CAPÍTULO 16 (ANASTÁCIA)

898 Words
— Pensei ter ouvido que Maria seria a escolhida do Romano. — Sra. Ferraz falou antes de tomar seu chá. — De todas as meninas solteiras, nunca imaginei que alguém escolheria a Anastácia. Estou sendo apenas sincera, ela é tão incomum. O tipo de escolha improvável. Filha da p**a. — Anastácia não é incomum, ela é única. Minha filha é inteligente e capaz de pensar por si só. Minhas filhas podem parecer diferentes em personalidade, mas ambas são meninas maravilhosas. Romano escolheu a minha Ana porque foi capaz de ver quem ela é. — Mamãe retrucou e eu bufei. Maria cobriu minha boca. Romano olhou tanto para minha b***a em nossos encontros, que me fazia crer que ele viu meu corpo e não meu cérebro. — O que vocês duas estão fazendo? — Papai cochichou ao nos ver agachadas próximo a escada, ouvindo a conversa das matriarcas que mamãe convidou para um chá. — Fofocando. — Abri um sorriso. — Se comportem. — Ele riu e passou para seu escritório. Mamãe saiu de seu lugar e com medo de sermos pegas ouvindo conversas alheias, minha irmã e eu saímos correndo. Entramos no meu quarto e voltamos a dobrar minhas roupas para minha temporada em Nova Iorque. Não daria tempo de voltar antes do casamento, então estava adiantando toda minha mudança para ser organizada na minha futura casa e parte, para o apartamento em Nova Iorque que ficaria nos próximos meses. Papai jogou a responsabilidade no peito de Romano acreditando que meu noivo se importaria que eu vivesse sozinha em uma cidade antes do casamento. Ele não queria ser o vilão, mas ficou chateado quando meu futuro marido ligou, informando de todos os arranjos da minha ida. Mamãe deu um ataque, papai esfregou o rosto e eu tentei não rir. Meus pais, mais especificamente minha mãe, estavam me enlouquecendo com os preparativos do casamento. Tanto eu quanto Romano concordamos na maioria das coisas e fomos vencidos pela insistência da minha mãe. Ela queria um show. Depois de relutar, decidi deixar que ela fizesse o que bem entendia. Só opinei nas cores, flores e no vestido. Não confiava nem um pouco que mamãe não me vestisse como uma boneca. Todo o restante, joguei nas mãos dela. Não importava o quanto reclamasse, ela falava até minha cabeça doer. Eu precisava me afastar dessa loucura ou teria um ataque histérico. Em Nova Iorque, uma senhora viúva moraria comigo, sendo a governanta. Tudo para garantir que eu não ficaria sozinha com Romano antes do casamento. A única coisa boa em tudo isso é que minha irmã foi autorizada a viajar um mês antes dos nossos pais para ficar comigo, conhecer a cidade e me ajudar nos preparativos finais do casamento. Apesar de amar a minha família e parte do meu coração estar muito apertado por ficar longe deles, eu estava ansiando um pouco de liberdade. A loucura de fingir que esse casamento era meu maior sonho estava me consumindo. Eu sabia que não podia ceder na imagem de garota satisfeita. Papai me olhava cheio de culpa quando pensava que não estava percebendo. Ele entrava no meu quarto à noite e me dava beijos de boa noite, dizendo que me amava. Eu sabia que não estava fácil para ele também. Haviam muitos cenários na minha mente e ainda estava temerosa, mas precisava admitir que ter autorização para sair com Romano antes da aliança parar no meu dedo relaxou alguns dos meus nervos. Em primeiro lugar, a coisa física parecia que ia funcionar. Ele me atraía, beijava muito bem e me deixou bem sonhadora sobre outras coisas importantes entre um homem e uma mulher. Em segundo lugar, estava esperançosa que poderia ter uma vida o mais comum possível. Ele disse sobre trabalhar, o que me animou muito, além de poder continuar estudando. Quando pedi, com ódio, autorização para estudar em Nova Iorque durante o verão ele sequer pestanejou e apenas algumas horas depois, tinha tudo organizado. Romano era controlador como todo homem da famiglia, fazia parte do DNA deles, mas ele não estava me impedindo de absolutamente nada e isso era um refresco. — Eu vou sentir sua falta! — Maria me abraçou apertado. — Estou feliz que vai realizar seu sonho de conhecer Nova Iorque. Romano falou alguma coisa sobre a lua de mel? — Ele disse que não poderemos nos afastar por muito tempo, devemos ficar na sua casa de campo por alguns dias e viajar no final do ano para algum lugar de praia. Esse casamento não é por amor, Maria. Não faz nenhum sentido esperar movimentos românticos. — Segurei seu rosto. — Prometa que não vai ficar maluquinha com a mamãe. — Eu prometo. — Ela começou a rir. — Ansiosa para te encontrar em algumas semanas! Será que enquanto estiver lá, vai poder viajar para outros lugares pelo menos nos finais de semana? — Sozinha? Duvido muito. Romano é ocupado. — Bem, depois de casada, ninguém vai poder te impedir. — Ela sorriu. Sempre esperançosa. — Ai, vou sentir sua falta! — Me abraçou de novo. — Vamos aproveitar as horas que temos juntas. O que quer fazer? — Não sei. Vamos conferir seus documentos e a bolsa de mão, depois, vamos assistir filmes até a hora de sair. Deixamos tudo organizado no canto e nos refugiamos na cama, assistindo filmes de meninas enquanto o chá acontecia no primeiro andar.
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