Encerrei meu expediente na empresa, já tendo finalizado todas minhas ações necessárias do dia e segui para uma das minhas boates lucrativas. As dançarinas estavam se preparando para a apresentação, garçonetes limpavam as mesas ainda sem seus uniformes e o bar estava sendo abastecido.
— Libera degustação na primeira e depois, cobre cada grama. Só sai se pagar. — Determinei ao olhar bem a remessa da noite.
— Sim, senhor.
Me afastei, indo direto para o carro. Poderia estar em Nova Iorque em uma hora e meia se pegasse a décima quinta até a via Penn Square.
Anastácia estava deitada no sofá com um livro quando entrei no apartamento. Marina deveria estar em sua casa já há um tempo, afinal, seu expediente fora encerrado. Minha noiva sentou, fazendo com que seu cabelo escovado caísse como cascata nos ombros e costas.
Senti falta do jeito selvagem que seus cachos ficavam no fim do dia, mas estava bonita do mesmo jeito. Usava uma camisetinha de alça sem sutiã e short de tecido, que ao ficar de pé, vi que era curto e justo.
— Adorei a roupinha. — Dei uma puxada no short na frente. Ela riu e relaxou quando passei meu braço por sua cinturinha, puxando-a para frente.
— Olá, linda.
— Oi. — Suspirou e ficou na ponta dos pés.
Tomei sua boca em um beijo, cheio de t***o e para minha completa surpresa, saudade. Ela correspondeu com fervor enquanto eu agarrava sua b***a e a colocava em cima da mesa. Entre suas pernas, sem parar o beijo, senti sua mãozinha desfazendo o nó da minha gravata, afrouxando e abrindo os botões.
— Você fica muito bonito vestido assim…
— Obrigado, eu acho. — Chupei seu lábio.
— Não quer sair dessas roupas? Olhei em seus olhos.
— Você me quer nu o mais rápido possível ou apenas subir para tomar banho e jantarmos juntos?
— A segunda parte. — Encolheu os ombros. — Depois… podemos voltar para os treinos pré-casamento.
— Preparou o jantar?
— Fiz ravioli com a massa que Marina me ensinou. Ela disse que dependendo do recheio, você não deixa um na panela. Fiz com a carne assada, desfiei e enrolei. Molho de tomate não é fresco como em casa, mas está igualmente bom. — Tagarelou, parecendo nervosa. Eu não sabia o que a deixava tão agitada, mas iria descobrir.
— Se importa se escolher um filme para assistirmos?
Raramente ficava parado para assistir qualquer coisa. A televisão da minha casa era meramente decorativa. Às vezes, Marina ligava para assistir uma novela, mas nunca foi algo que me interessou. Com ela, poderia tentar.
Assenti e subi a escada.
Tomei banho e foi estranho ver o closet tomado por coisas femininas. Fernanda e eu nunca dividimos o quarto para que eu soubesse como realmente era a experiência de viver com uma mulher.
Voltei para o andar de baixo usando apenas uma calça de pijama.
Deixei minha arma na mesinha e ela estava na cozinha, servindo nossos pratos.
— O cheiro está bom. — Me aproximei. — Espero que não queira me envenenar para se livrar do casamento.
— Não faria isso. Minha família poderia me entregar para um casamento pior, já que ficou claro que temos muito mais mulheres do que homens em boas posições para o casamento. — Sorriu e apontou para o vinho.
— Abra, por favor.
— Então você prefere manter o casamento comigo? Acho que sou um bom partido. — Puxei a rolha, ela pegou e cheirou.
— Sim, você é. E ainda tem o bônus de que é bonito de se olhar. — Sorriu e me inclinei, roubando um beijo. Felizmente, ela retribuiu, relaxada e parecendo querer aquilo.
Era r**m da minha parte analisar todas as ações dela como se esperasse um golpe, mas era assim que havia sido criado e não sabia confiar totalmente.
Meu primeiro casamento foi a prova de que era impossível entender outro ser humano. Com ela, estava me esforçando para não ser igual. Se eu estava preso a isso, me recusava a conviver superficialmente com uma esposa, ainda mais com a pressão de produzir herdeiros nos próximos anos.
Ficamos no balcão mesmo, sem nenhuma necessidade de bagunçar a mesa. Ela me esperou provar com expectativa.
— Então? Gostou? — Quase pulou no lugar.
— Está um pouco diferente da massa tradicional, o que você fez?
— Está r**m? — Entrou em desespero.
— Não disse que estava r**m, apenas diferente. Então? O que fez?
— É sem glúten! — Abriu um sorriso. — Estudei uma maneira de criar as massas tradicionais que mais comemos, só que de um jeito mais saudável. Meu professor disse que era muito complicado e eu não aceitei.
— Está bom, de verdade. Parece mais leve.
— Senti que ficou um tanto farinhento, não sei dizer. Talvez precise misturar melhor, mas deu liga e cozinhou. É o que importa. — Seu sorriso orgulhoso era como o sol, brilhando por todo lugar.
Ela ficou animada por eu ter gostado. Estava realmente bom, apenas diferente. Não tirava o sabor e delícia do jantar, que ela deve ter passado boa parte do dia estudando e se dedicando. A sensação de comer massa sem glúten era de não ficar com o estômago pesado como costumava após ter refeições tão tradicionais.
Lavamos a louça e deixamos a cozinha limpa, pegando as taças e seguindo para a sala. Anastácia ligou a televisão, mexendo em um aplicativo, jogando as pernas em cima de mim enquanto eu olhava meu telefone.
Carlo estava me atualizando sobre um grupo de albaneses que estava fugindo depois do meu ataque na noite anterior. Apesar de manterem parte da minha atenção, meu território tinha umas pragas em duas rodas que davam muito trabalho.
“Fiquem de olho. A festa estará lotada e eles devem fazer uma graça”.
“Verifiquei que estão com um evento no sul da cidade. Devemos ir lá?” Carlo respondeu e ri. Depois da noite anterior, meus homens estavam com a adrenalina a mil e com desejo de sangue.
“Não vá com muita sede ao pote. Essa noite, apenas proteção. Atacamos outro dia”. Enfiei o telefone no bolso e voltei minha atenção para Anastácia, que deu play em um filme colorido com o símbolo da Disney.
— O que é isso? — Acariciei sua perna, louco para pegá-la e colocála em meu colo.
— Aladdin. — Me deu um olhar. — É divertido. Não tem nada sangrento ou uma grande trama, mas tem música e diversão.
— O que é Aladdin? — Virei o rosto e ela me encarava como se eu fosse maluco.
— Você estava em Marte? Qualquer pessoa conhece as histórias da Disney. — Pegou sua taça de vinho e deu um gole.
— Não sou qualquer pessoa e quero saber o que vou ganhar ao me submeter a essa tortura colorida e ainda por cima, musical. — Me aproximei e beijei seu ombro. Anastácia apenas se encolheu, como quem não queria se comprometer com uma resposta, mas seu olhar me disse outras coisas. — Depois podemos assistir ao meu tipo de filme?
— E como é?
— Envolve um tanto de gemidos, mas é bom.
— Eu nunca assisti pornô — confessou, com as bochechas vermelhas.
— Sem rir de mim. Sempre achei que eram agressivos.
— Alguns são sim. Assim como os filmes convencionais, têm diversas categorias.
Com cuidado para não virar seu vinho em nós, peguei-a e coloquei-a em meu colo. Aladdin iria ficar para outro dia. Peguei o controle de sua mão e digitei o código dos canais adultos, mudando para as categorias femininas de romances eróticos. Ela ficou bem atenta, lendo as sinopses e escolheu um no qual o protagonista era CEO com atividades duvidosas.