Vulto

569 Words
Não demorou muito para o garçom trazer o nosso pedido, comi em silêncio enquanto o Gregório me observava, eu já estava completamente sem graça. — Você sempre fica encarando as pessoas assim? — Só as que me interessam. — Ele disse firme. Me engasguei com a batata frita após ouvir a sua resposta... — Calma, respira. Eu tossia sem parar... — Tá tudo bem... Eu tou bem. As pessoas em volta nos olhavam preocupados. — Será que podemos ir? — Pedi envergonhada. — Claro que sim linda. Não sei porque ele me chamava de linda se eu sabia que era horrível. Entramos no carro dele e seguimos para casa. E assim que chegamos decidi perguntar por que ele me chamava de linda. — Gregório? — Sim linda? — Por que me chama assim? Eu sei que não sou bonita. — Ele ficou me olhando em silêncio. Abaixei a cabeça... — Estou cansada acho que vou dormir. Ele segurou no meu braço e se aproximou de mim. — Você é linda Nilai. Ele me deu um beijo lento e maravilhoso. Do nada ele parou o nosso beijo e tirou um pedacinho de alface da sua boca. — Que vergonha, deve ter comida presa no meu aparelho. — Falei envergonhada colocando a mão no meu rosto. — Tudo bem linda, não se preocupe. — Eu vou dormir. — Tá bom, já está tarde. — Boa noite! — Boa noite linda. — Disse sorrindo. Subi para o meu quarto, escovei os dentes, coloquei um pijama e fui dormir. Meses se passaram e eu me alegrava cada vez mais por ter tomado a decisão de ir morar com o Gregório, tudo era tão perfeito, ele era perfeito. Numa certa noite despertei com um barulho alto, não consegui identificar o que era, mas foi algo esquisito. Me levantei assustada olhando em volta do quarto, olhei para a porta do quarto e vi que estava entre aberta, me levantei devagar caminhei ate a porta, abri ela completamente olhei para fora, vi um vulto passando rápido, fiquei com medo e voltei depressa para dentro do meu quarto, fechei a porta e fiquei encostada do outro lado com os olhos fechados. Assim que abri os olhos vi na janela do meu quarto a sombra de algo que eu não consegui identificar, mas tinha certeza absoluta que não era nada humana, dei um grito alto fazendo com que a coisa se afastasse para longe, Gregório não apareceu no meu quarto para saber o que estava acontecendo e isso me deixou ainda mais assustada, corri para a cama e me enfiei em baixo das cobertas sentindo um enorme medo e me perguntando o que seria aquela coisa, sem perceber acabei adormecendo. No dia seguinte acordei pensando se o que havia acontecido na noite passada havia sido real ou apenas um pesadelo, me levantei e fui escovar os dentes, depois saí do meu quarto e fui procurar o Gregório. — Nilai, bom dia! — Bom dia! — Vem tomar café da manhã? Me sentei e comecei a comer os ovos com bacon que estava no meu prato. — Dormiu bem? — Sim. Mas aconteceu uma coisa muito estranha ontem a noite. — O que aconteceu? — Eu não sei se foi um sonho, ou se foi real, mas eu vi algo no meu quarto. — Você conseguiu ver o que era? — Não, mas tenho certeza que não era humana.
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