cap.5 ©

1900 Words
Cap.5 Assim que voltei para casa, entrei com aquela cara de quem não fez nada e segui para meu quarto, eu havia esquecido a criatura presa no quarto e meu pai já me esperava bem em frente, nem preciso dizer depois o que aconteceu, ao menos queria ter visto meu animal de estimação, até que a punição valeria a pena. Dia seguinte acordei mais cedo que o habitual, tomei banho, arrumei meu cabelo dividi ao meio e amarrei com uma única fita com uma mecha em cada lado no centro, coloquei meu batom de guerra, vestir uma saia plissada e um casaco de enorme que quase me engole, mas ainda estava tão frio, meu velho tênis cheio de lama… não, vou colocar meu sapato preto elegante envernizado, e estou pronta, vou seguir a pé e pegar um ônibus, não faz diferença ir com eles ou não já que Aysha nem gosta da ideia que é minha irmã. A estrada estava um pouco escura o tempo havia esfriado bastante, mas é seguro, assim eu pensei, estranhei quando ao seguir avistei um homem a minhas costas me seguindo, não conseguia ver seu rosto, usava um capuz, mantendo uma das mãos no bolso e a outra segurando um cigarro, um homem aparentemente jovem e magrelo. Não ficarei para crer, mãos firmes segurando a alça da mochila, corri o mais rápido que posso, e foi como o esperado, aquele louco está me seguindo. “Pensa cabeça, pensa!” tento raciocinar, por mais que ele não fosse rápido eu não posso deixar esse louco me seguindo ainda por cima para descobrir minha casa, então desci a ribanceira entre as árvores, e para meu infeliz destino ele obviamente continua me seguindo. Mas não será por muito tempo, conseguir ganhar uma dianteira, pode parecer surreal, é como se eu estivesse sendo perseguida por um zumbi, mesmo que não fosse, afinal ele estava correndo tão estranho. Consegui pegar um pedaço de tronco ao fingi estar cansada. — Como corre, princesa, admiro que nao estou tão em forma, mas também aqui dentro dessa floresta nem mesmo é nescessário. — avisa quando consegue me alcançar. — mas eu sabia que não correria por muito tempo, é uma pena que tenha corrido para dentro da floresta, nunca mais encontraram seu corpo ou vai demorar muito tempo… — ele nem mesmo terminou de falar, em apenas uma volta acertei seu queixo com o ganho quando ele estava perto o suficiente. — Ei cara — o chamei caído no chão ainda atordoado. — acredito que não seja meu corpo que não vão encontrar — disse com sorriso de canto, eu não brinco quando digo que vou matar esse tal de vicente, meu pai vai ter que entender de uma forma ou de outra que não pode me obrigar a casar com quem não amo, alguns golpes apenas e ele está inconsciente, se ninguém encontrá-lo, talvez ele fique ai até a morte, e eu torço para isso, foi cansativo, mas corri todo o caminho de volta, já havia perdido tanto tempo que nem aproveitaria tanto meu tempo. Consegui pegar um táxi e segui para a escola, sem muito pensar no que havia acontecido, aquilo é só retrato da minha revolta. Assim que cheguei ainda não havia chegado ninguém, então segui para a sala de música, esse cheiro que aqueles instrumentos têm, me traz boas lembranças. Me sentei sobre a cadeira com o violino, algumas partituras novas que trouxe na mochila, quero treinar mais um pouco, por incrível que pareça, as vezes isso é tudo que eu quero fazer, porém meu pai gosta mais de piano, então eu toco para mim mesma, em dias como esses eu volto ao meu bom humor. — O que está fazendo aqui tão cedo? — perguntou uma voz familiar quando parei de tocar, percebi que ele já estava ali a algum tempo, pelo fato de estar sentado na cadeira debruçado sobre o piano. — estava praticando uma música nova — Nova? — fez surpreso. — Que exibida, uma música nova é já sabe tocar tão bem assim? — sim, eu sou genial — Tão modesta — disse indiferente vindo em minha direção, tirou o lenço do bolso. — ah não… — murmurei com ele colocou o lenço sobre minha boca me encarando de forma leviana. — não sei por que estou cismado com você — disse esfregando o lenço tirando meu batom de guerra, eu o agarrei pela gola com vontade de o estrangular porém ele parecia saber defesa pessoal, ele sabe! Conseguiu me imobilizar — Que atrevida, mas… — murmurou mexendo em um dos bolsos. — se tentar me atacar de novo, eu vou te ensinar a como usar isso, enquanto corto a sua carne e dou para os cachorros — ameaçou colocando um canivete sobre seu rosto, confesso que fiquei apavorada, com certeza ele não é só um professor, me soltou bruscamente escondendo o canivete quando o sinal tocou, então eu corri para fora da sala deixando o violino sobre a cadeira, aquele homem é mais estranho do que pensei, não pode ser de jeito nenhum que ele seja professor de verdade. Fui para a minha sala de aula, óbvio que passei mais tempo dormindo ou se não pensando no que aquele professor louco fez, mas se eu ficar longe dele está tudo bem. Quando o sinal tocou, todos os alunos saíram correndo, eu segui atrás entediada, segui até a secretaria para pegar alguns muitos livros que não preciso, mas que são protocolos preciso tê-lo, eram uma miserável pilha de 10 livros. — Sei que você é uma garota inteligente, mas precisa dos livros — disse o diretor. Se tem uma coisa que eu odeio é a minha vida, eu não consigo controlar a influência r**m que as pessoas transmitem para mim, e percebo que isso me torna uma pessoa r**m, sim! O que eu fiz com aquele homem é retrato disso e eu nem senti nada com aquilo, na verdade foi até que meio divertido causar dor em alguém, e só o fato de lembrar que todas vez que sento na cadeira meu traseiro doí… ohm fazer alguém sentir dor não é r**m. Assim que a aula acabou segui pelo corredor com a pilha de livros sendo equilibrada nos meus antebraços, senti uma forte dor lombar com o corpo ligeiro que tombou em mim todos os livros foram ao chão. Droga, eu nem me importei em ver quem era, confesso que doeu demais, agora só foco em recolher meus livros, enquanto percebo alguns olhares em minha direção e um par de pés parando em minha frente se abaixando e me ajudando a recolher. — Ficou com tanto medo assim? — ouvi a voz dele, então ergui os olhos encontrando os dele. — Não tenho medo de você, me deixe em paz — não estou te perseguindo, senhora Arlet, você só passou na hora errada e agora parece estar passando por um vexame — comentou recolhendo os livros me devolvendo. Quando me levantei nem sequer me importei em responder, tudo que prestei atenção foi a minha irmã me encarando acompanhada com mais duas marrentas, seu olhar sério estava me chamando para briga, mais uma vez lá vou eu para o banheiro encontrá-la, dei de ombro e segui na frente com a pilha de livros. Entrei no banheiro deixando a pilha de livros sobre a pia e esperei a enfezada, como se meu dia já não estivesse r**m e ainda era só o intervalo estava com uma vasta vontade de tocar violino e sanar a fúria da fera dentro de mim. Ela entrou silenciosa e seguiu em minha direção me analisando. — O que aconteceu com seu batom? — perguntou desconfiada. — tirei — novamente esteve com o professor Mathias? — perguntou desconfiada. — não exatamente… — Fique longe dele — me ameaça, seria óbvio que ela gosta dele, eu sabia. — bom… eu só tenho quinze anos, nem mesmo penso em namoro desde que também nem cheguei a puberdade, coisa que me salva do casamento que meu pai inventou. — ainda assim, não é o que parece, você e o professor Mathias andam meio estranhos um com o outro, um pouco próximos e você começou a estudar hoje — é ódio pintado de rancor, não nos damos bem desde que nossos olhos se cruzaram, agora me conta — pedi me pendurando em seu ombro, a Aysha é um pouquinho mais alta que eu, nada que 3 centímetros — você gosta muito dele, não é? — do que está falando? — de seus olhares descarados, você gosta dele — bom… todas as meninas gostam, ele é o professor mais novo que já pisou aqui — e ele está interessado em você — menti descaradamente, apesar de Aysha não me ajudar, posso tentar lhe dar uma ajudinha. — droga, esqueci de lhe contar, seu marido não é feio como pensamos, é um homem mais velho, porém não tão velho, ele é muito bonito, até mais que esse Mathias — não é, ele é um abusador, um homem c***l e sem escrúpulos, não quero ele perto de mim — asseverou com a voz trêmula, o trauma que ela pegou de um cara que nunca viu é inexplicável. — ok… mas e esse tal professor? — perguntei a deixando desconcertada. — Bom… já que me ajuda sempre, eu gosto dele, mas como eu disse todas as meninas gostam — Porém pelo que percebi você tem mais chances de ser próxima dele, ele tem uma quedinha por você — Você acha? — Sim, por isso a partir de amanhã eu vou te ajudar, e você vai ter eles aos seus pés — disse com convicção, a Aysha é muito bonita e gentil, se ela não quer esse tal Henry então eu vou ajudá-la a ficar com quem ama. — Está falando sério? Mas isso vai dar problema e eu não quero viver apanhando que nem você — olha, antes apanhar vivendo momentos felizes do que viver igual a mim revoltada da vida — comentei indiferente e ela me encarou apreensiva. — olha… eu não queria te prejudicar, sei que você queria está na universidade e eu não me importo de esta abaixo de você, mas eu cometi um erro após reclamar com meu pai e fazê-lo te jogar para uma série menor que a minha, e mesmo quando tentei concertar já era tarde, mas eu sinto muito “ah, que inferno, ela sabe me quebrar toda né? Tinha que pisar no meu calo e lembrar que é tudo culpa a andorinha” — enfim… vamos esquecer isso, você quer ajuda para ter uma chance de conquistá-lo — perguntei secamente, ela nem percebeu meu tico nervoso agora. — quero! — Ok, a partir de amanhã eu te ajudo — disse pronta para seguir para a saída até ela segurar meu braço. — O que é? — Onde esteve hoje pela manhã que não esperou? — então? Eu sai, queria ir sozinha, então no meio do caminho um homem estranho me seguiu e tentou me matar, mas eu matei ele antes, é isso — contei indiferente. — você e suas mentiras se não quer contar, está bem, mas não fique com essas histórias macabras. — asseverou saindo do banheiro, ela nunca acredita mesmo, ela sabe todas as coisas ruins que já fiz e ainda assim não acredita em mim, por isso que conto tudinho.
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