Não demorou muito para o garçom trazer o nosso pedido, comi em silêncio enquanto o Gregório me observava, eu já estava completamente sem graça.
— Você sempre fica encarando as pessoas assim?
— Só as que me interessam. — Ele disse firme.
Me engasguei com a batata frita após ouvir a sua resposta...
— Calma, respira.
Eu tossia sem parar...
— Tá tudo bem... Eu tou bem.
As pessoas em volta nos olhavam preocupados.
— Será que podemos ir? — Pedi envergonhada.
— Claro que sim linda.
Não sei porque ele me chamava de linda se eu sabia que era horrível.
Entramos no carro dele e seguimos para casa. E assim que chegamos decidi perguntar por que ele me chamava de linda.
— Gregório?
— Sim linda?
— Por que me chama assim? Eu sei que não sou bonita. — Ele ficou me olhando em silêncio. Abaixei a cabeça... — Estou cansada acho que vou dormir.
Ele segurou no meu braço e se aproximou de mim.
— Você é linda Nilai.
Ele me deu um beijo lento e maravilhoso. Do nada ele parou o nosso beijo e tirou um pedacinho de alface da sua boca.
— Que vergonha, deve ter comida presa no meu aparelho. — Falei envergonhada colocando a mão no meu rosto.
— Tudo bem linda, não se preocupe.
— Eu vou dormir.
— Tá bom, já está tarde.
— Boa noite!
— Boa noite linda. — Disse sorrindo.
Subi para o meu quarto, escovei os dentes, coloquei um pijama e fui dormir.
Meses se passaram e eu me alegrava cada vez mais por ter tomado a decisão de ir morar com o Gregório, tudo era tão perfeito, ele era perfeito.
Numa certa noite despertei com um barulho alto, não consegui identificar o que era, mas foi algo esquisito. Me levantei assustada olhando em volta do quarto, olhei para a porta do quarto e vi que estava entre aberta, me levantei devagar caminhei ate a porta, abri ela completamente olhei para fora, vi um vulto passando rápido, fiquei com medo e voltei depressa para dentro do meu quarto, fechei a porta e fiquei encostada do outro lado com os olhos fechados. Assim que abri os olhos vi na janela do meu quarto a sombra de algo que eu não consegui identificar, mas tinha certeza absoluta que não era nada humana, dei um grito alto fazendo com que a coisa se afastasse para longe, Gregório não apareceu no meu quarto para saber o que estava acontecendo e isso me deixou ainda mais assustada, corri para a cama e me enfiei em baixo das cobertas sentindo um enorme medo e me perguntando o que seria aquela coisa, sem perceber acabei adormecendo.
No dia seguinte acordei pensando se o que havia acontecido na noite passada havia sido real ou apenas um pesadelo, me levantei e fui escovar os dentes, depois saí do meu quarto e fui procurar o Gregório.
— Nilai, bom dia!
— Bom dia!
— Vem tomar café da manhã?
Me sentei e comecei a comer os ovos com bacon que estava no meu prato.
— Dormiu bem?
— Sim. Mas aconteceu uma coisa muito estranha ontem a noite.
— O que aconteceu?
— Eu não sei se foi um sonho, ou se foi real, mas eu vi algo no meu quarto.
— Você conseguiu ver o que era?
— Não, mas tenho certeza que não era humana.