"Erros são Erros"

1544 Words
| Atenção! Esse capítulo pode acabar causando "certos gatilhos", e não é de recomendação para menores de 18 anos. | Depois que descobri a doença, me preucupei. Eu não sei ao certo oque sinto, parece que tudo é tão contra mim. Minha tia não aceitou que eu fizesse o tratamento, pois ela não aceita gastar seu dinheiro com essas besteiras. "Como se bebidas alcoólicas fossem necessárias". _________ Eu vivo sempre a mesma rotina, as mesmas coisas. Preciso ocupar minha mente com coisas que não sejam cobranças. Preciso sentir minha mente plena, meu corpo relaxado. Um cansaço mental que atinge o físico. Queria voar como os pássaros, mas cortaram minhas asas. Já se passou dois anos desde a descoberta da Gastrite Crónica, eu nunca mais fui ao médico. Eu até havia começado a trabalhar para tentar comprar os remédios que minha tia recusou a pagar, mas no meu primeiro p*******o, ela pegou o dinheiro, e disse que esse dinheiro era dela, pois era uma forma de eu pagar as minhas despesas. Já era de se imaginar que ela teria essa atitude. Eu venho tentando lidar com as dores frequentes no meu estômago. A cada dia, a cada noite, aquilo me tortura. Mas oque mais dói é saber que metade dessa dor é psicológica. Já faz tanto tempo desde quando perdi meus pais, a culpa ainda me persegue por ter desencadeado tudo aquilo. Sinto falta deles, mesmo com meus 16 anos, dói aceitar a perda de pessoas tão queridas. Todos nós temos defeitos que podem machucar, mas são eles que nos faz ser únicos. Eu perdôo com muita facilidade, mas sou culpada com muita rapidez. Eu me sinto dependente emocional da minha tia porque ela me lembra meu pai quando bebia, por mais que eu não fosse bem tratada, mas era uma lembrança. "Erros são Erros" Mas eu sempre os perdôo. Eu quero uma palavra de apoio, uma mente amiga. Não tenho em quem confiar, eu sei que isso é r**m, mas, fazer oque? "Todos te julgam, não importa o quão aperfeiçoado aquilo está. A verdade é que sempre haverá imperfeições numa mente orgulhosa e imperfeita." Parece infantil, mas eu amaria colocar minha cabeça em um colocar confortável e receber carícias em meus cabelos. Isso me lembra tanto minha mãe... Eu só quero ser amada. Eu só quero tirar esse peso que carrego a tanto tempo. Eu amaria estar somente em um sonho, seria tão bom. Enquanto as garotas da minha idade costumam flutuar num mundo superficial. Eu estou presa no abismo, vendo e sentindo minha esperança me ameaçar a sumir. Eu só queria ter alguém em quem confiar, em quem pudesse me apoiar ao invés de cobrar, alguém que pudesse me amar. Os dias passam, e sinto cada vez meus ombros mais cansados do que nunca, parece que tudo tenta me derrubar, mas eu acho que já estou no chão. Desabafos se tornaram somente versos tristes e melancólicos postados numa conta anônima na web, a procura de alguém que possa entender a dor que sinto, por mais que até agora não tenha adiantado nada. A cada dia as dores no meu estômago vem aumentando e me amedrontando, isso se torna um lembrete de que minha saúde está a piorar em tamanha calamidade. Eu tento ignorar as dores assim como minha tia ignora minhas súplicas por ajuda. Eu tenho sonhos, mas o medo corta minha vontade. Estou entre o querer e poder. Eu quero, mas sei que não posso. Minha rotina sempre a mesma, eu trabalho em silêncio, e assim juntando dinheiro escondido para ao menos comprar remédios para acalmar a dor. Sei que posso estar me matando, mas não há pra onde correr. Eu nunca tentei me machucar fisicamente, pois meu estômago já faz isso por mim. Atrás das noites frias e silenciosa, há choros silenciosos. Eu nunca desejei a morte, mas sempre desejei a paz. Mas é como dizem, "Antes da paz, vem a tempestade". Pela janela do meu quarto, é possível observar crianças felizes brincando na porta da casa á frente. E pensar que um dia eu já fui assim. Aquele aperto no coração, aquela dor... Eu só queria não ser o erro da história. Os dias parecem se arrastar, cada um mais difícil que o anterior. O tempo passa, mas as feridas emocionais e físicas continuam a sangrar, sem a menor esperança de cura. Sinto-me à beira de um abismo, onde tudo que faço é tentar manter o equilíbrio, mas o vento das adversidades insiste em me empurrar para baixo. A cada noite, ao deitar, fico olhando para o teto, esperando que o sono me leve para um lugar onde a dor não exista. Mas isso raramente acontece. Os sonhos, quando vêm, são confusos e me deixam ainda mais ansiosa. Acordo mais cansada do que quando fui dormir, mas levantar é uma obrigação. No trabalho, evito o contato visual com as pessoas. Sei que, se olharem nos meus olhos, poderão ver o peso que carrego. Às vezes, eu me pergunto se alguém percebe, mas ninguém nunca disse nada. E, de qualquer forma, não estou certa se quero que alguém diga. A vulnerabilidade é algo que tento esconder, mesmo sabendo que está evidente em cada movimento que faço. Eu tento manter a esperança de que algo mudará, que um dia acordarei e tudo estará diferente. Que terei forças para lutar, que alguém verá a dor que sinto e estenderá a mão. Mas, quanto mais o tempo passa, mais percebo que talvez isso seja apenas uma ilusão. O que resta é sobreviver, dia após dia, tentando encontrar algum sentido nessa existência marcada pela dor e pela solidão. Os dias continuam a se misturar, cada um tão sombrio quanto o anterior. A sensação de estar presa em um ciclo interminável de dor e solidão se intensifica. Às vezes, eu me pergunto se a vida sempre foi assim, ou se essa escuridão que me envolve é apenas uma fase que parece interminável. Quando olho para o mundo ao meu redor, tudo parece seguir em frente, mas eu estou congelada no tempo. As pessoas passam por mim com seus próprios problemas, suas próprias batalhas, mas eu me sinto isolada, como se houvesse uma barreira invisível que me separa do restante do mundo. Essa barreira é construída pela dor que sinto, pela saudade que carrego, pela desesperança que lentamente se instalou em meu coração. O trabalho, que deveria ser um alívio, se tornou uma prisão. Cada tarefa que realizo é uma luta contra o esgotamento físico e emocional. Meu corpo dói, minha mente está exausta, mas ninguém parece perceber. É como se eu fosse invisível. Talvez eu seja. Talvez eu tenha me tornado uma sombra da pessoa que fui um dia, uma versão fraca e triste de mim mesma. A cada vez que a noite chega, sinto o medo crescendo dentro de mim. Medo do que está por vir, medo do que o futuro reserva. Mas também há um desejo profundo de que a noite nunca termine, de que eu possa me esconder na escuridão, longe dos olhos julgadores, longe das responsabilidades que nunca consigo cumprir. Meus sonhos... ah, como eu gostaria que fossem uma fuga. Mas até nos sonhos sou assombrada pelos meus medos, pelas minhas falhas. Acordo mais cansada do que antes, desejando que o sono me leve para um lugar onde a dor não exista, onde eu possa ser livre para viver sem esse peso constante em meus ombros. Eu me pergunto se essa luta constante é tudo o que a vida tem para me oferecer. Se é esse o meu destino, lutar contra uma maré que nunca recua. Às vezes, acho que não posso continuar, que estou à beira de desistir. Mas, mesmo assim, há algo dentro de mim que me mantém de pé, que me força a dar mais um passo, a enfrentar mais um dia. Talvez seja a esperança, aquela esperança teimosa que se recusa a morrer. Ou talvez seja o medo de que, se eu desistir, nada mudará, e tudo o que terei deixado para trás será um rastro de dor e arrependimento. Mas, por mais que tente manter essa esperança viva, ela está se apagando lentamente, como uma vela que queima até o fim do pavio. Eu não sei quanto tempo mais posso suportar, quanto tempo mais posso continuar fingindo que está tudo bem, quando tudo o que quero é gritar, chorar, e pedir ajuda. Mas pedir ajuda... essa é uma fraqueza que não posso me permitir. Porque, no fundo, sei que ninguém ouviria. E, se ouvissem, o que poderiam fazer? Não, a ajuda que preciso não virá de fora. Precisa vir de dentro, precisa vir de mim. Mas, onde está essa força? Onde está essa coragem? Eu a perdi em algum lugar ao longo do caminho, e agora estou aqui, sozinha, tentando encontrar uma maneira de seguir em frente. E assim, os dias passam, as noites se arrastam, e eu continuo aqui, à espera de algo que talvez nunca chegue. Mas, por enquanto, tudo o que posso fazer é sobreviver. Um dia de cada vez, uma batalha de cada vez, até que, talvez, algo mude. Ou até que eu mude. Cada um tem seus problemas, porque olhariam e se importariam comigo? Eu terei que me ajudar, basta forças agora...
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