CAPÍTULO 30 (ANASTÁCIA)

1185 Words
Romano estava na parte da frente da casa, falando ao telefone com seu conselheiro, um homem robusto com aparência esquisita que conheci no nosso casamento. Ao contrário de Michele, que vivia na minha casa, meu marido não parecia ser muito próximo do seu conselheiro e mantinha uma relação bem distante. Não eram amigos, mesmo com lugares de comando tão interligados. Estava chovendo torrencialmente há algumas horas, a temperatura caiu, mas dentro de casa estava agradável. Estava na cozinha, tentando ouvir o que falava, ao mesmo tempo, preparando o nosso jantar. Fomos ao mercado e compramos algumas coisas para fazermos um fondue. Usando só uma camiseta e calcinha – descobri que era maravilhoso ficar com pouca roupa dentro de casa e estava pensando em aderir – comecei a derreter o queijo, desistindo de ouvir a conversa que parecia tensa e coloquei música, dançando ao redor da cozinha e separando os utensílios que poderíamos usar. Mais do que nunca, gostaria de manter um clima agradável na nossa lua de mel. Passamos o dia muito bem, embora ele fosse um homem de poucas palavras, conseguimos conversar além de toda i********e. Me servi com vinho e reparei que ele estava na porta, só me olhando sem falar nada. Minha mãe estaria horrorizada ao me ver descalça, com o cabelo seco naturalmente, sem usar uma das muitas roupas de núpcias. Ele estava sem camisa, de calça de pijama e sorri, ganhando um pequeno sorriso de volta. Estava começando a entender que Romano não era um homem de muitas expressões, não era caricato e a pessoa boba piadista da relação era eu. — Você vai ficar aí me olhando? — É uma bela visão. — Encostou na soleira. — Descalça e na cozinha? — Brinquei. — Só falta o “grávida”. Entra, está vindo um ventinho frio e eu não quero que a comida esfrie. Ele fechou a porta atrás dele e caminhou na minha direção, parando atrás de mim e me abraçando. Enfiou as mãos por dentro da minha roupa, beijando meu pescoço e beliscou meu mamilo. — Grávida ainda não, mas em breve. — Beijou minha bochecha. — Quer ajuda com alguma coisa? — Quero que arrume a mesa, já estou derretendo o queijo. — Quer um beijo? — Fingiu que não entendeu. Rindo, beijei sua boca e ele logo aprofundou, me pressionando contra o balcão e o empurrei antes que meu queijo queimasse. — Certo. Arrumar a mesa. Belisquei sua b***a, ganhando um olhar surpreso e virei o queijo na panela do fondue, levei para mesa e acendi o pequeno fogo, para manter aquecido. Deixei a música tocando e ao invés de me sentar em uma cadeira, sentei no colo dele. — Acho que devemos aderir esse tipo de acomodação durante as refeições. — Ele deu um beijinho em cada seio por cima da minha blusa. — Duvido muito que vá querer comer todos os dias comigo em seu colo, principalmente que a refeição é um dos meus momentos favoritos do dia. — Soltei uma risada com suas mãos nas minhas costelas e entreguei que sentia muitas cosquinhas. — Não faça isso com sua esposa. — Vou anexar para outro momento. — Se fizer cosquinha, não tem sexo — avisei severamente. Romano apenas sorriu, com um olhar de desafio. — Estou falando sério. — Peguei meu palito, começando a comer. Ele me deu um olhar engraçado, de que não estava nem aí para as minhas ameaças e bebeu seu vinho, com a mão perigosamente perto de onde morria de nervoso. Agarrei sua mão e coloquei no meu seio. As expressões surpresas dele sempre que eu tomava uma atitude mais íntima eram engraçadas. O que ele esperava? Uma esposa que ia aguardar os avanços dele para ter prazer? Não era esse tipo de mulher. Se eu queria, corria atrás. — Podemos voltar no final do ano? — Parei ao lado do carro, enquanto ele guardava as malas. — Acho que o inverno aqui é um dos mais bonitos do mundo. — Sabe esquiar? — Sim. — Abri um sorriso doce. — Aprendi a esquiar no quintal da minha casa na Sicília. — Rebati, rindo. Romano fechou a porta e me deu um olhar sério. — Alguém já te disse que sua boca impertinente pode te colocar em problemas? — Depende. Estamos falando de palmadas? — provoquei de volta. — Eu vou bater na sua b***a se continuar tão espertinha. — Apontou para a porta do carro. — Entra. — Um verdadeiro príncipe abriria a porta para sua dama. — Fiz um beicinho, querendo encher o saco. Vai que a história de tapas na b***a era verdadeira? — A palma da minha mão está coçando. — Ele abriu minha porta meio bruscamente, passei por ele e ganhei um tapa com um senhor aperto na minha nádega. Meu vestido chegou a levantar. — Não sou um príncipe. — falou baixo com minha risada. Me pendurei no carro, que era mais alto, e o beijei. — Sossega, coloque o cinto. Esperei que trancasse a casa e voltasse para o carro como uma mocinha comportada. Ele deu partida, liguei o som e virei, esperando minha resposta. — Não podemos voltar no final do ano ou é um período que tem muito trabalho? — Pensei que quisesse passar as festas de fim de ano com sua família. Eu não costumo comemorar nenhuma das datas, ano passado fui jantar com Carlo e Penny, mas logo saí para trabalhar. — Ele estava concentrado descendo a colina. — O inverno tem três meses, podemos passar as festas com meus pais ou podemos passar sozinhos. Talvez convidar Carlo e Penny. — Coloquei minha mão na sua perna. — Somos uma família agora... eu e você. — Não quero que pense que estou te afastando dos seus pais. Sei o quanto é ligada a eles, sua irmã pode vir nos visitar sempre que quiser. — Pegou minha mão e beijou. — Duvido muito que meus pais autorizem minha irmã vir, eles acreditam que poderão atrapalhar nossa vida a dois, mas eu vou tentar que ela venha para passear, já que não conseguiu dessa vez. — Fiz uma pequena careta ao lembrar de Marcelo. Fiquei arrepiada e olhei pela janela. — Não quero ficar reclamando na sua cabeça, mas o que aconteceu foi o indicativo que deve sempre seguir as ordens, mesmo quando estiver irritada. A religião do Romano era me proteger. Era bom porque queria o meu bem e r**m porque me sentia sufocada. — Sim, senhor. — Bati continência. — Sra. Carlucci, está se sentindo muito engraçadinha hoje. — Ele sorriu de novo, do jeito que fazia seu rosto inteiro se transformar em algo lindo. Queria emoldurar aquele sorriso. — Tem algo no meu rosto? — Ficou sério. — Você é lindo. Para minha surpresa, suas bochechas ficaram vermelhas e soltei uma gargalhada. Romano ficou quieto por todo trajeto, mas não foi estranho. Embarcamos e como em toda viagem, sendo ela curta ou longa, fechei meus olhos e ignorei que estava muito longe do chão. Pelo barulho das teclas, meu marido passou o voo inteiro trabalhando.
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