TRÊS MESES DEPOIS...
APRIL
Aproveito que o meu namorado ainda está no banho e abro a porta de vidro que dá acesso para a sacada, sentindo a brisa fria da noite acariciar suavemente a minha pele.
— O que temos aqui? — Questiona e mordo o lábio inferior sentindo o seu sorriso em minha pele.
Seu cabelo ainda úmido após o banho.
Suas mãos quentes percorrendo deliberadamente cada centímetro da minha pele, arrepiando-me completamente.
Olho para a lua cheia e o céu estrelado, apreciando a visão e o seu toque ávido e ardente em meu corpo, me excitando cada vez mais.
— Ouvi dizer que o cara que mora ao lado está descontente com o barulho que a sua nova vizinha anda fazendo a noite. — Sussurra com a voz rouca, mordiscando o lóbulo da minha orelha.
Sorrio e jogo a cabeça para trás, reprimindo um gemido sôfrego.
— Então, o que acha de darmos nossa resposta para ele? — Questiona com uma risada maliciosa.
Olho para ele por cima dos ombros que me fita calorosamente.
Dex remove o roupão do meu corpo e me inclina sobre a sacada do meu quarto.
Deslizando uma das suas mãos em minha coluna, descendo para a minha b***a, apertando-a e puxando em direção a sua ere.ção deliciosa.
— Eu… — começo a falar, mas logo me calo sentindo seu p.au delicioso deslizar dentro de mim em um só golpe.
Ele agarra meu cabelo em seu punho, fazendo-me gritar de prazer.
— Oh… — Solto um gemido rouco e fecho os olhos, sentindo ele me preencher lentamente.
— April… — Ouço o seu sussurro rouco.
Acordo bruscamente com um grito preso na minha garganta.
De novo não!
Será que um dia eu vou poder dormir tranquilamente sem ter ele perturbando os meus sonhos?
Dex! Eu o odeio com todas as minhas forças.
Me encolho sobre a cama, deixando algumas lágrimas rolarem do meu rosto.
— April? — Ouço uma voz conhecida e minhas cobertas serem removidas do meu corpo.
Fecho os olhos, tentando ignorar sua presença, mas conhecendo Estela como conheço ela não irá embora.
— Amiga!
Sinto o colchão se afundar e logo seus braços estão em mim.
— Como entrou aqui? — Pergunto, mesmo sabendo a resposta.
— Sebastian! — Ele estava preocupado com você e antes de ir embora para a França, me deu uma cópia da chave do seu apartamento e me fez jurar que viria todos os dias para checá-la. Saber se está bem.
Fico em silêncio, envolvida em seu abraço caloroso.
Estela, apesar de ter terminado com meu irmão, ainda mantém a amizade, algo que eu admiro. Eu gosto muito dela, a considero minha amiga, uma verdadeira irmã.
— Você sonhou com ele, não foi?
Balanço a cabeça afirmando, não querendo prosseguir com o assunto. Estela entende e compreende o meu silêncio.
— Está indo a terapia? E seus remédios?
— Pergunta baixo em um tom preocupado.
— Estou. Eu só quero esquecê-lo, mas dói tanto Estela— Confesso, em meio a um soluço.
Hoje faz três meses que Dex me abandonou. Três meses de sofrimento e muita angústia. Dex deixou uma ferida aberta em meu coração, a qual tento desesperadamente fechar.
E se não fosse Sebastian e Estela para ficar ao meu lado, não suportaria essa dor que me dilacera dia após dia.
— April, eu sinto muito, querida. Não sabe como me dói vê-la sofrer. Mas você precisa reagir. Ele não merece uma lágrima sua, precisa esquecê-lo.
— Vem, levanta. Não vou te deixar confinada nesse apartamento. Já ficou nesse luto tempo demais. Iremos ao parque caminhar, espairecer um pouco.
Ela me puxa, e não esboço resistência. É como se meu corpo e mente estivesse no automático.
Estela me leva na direção do banheiro e me estende uma toalha.
Ao ligar a ducha e sentir o jato de água fria escorrer pelo meu corpo, solto um suspiro.
Lembrando-me de uma frase que meu pai sempre dizia.
“Depois da tempestade sempre vem a bonança.”
Durante todo esses meses vivi em um estado de negação. No meu âmago alimentei esperanças que tudo não passou de um engano. Dex iria cruzar aquela porta a qualquer momento. Veríamos filmes, jogariamos baralho e no final da noite acabaríamos enroscados um no outro, os dois nus, suados e totalmente entregues e satisfeitos.
Mas agora a realidade me atinge em cheio como um trem desgovernado. Ele não vem e nunca virá.
Dex foi o único homem que amei loucamente e o único responsável por partir o meu coração.
— Você é minha April Kendall, e não há nada que possa fazer para mudar isso.
Uma e outra vez escuto sua voz rouca atormentar a minha mente.
Suas palavras se enraizaram como erva-daninha e custe o que custar, arrancarei Dex West do meu coração.
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— April, o que acha de tirar férias? Seria bom sair um pouco, viajar — Estela questiona com um sorriso terno.
Dou de ombros, e sinceramente não tenho cabeça para pensar nisso agora. E sendo sincera, não acho que uma viagem me faria esquecer tudo tão facilmente.
— April, não pode ficar assim a vida toda.
Paro de andar e olho para ela.
— Assim como?
— Esperando ele voltar a vida toda.
É hora de aceitar que Dex foi um grande canalha e que você deve viver a sua vida, seguir em frente. É isso que as pessoas fazem.
— Assim como você fez com o Sebastian? — Rebato, e Estela concorda lentamente.
— Sim. Sebastian e eu estamos seguindo em frente. Ambos em caminhos diferentes, é a vida.
Assinto ficando em silêncio. De repente Estela tem razão. Embora não ache necessário, essa dor sempre me seguirá, onde quer que eu vá.
— Está na hora de virar a página, April. Esse cara já tomou muito de você, não deixe isso perdurar por muito mais. Você é jovem, linda, inteligente. Saia para fora e verá que tem um mundo maior e bem além dos limites de Dex West.
Estela me puxa para um abraço e um breve sorriso de espalha pelo meus lábios.
— Viu? Está até sorrindo.
Continuamos a nossa caminhada com Estela totalmente eufórica recomendado mil lugares para passar minhas férias, confesso que comecei a me animar. E Milão é uma cidade que sempre quis conhecer. Talvez, uma mudança de ares é tudo que eu preciso para recomeçar.