Gisella sabia que tinha irritado-os e temendo que retaliassem, guardou todos os seus livros de magia no baú e desfez seu altar.
“Pagará pelas lágrimas que nos fez derramar”, estas palavras ainda ecoavam em sua cabeça, perturbando-a.
Ela sentia que eles a vigiavam, esperando somente uma chance de fazê-la pagar.
Caía uma tempestade aquela tarde e como a energia elétrica acabara, Gisella estava confinada a seu quarto onde, sentada em sua cama lia Um Guia Para Demônios e Fadas. Ouviu uma batida em sua porta e achando que fosse um de seus irmãos, disse:
— Entre, só está encostada.
Mas ninguém entrou. A maçaneta sequer se moveu. Gisella ignorou e continuou sua leitura. Houve outra batida, dessa vez, mais forte.
— d***a. Eu já disse pra entrar. — Ela falou, nervosa e esperou em vão que a porta se abrisse. Irritada, deixou o livro de lado e levantou-se. Abriu a porta e deparou-se com ninguém. — Vocês não tem mais o que fazer, não? — Gisella disse, pensando tratar-se de uma travessura de seus irmãos.
Após encostar a porta, Gisella retornou a cama e retomou sua leitura.
Uma névoa branca saiu debaixo da cama, espalhando-se aos poucos por todo o chão do quarto, mas Gisella não percebeu. Houve outra batida na porta e dessa vez, Gisella se levantou irritada, pronta para dar uma bela bronca nos pestinhas que não a deixavam em paz, foi quando reparou na névoa e se apavorou, pois sabia o que ela significava. Porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, sentiu duas mãos fortes e geladas agarrarem seus tornozelos e a puxarem, derrubando-a.