me olha super irritada. — TOMARA QUE SEUS QUATRO PNEUS FUREM! Ignoro sua maldição contra mim e lembro do quanto estou atrasado... ... E tudo por causa daquela selvagem lunática. Tomara que meu dia não piore. °•°♤°•°
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