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Refúgios da Vida

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Blurb

Ela dança.

Ele corre.

Lúcia perdeu o pai em um acidente de carro quando criança. Hoje aos 18 anos a dança é uma libertação para a garota, é uma forma de manter as memórias de seu pai intactas. Vivia fugindo de tudo e todos até Dario aparecer abalando todo seu mundo, o novato era encrenqueiro e gostava de corridas clandestinas, algo que Lúcia repudiava. Mas Dario também tinha suas próprias dores e mesmo vivendo em mundos diferentes, juntos eles encontrariam o refúgio um no outro. Porque quando a vida machuca demais, um escape é a única saída.

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Capitulo 1
Lúcia Quando se é adolescente você só pensa em cinco coisas, festas, álcool, amizades, sexos e suicídio. Não posso negar que já pensei em algumas delas e isso me tornava uma adolescente normal. Todos tem problemas e isso não significa que eu esteja louca, é apenas uma fase em que passamos por uma crise existencial e que precisamos superar. A infância é a fase mais linda. É onde somos enganados pelos nossos pais e pensamos que o mundo é belo. Talvez ser enganado é melhor que ver a verdadeira realidade, e ter que sobreviver a ela caindo e levantando todos os dias até que você não aguenta mais ser surrado e continua no chão, sem saber como se levantar. Eu não era depressiva ou algo assim, apenas observadora e silenciosa. Tinha poucos amigos e evitava me preocupar com tanto. Observei as folhas da grande árvore cair no meu quintal. Gostava de apreciar o tempo todas as manhãs. Estávamos no outono, era uma estação gostosa e colorida, mesmo que tenham folhas secas espalhadas por todo quintal. Poxa, minha mãe odeia elas e eu sou obrigada a recolhê-las, mas era uma terapia boa para passar o tempo. Tudo deveria estar igual aos outros dias, mas tinha algo de diferente. Um caminhão de mudança na casa vizinha, e eu estava curiosa para saber quem substituiria a família Smith, o casal de velhinhos se mudou há um mês, e particularmente eu gostava deles. Eram silêncios e não atrapalhavam o sono da vizinhança como o vizinho do fim da rua. Adolescentes rebeldes, não tinha saco para eles. E às vezes acho que sou velha demais para minha idade. Na verdade todos pensam assim quando passo por eles. Era a garota estranha. Nunca acreditei em destino ou acaso, na verdade eu não sei em que acreditar. Eu sou só uma garota de 18 anos perdida no mundo. Estou naquela fase que os adolescentes querem jogar tudo para o alto. Moro em Seattle com minha mãe, é apenas nós duas desde que meu pai morreu em um acidente de carro quando eu tinha 8 anos. Foi horrível e tenho pesadelos até hoje com a cena. Estávamos indo ao supermercado comprar algo para o jantar, eram por volta das nove horas da noite. Um carro desgovernado veio em nossa direção e o impacto nos jogou longe, o mais estranho é que o motorista do outro carro tinha sumido sem deixar pistas. Mas o mais estranho ainda é que no meio dos destroços dos dois carros eu encontrei um colar em formato de coração que guardava uma pequena foto dentro. A foto de um garotinho. Eu guardei o colar comigo e tenho ele até hoje, alguma coisa me diz que se eu achar esse garotinho da foto que tenho certeza que não é mais nenhum garoto, eu descobriria algo sobre a morte do meu pai. Mas com o passar dos anos eu fui perdendo as esperanças, acho que era só coisa da minha cabeça, então parei de procurar. Minha mãe me levou a alguns psicólogos e eu precisava encontrar algo para me distrair e apagar esse trauma da minha mente, fazer amizades ajudaria. Só tenho uma amiga, o nome dela é Letícia, uma loira louca, mas ela é legal, a conheço desde criança ela me protegia das outras crianças que faziam bullying comigo. Quem disse que o colegial não poderia ser c***l? Faço dança em um estúdio no centro, no entanto ninguém, a não ser minha mãe e Letícia. Minha mãe gritou por mim e eu fechei as cortinas, desistindo de espiar os novos vizinhos. Depois terei todo o tempo do mundo para lhes dar as boas vindas e tenho certeza que minha amada mãe me obrigará a isso. Amarrei meus cabelos castanhos escuros no seu costumeiro r**o de cavalo, coloquei uma calça preta, uma blusa branca solta e uma sapatilha preta. Não gostava muito de chamar atenção, e estava ótima assim. Peguei minha mochila florada que estava encima da minha cama e sai do quarto rumo às escadas para o andar debaixo. Minha casa era simples, pequena, mas tinha dois andares. Passei apressada por minha mãe e peguei uma maçã sobre a mesa farta de comida. O café da manhã não era algo interessante para mim que sempre acordava atrasada e não tinha tempo para comer. — Oi mãe,Tchau mãe — murmurei e corri saindo de casa. Ela ficaria furiosa. Estava atrasada e não queria ouvir suas reclamações, além de que logo perderia o ônibus. — Lúcia — Ainda ouvi o grito de repreensão de minha mãe, ela odeia quando eu saio desse jeito sem tomar café direito Mas é claro que é apenas preocupação de mãe, todas são assim paranoicas. Quando eu chegar em casa à tarde ela me dará uma bronca lascada. Minha mãe era uma mulher boa, mas ela já foi mais feliz, depois da morte do meu pai ela se fechou para o mundo e andava com um semblante triste por aí. Já não a reconhecia mais e isso me entristecia porque eu também sentia o mesmo que ela, mas estava tentando ser forte para seguir em frente. Minha mãe estava se afundando na tristeza, ela não conseguia seguir em frente e isso acaba comigo porque eu não sabia até onde ela conseguiria aguentar. Tinha medo dela adoecer ou algo pior acontecer, a velhice já estava chegando e as complicações viriam. Eu precisava ser forte por nós duas, mesmo querendo cair, precisava me manter firme em pé para lhe dar algum motivo para sorrir e força para continuar. Ainda era cedo e tinha um pouco de neblina no céu, abracei minha mochila e andei mais um pouco até chegar no ponto de ônibus, a escola ficava no centro e nós morávamos um pouquinho longe, 1 hora de ônibus. Nada que eu já não esteja acostumada. Quando se vive na pobreza você está acostumado e disposto a tudo, não há desafios que não possam ser cumpridos, porque não há nada a perder e nem medo de arriscar. Eu não tinha medo de nada, enfrentava tudo e não era qualquer coisa que me derrubava. Se eu tinha um sonho eu corria atrás dele até conseguir o que queria. Não há lugar para medo ou fraquezas na minha vida, isso não leva a lugar algum. O ônibus chegou e eu me sentei no fundo colocando meus fones de ouvido, ignorando a todos à minha volta. Era assim todos os dias, me acalmava ouvir minhas músicas e gostava de aproveitar as horas diárias que passava no transporte público para isso. Ninguém se importava, cada um estava perdido em seu próprio mundo de problemas. Fiquei escutando música até chegar na escola, meu gosto musical era eclético, ouvia de tudo um pouco. A música é a arte de expressar sentimentos, não há nada tão forte como ela. Você sente e vive a música, meu corpo se move sozinho e expressa cada emoção da música. É assim que eu me expresso dançando. Eu cresci ouvindo música e escutá-las era a maneira mais fácil de não enlouquecer e aprender a lidar com todos os problemas. Era o meu escape, o meu refúgio mais seguro. Quando não havia mais nada para mim, apenas escuridão, eu escutava a música e me entregava para a dança e então tudo mudava magicamente. Era a minha cura, onde meu coração corria para se curar e buscar salvação. Encontrei Letícia na entrada da escola, ela estava alegre me contando como foi seu final de semana. Diferente de mim, Letícia era agitada e baladeira, ela até se misturava com os populares coisa que eu preferia evitar. Incrivelmente nos dávamos bem e isso era o mais importante. — Lúcia acho que estou gostando de alguém — Letícia sussurrou enquanto íamos para a sala de aula. Isso não era de fato uma novidade, Letícia gostava de um cara diferente toda semana. O coração dela era grande o suficiente para muitas paixões. — Não me diga que é um jogador de futebol? — Como sabe? — Ela perguntou surpresa e eu revirei os olhos. Não era surpresa para ninguém que Letícia vivia babando nos jogadores de futebol americano, ela tinha gostos péssimos para homens, sempre querendo e desejando aqueles que iriam machucá-la. — Você não tira os olhos do grupinho deles, só não sei quem você está olhando. — È o Josh — sussurrou e eu franzi o cenho. Josh era um dos mais populares, com certeza não era bom para ela. Josh andava por aí com uma garota em cada braço se achando o maioral, o astro principal daquele lugar. Não sei o que Letícia queria, mas ela estava se metendo em uma grande enrascada. Talvez ela estivesse cansada de ser uma garota invisível nesse lugar e apenas queira atenção, mas estava pensando em procurar no lugar errado. Josh não seria o cara que supriria a sua necessidade de alguma coisa, seja lá o que for. Letícia é uma garota boa, e no fundo é amorosa e cheia de sentimentos. — O Josh não faz seu tipo. Comentei quando entramos na sala de aula. — Os opostos se atraem. — deu de ombros inconformada. Ela estava lendo muitos livros de romance, isso eu tinha certeza. — Ele nem sabe seu nome. — Nossa que bela amiga você é Lúcia, obrigada pelo incentivo. Ela bufou e nós nos sentamos nas primeiras carteiras. Da forma irritada que Letícia pegava seu material mostrava que ela não havia gostado deu ser contra o seu futuro romance. Deveria ficar calada e não me meter. — Só estou te alertando, para depois você não vir chorar no meu ouvido. O professor de história entrou na sala junto de um aluno novo, toda a sala ficou em silêncio o olhando. Não era de costume vir transferidos na metade do semestre. O estranho é que eu fiquei encarando também, era como se eu já tivesse o conhecido. Ele tinha cabelos negros e olhos ônix, seu olhar era sério e todo visual despojado. Eu geralmente não me interessava em ficar observando garotos, mas esse era intrigante, ele tinha um piercing nos lábios. Eu nunca vi ninguém com piercing nos lábios. — Turma esse é Dario seu novo colega de classe. O professor apresentou e todos ficaram curiosos e eufóricos. Dario não parecia interessado em fazer amigos ou em algo à sua volta. Na verdade parecia estar odiando esse lugar e não fez questão de disfarçar. Fiquei o encarando mais tempo do que deveria e isso não era de meu costume. Esse cara realmente me intrigou, só não sei se foi de uma forma boa ou r**m. — Ei Dario, senta aqui — Léo um loiro escandaloso que também estudava na minha sala gritou lá do fundo acenando para o novato. Desviei a atenção para o meu caderno, soltando um suspiro impaciente enquanto voltava para a realidade. Qual era o meu problema? Dario apenas revirou os olhos e seguiu em direção ao loiro. Quando ele passou por mim, nossos olhares se cruzaram e eu notei curiosidade em seus olhos escuros. Por que ele estava me encarando? Será que notou que eu estava o olhando mais do que devia? Isso é vergonhoso. Senti meu rosto esquentar e me odiei. Ele percebeu pois arqueou uma sobrancelha. Vi algumas garotas suspirarem por ele, na verdade todas as garotas estavam babando por ele até a Letícia. Revirei os olhos, ele deve ser só mais um filhinho de papai que despreza as pessoas. O professor começou a aula e eu peguei um papel começando a desenhar, me sentindo frustrada por ter agido feito boba na frente do novato. Deve achar que sou uma i****a igual todas as garotas que estavam suspirando por ele. Mas por que eu me importava com o que ele pensava? Eu realmente não estava muito bem hoje. Ele era diferente, mas tinha cara de encrenca. Eu com certeza ficaria longe de encrenca. Letícia soltou um risinho cochichando que ele era gato, com uma garota ao lado. Elas não disfarçavam e pareciam estúpidas. Resolvo ignorar e concentrar nas minhas anotações. O restante das aulas foram chatas, muitas tarefas e tédio. Suspirei guardando meu material quando tocou o sinal da última aula. Peguei minha mochila e a coloquei no ombro com rapidez. Meus colegas de sala tinham a mesma pressa que eu. Parece que todos tinham algo interessante para fazer que fosse melhor que a escola. — Odeio essa aula. — minha amiga se aproximou de mim. — Então somos duas. Sai da sala sendo acompanhada de Letícia, saímos dos corredores cheios de alunos tentando não ser massacradas no meio de tanta gente. Odiava multidões. — Você viu que gato o novato? — Letícia sussurrou. Eu sabia que ela não deixaria isso passar. — Não vi nada demais. — comentei desinteressada. — Lúcia, você é tão chata. — minha amiga reclamou. — Preciso ir agora ou vou me atrasar, a gente se fala depois. — me apressei a distanciar dela. Não queria ter aquela conversa chata e Letícia conseguia ser insuportável às vezes. — Tá até depois. — Resmungou. Letícia era bacana, mas às vezes nossas conversas não condiziam. Ela tinha planos diferentes dos meus e era chata demais. Eu não deveria achar alguém chato, porque com certeza sou a garota mais chata que existe. Estava tão avoada hoje que quando fui em direção ao portão de saída esbarrei em alguém e quase fui ao chão, minha sorte foi que a pessoa segurou firme minha cintura. Soltei um palavrão baixo, assumindo em seguida que a culpa foi minha por andar tão aérea. Isso não era do meu feitio ser tão desastrada. — Desculpa. — olhei para cima e vi um par de olhos escuros me encarando. Era ele outra vez, só podia ser uma piada eu me esbarrar logo nesse cara. — Presta mais atenção — retrucou sério sem desviar os olhos de mim, não sei o que deu em mim, eu tinha esquecido como respirar por um momento. Ele está sendo grosso comigo? Qual era a desse cara? Pisquei os olhos surpresa odiando o fato dele ser assim. — Pode me soltar? — Perguntei encontrando meu ar, ele apertou sua mão e me soltou devagar. Nos olhamos por um momento e eu lhe mostrei todo meu desagrado, não gostei dele e espero que ele não entre no meu caminho outra vez. — Olhe por onde anda. Sorri com aquela audácia. — Olhe você. Saí apressada e irritada de perto daquele i****a. Cara sem educação, não curtia pessoas assim, elas pareciam ser idiotas de propósito. Segui meu caminho para o ponto de ônibus tentando esquecer esse incidente, mas estava agitada demais para isso. Ninguém nunca havia me intrigado dessa forma antes e para o meu bem era melhor eu esquecer esse cara. Dario deveria ficar longe do meu caminho. Quando voltei para casa, minha mãe estava trabalhando em seu escritório e eu apenas lhe dei um oi ganhando um suspiro em resposta. Às vezes ela parecia um zumbi, mas era bom deixar ela em seu canto. Era dessa forma que funcionava ela no seu canto e eu no meu. Almocei depois arrumei a casa fiz minhas lições de casa e fui tomar banho para ir para o Study dance. Vesti um vestido florido soltinho e uma rasteirinha, prendi meus cabelos no meu coque e peguei minha bolsa com minhas coisas. E mais uma vez fui para o ponto de ônibus já eram três Horas e eu tinha que estar lá às três e meia. O céu estava um pouco nublado, provavelmente iria chover em breve e eu não tinha guarda-chuva. Tentei ouvir música, mas uma senhora brigava com uma criança que chorava no assento ao lado do seu. Ela queria um doce e fazia birra por isso. Deveria ser sua neta. Peguei o ônibus e logo cheguei no local no qual passava boa parte do meu tempo. Não era muito grande, era da cor branco tinha dois andares e algumas janelas, velho e pobre. Entrei e vi alguns alunos indo para a sala, passei pela recepção e dei um oi para Sônia. Fui para o vestiário e vesti minha roupa de dança, era uma regata rosa, uma saia fina e solta curta preta e um short preto por baixo, calcei minhas sapatilhas de balé rosa. Não era tão feia, magra demais, mas saudável. Não gostava de olhar meu reflexo no espelho. Respirei fundo algumas vezes fazendo reflexões antes de entrar na sala de dança. Entrei e vi todos os alunos, não tinha muitos eram no máximo 15. Miranda, a nossa professora já estava lá e os alunos estavam aquecendo. — Lúcia até que enfim, perdeu o aquecimento — Desculpa, o ônibus atrasou. — tentei parecer convincente. Essa sempre era a desculpa, a verdade é que eu acabava parando pelo caminho para espairecer. — Já que foi a última a entrar,você começa a apresentação. — Miranda avisou caminhando em direção ao som e os alunos foram para o canto da sala, soltando risinhos. Respirei fundo largando minha bolsa em um canto, tentando ignorar aquela humilhação. Hoje era um tipo de prova, ela escolheu uma música semana passada para cada um e nós tínhamos que criar uma coreografia. Fui para o centro da sala me olhei no espelho e escutei a melodia " Let Her Go" começar a tocar. Fechei os olhos e me ajoelhei no chão, levantei os braços devagar e comecei a dançar. A música ia entrando na minha alma e eu me mexia suavemente. Dançava tão leve que me sentia voando, eu me sentia bem, viva e feliz. A dança era meu refúgio. Dançava de olhos fechados e com um sorriso no rosto, eu viajava em outro mundo quando dançava, um mundo só meu cheio de paz e alegria. E no centro desse mundo meu pai estava sorrindo para mim. Que saudades papai, o amava tanto. A pirueta não foi o suficiente e nem todas as que se seguiram. Meu corpo movia-se com facilidade e agilidade como uma pluma sobre as águas. Terminei a dançar dando passadas lengas ao redor da sala sentindo os últimos toques da melodia fluir pelo meu corpo. A música acabou e os aplausos foram para que restaram. A Senhorita Miranda veio até mim sorrindo e me deu parabéns, com um tapinha leve nas costas. Acho que me saí bem.

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