CAPÍTULO 18 (ANASTÁCIA)

1227 Words
Tomei banho para me acalmar e escolhi um vestido rosa escuro que minha mãe me deu. Era de alças, justo ao corpo e caía até o meio das minhas coxas. Prendi o cabelo, passei desodorante, perfume e analisei minha aparência antes de sair do banheiro. Romano estava do lado de fora, na varanda, olhando a cidade com as mãos enfiadas no bolso. Desembalei nosso lanche, arrumando na mesa e dei uma mordida no cachorro-quente, colocando mostarda e soltando um gemido. Era meio seco, pelo menos a parte do pão, mas gostoso. Romano parou atrás de mim e me abraçou, beijando meu pescoço e mesmo de boca cheia e concentrada no meu lanche, fiquei toda arrepiada pelo contato. Inconsciente, inclinei a cabeça para o lado, dando espaço para os seus lábios tocarem a minha pele. Suas mãos desceram da minha cintura para o quadril e me perguntei por que era muito bom sentir o corpo de outra pessoa contra o meu. — Linda, cheirosa… — Afastou um pouco e me olhou dar outra mordida. — E faminta. — Brincou dando mais um beijo e pegou um cachorro-quente para si. Querendo mostrar que não estava repelindo seu toque, sentei ao seu lado e apoiei minha perna na sua. Ele acariciou minhas panturrilhas, me olhando enfiar um monte de batata frita na boca. Não era nada sexy, mas eu não era autorizada a comer nada daquilo. Podia parecer muita sede ao pote e eu tinha que tomar muito cuidado para não ganhar peso ou não caberia no meu vestido. Falamos sobre o casamento e rimos um pouco do ataque histérico da minha mãe com cada nova situação do casamento. Achei engraçado que ele ironizou a quantidade de convidados. Depois, falamos sobre seu apartamento, uma cobertura em uma área nobre na Filadélfia e havia a reforma da mansão Carlucci, que ele herdou quando sua família faleceu. — Sinto muito pelo seu tio e primo. — Toquei seu braço. Ele estava muito sério. — Não tem problema, já passou. — Pegou minha mão e beijou. — A mansão é ideal para os planos futuros, além de ter espaço para atividades ao ar livre… filhos. Engoli seco. Peguei o copo de refrigerante e dei um gole. — Você quer ter filhos imediatamente? — Olhei em seus olhos. — Não tão imediatamente, daqui a uns dois ou três anos. É importante que eu tenha herdeiros e não corra o risco de não ter. — Esclareceu e senti uma dorzinha no coração de que filhos eram para um fim e não porque queríamos como casal. — Você quer ser mãe? — Sim, sempre quis. Meus pais biológicos não eram muito afetivos e muito menos pareciam gostar de mim. — Desviei meu olhar para a cidade. — Quando fui morar com meus tios, que são meus pais para todos os efeitos práticos e emocionais, eu conheci um lar totalmente diferente do meu. Papai nunca se importou com a pressão de ter herdeiros, mas sendo a filha mais velha, acho que preciso produzir dois meninos. — Soltei uma risada seca. — Teremos filhos quando você se sentir confortável. Apesar de não ter familiaridade com crianças porque não tenho nenhum parente vivo para treinar, eu quero ter filhos. Confesso que no momento, é para ter um herdeiro, mas não vou negar meu desejo se o nosso relacionamento chegar a um nível confortável no qual nós dois vamos sonhar com isso. — Ele esticou a mão e segurou meu queixo. — Sou um homem prático, Anastácia. Direto ao ponto. Não vou te adular com promessas e te fazer acreditar que tenho sentimentos, porque não tenho. Pensei em você a todo momento e acredito que podemos ser mais que completos estranhos envolvidos em um casamento político. Se você quiser tentar algo mais, eu irei. Suas palavras chegaram como uma tijolada, levei um tempo para absorver sua honestidade e no fim, fiquei grata. Era muito melhor uma sinceridade crua do que mentiras que me fizessem acreditar que nosso casamento era um conto de fadas. Havia uma centelha de esperança de que um dia, poderíamos ser mais que estranhos. — Eu também quero tentar — falei baixo. Ele se inclinou e me deu um beijo suave nos lábios. Aproveitei que estávamos sozinhos e aprofundei, não querendo desperdiçar nenhuma oportunidade. Acordei com um barulho baixo que não consegui identificar. Havia um cheiro de sabonete masculino flutuando no ambiente. Estava deitada no sofá, com uma colcha cobrindo minhas pernas e me senti m*l por ter cochilado depois da comilança. Provavelmente entrei em coma induzido por comida. Romano desceu a escada apenas com uma calça de pijama, exibindo seu torso torneado com algumas tatuagens assustadoras e cicatrizes extensas bem evidentes. Ele diminuiu ainda mais as luzes e puxou a colcha, sinalizando para que eu chegasse para o lado. Ele ficou próximo ao encosto e me virei, analisando seu peitoral. Toquei uma cicatriz com tatuagem de uma coluna humana acompanhando-a. — Dói? — Passei a ponta do meu dedo. — Não. É antiga. — E essa? — Apontei para uma mais avermelhada. — Parece recente. — Não dói mais. — Como conseguiu? Foi depois do nosso noivado? — Foi em uma luta. Ele usava uma faca e me cortou e sim, foi depois do nosso noivado. Coisas assim acontecem… — Mamãe nunca nos permitiu ver o papai ferido. — Analisei as tatuagens e outras cicatrizes pequenas. Havia uma data adornada com uma flor. — Que data é essa? — O dia do falecimento da minha primeira esposa. — Sua voz estava desprovida de emoção. Senti uma pontada infantil de ciúmes e logo reprimi, envergonhada. A mulher faleceu jovem demais e era horrível da minha parte nutrir sentimentos ruins. — Você a amava? — Não. Achei que deveria registrar na minha pele o fim da sua vida, mas não havia amor entre nós. Nunca houve. Fernanda vivia em seu próprio mundo, mesmo quando tentamos uma aproximação que não deu certo. — Ele pegou minha mão e beijou a palma, passando meu braço por trás do seu pescoço, nos deixando ainda mais próximos. Com calma, movi minha coxa para cima de sua perna e ele segurou minha cintura, descendo a mão para minha b***a. Com um movimento súbito, me encaixou nele. Arrepiada, olhei em seus olhos, ansiando seus lábios em mim. Romano não me fez esperar. Matando meu desejo, seus lábios tocaram os meus, aprofundando o beijo e o gosto da sua língua na minha era simplesmente maravilhoso. — Você está bem com isso? — Com beijos? Sim. Espera fazer algo mais hoje? — Meu coração acelerou. — Não vou romper sua virtude. — Me deu um sorrisinho irritante. — Virtude? Não disse se sou virgem ou não… — Joguei. Ele riu mais ainda. — Você pode ter rompido seu hímen, mas ainda é inocente e inexperiente. — Está dizendo que beijo m*l? — Guinchei, tentando me afastar. — Não. — Ele me segurou no lugar. — Seu beijo é uma delícia e causa boas reações ao meu corpo. — Pressionou minha b***a e senti algo duro em minha coxa. Arquejei. Uau. — Digo por todas suas ações. Se você fosse experiente, nós estaríamos fodendo muito gostoso nesse exato minuto. — Fiquei vermelha. — Linda. — Passou o polegar na minha bochecha. — A ideia de f***r te constrange ou te excita? — Um pouco dos dois.
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