Capítulo Vinte

1507 Words
Yasmin Ayala As imagens do que eu e Aleksey fizemos ontem, passam como um filme de terror na minha cabeça, não creio que me deixei levar pelas vontades do meu corpo, eu agi como uma v***a sem escrúpulos. Eu deixei que Aleksey domasse o meu corpo e fizesse o que entendeu, eu sou extremamente louca. Depois de acordar no quarto de Aleksey, vestindo apenas a camisa dele, não quis saber de mais nada, fugi daquele hospício sem olhar para trás. Mas eu acho que ele sabe que fugi da casa dele, só deixou porque ele é um louco. Quando chego ao portão da minha casa, a luz do sol me ofusca um pouco. Tento ajustar a visão e vejo Mika parada, de braços cruzados, batendo o pé no chão. Seu rosto está vermelho de raiva. Dou um sorriso sem graça. — Oi, Mika — estou tão sem graça, para piorar estou vestindo a camisa de Aleksey, eu quero ser enterrada viva. Ela me fuzila com os olhos. — Oi? Só isso que você tem a dizer? Você me deixou sozinha na boate, sua v***a sem coração! — Mika berra me puxando as minhas orelhas como se eu fosse uma criança mimada e indisciplinada. Respiro fundo, tentando manter a calma. — Mika, me desculpa. Eu não queria deixar você na mão, mas acabei me envolvendo com Aleksey e perdemos a noção do tempo — os olhos de Mika se esbugalham. Parece que o facto de ela saber que, passei a noite com Aleksey a irrita ainda mais. — Envolveu-se com Aleksey? Você sumiu! Eu tive que pegar um táxi sozinha! E se algo tivesse acontecido comigo? — escutando as palavras dela, só faz com que eu me sinta uma péssima amiga. Enquanto eu levava palmadas e gozava por isso na casa do psicopata do meu stalker, minha amiga esteve sozinha todo o tempo. Sinto a culpa crescer dentro de mim. — Eu sei, foi irresponsável da minha parte, eu deveria ter avisado ou te levado junto, mas as coisas aconteceram rápido — okay que eu não tive escolha, como é que eu levaria ela comigo. Aleksey não me deu escolha. Ela balança a cabeça, ainda irritada, mas um pouco menos furiosa. — Você tem que entender que não pode simplesmente sumir assim. Somos amigas. Eu me preocupo com você — seu lado irritado é logo substituído por uma expressão preocupada dela. Aceno, tentando mostrar que entendi. — Eu sei, você está certa. Não vai acontecer de novo, prometo — suspiro extremamente arrependida. Mika suspira e, finalmente, parece relaxar um pouco. — Só não faça de novo, ok? Eu fico preocupada — no que depender de mim, eu farei novamente, mas não depende de mim, depende do psicopata do Alek. — Prometo. Vamos entrar? — Sorrio, aliviada por ela estar começando a perdoar. Ela faz uma pausa, então dá um meio sorriso. — Vamos. Mas você vai me contar tudo sobre essa noite com Aleksey — a desgraçada não vai me deixar em paz, até que eu conte o que aconteceu entre mim e o louco do Aleksey Markovic. Entramos em casa, e o peso da culpa começa a se dissipar um pouco enquanto penso na conversa que vou ter com Mika.Mas como é que eu vou contar para ela, sem que eu pareça uma safada desvergonhada. Na faculdade, a manhã parece se arrastar. Tento me concentrar na aula, mas minha mente continua voltando para Aleksey. Depois da aula, sigo pelo corredor em direção ao café. É quando vejo Madison Carter se aproximando, um olhar determinado no rosto. — Yasmin — ela começa, sem qualquer cumprimento. Sinceramente, eu acho que os meus antepassados cometeram algum crime grave, porque sinceramente, eu estou pagando eles com o capeta da Madison. — Precisamos conversar — o olhar dela sobe de cima a baixo, como se eu fosse algum tipo de insecto. Eu estou invocando todos os meus antepassados para não matar ela agora. — Sobre o quê, Madison? — Paro, cruzando os braços. Reviro os meus olhos para ela, travando uma batalha de olhares com ela. — Você sabe muito bem sobre o quê. Aleksey — fala tão cheia de si, como se ela fosse a dona dele. Como se eu tivesse feito algo para ter a atenção dele, eu não corro atrás dele, é ele quem é louco. — O que tem ele? — Suspiro, já cansada desse jogo. — Não se faça de desentendida. Todos sabem que você passou a noite com ele. Ele e eu temos uma coisa — sinto até vontade de rir da cara dela, nunca vi alguém tão iludido como ela. — Uma coisa? — repito, tentando não rir — Ele e eu também temos uma coisa — está certo que eu devia fugir do louco do Aleksey, mas a satisfação em ver a cara da Madison borbulhando de ciúmes, é mil vezes melhor. — Fique longe dele, Yasmin. Ele não é para você — Ela dá um passo mais perto, o tom mais ameaçador. Antes que eu possa responder, sinto uma presença ao nosso lado. É Aleksey, olhando sério para ambas. — Isso é o suficiente — diz ele, a voz firme — Madison, por que não vai para a aula? — Ela parece surpresa e um pouco constrangida. — Aleksey, eu só estava... — a cadelinha tenta latir. — Vá — ele repete, mais suave, mas inegavelmente firme. Madison lança um último olhar furioso para mim antes de se afastar. Aleksey se vira para mim, os olhos mais suaves. — Podemos conversar? — quem vê ele pedindo permissão para mim, nem imagina o tipo de demônio que ele, eu não acredito que me deixei enganar por ele, ele foi muito esperto. Assinto, seguindo-o até um canto mais tranquilo do campus. Ele se vira para mim, uma expressão difícil de ler. — Você saiu sem se despedir — a voz dele parece tão suave que se não fosse um demónio, eu juro que pensaria que ele está preocupado comigo, mas eu já conheço a peça, ele não me engana mais. Me mantenho quieta por um tempo. — Por quê? — diz ele, finalmente. Como assim por quê? Eu fui praticamente sequestrada, ele me forçou a ir até a casa dele, ele achou mesmo que eu, em sã consciência, ficaria lá por muito tempo? Nem que fosse obrigada. — Como assim por quê? Você achou mesmo que eu ficaria lá depois do que você fez? Você é louco? Sofre de algum distúrbio mental? — tento falar um pouco baixo para que as pessoas não me escutem. Eu sei que ele é louco e dei muito bem do que ele é capaz. — Sim, eu sou louco, louco por você — Viro-me e continuo andando, sentindo os olhos de Aleksey me seguindo. Enquanto me afasto, uma parte de mim gostou o que aconteceu entre nós dois na noite passada, mas a parte racional de mim, diz que eu devo ficar longe dele, mesmo que o meu corpo tenha gostado de todas aquelas loucuras da noite passada. — Yasmin! Eu não terminei! — Ele vem atrás de mim, espumando feito um bulldog. Saio do corredor da faculdade correndo, assim que consigo chegar a parte externa do edifício, aparece um táxi e sem pensar muito na conta que estará no meu cartão, logo entro no táxi. Através do retrovisor consigo ver Aleksey totalmente transtornado, provavelmente vou pagar muito caro, mas enquanto eu tiver forças eu vou lutar contra ele. — Deu quinze euros senhorita — Okay! Quinze euros é o que eu estava esperando pagar, sem contar que não posso me dar todo esse luxo de gastar. Eu sou pobre e sem contar que, existe um psicopata maluco me querendo, já vi que essa loucura de Aleksey vai custar directamente nos meus bolsos. — Obrigada — agradeço que um bolo enorme por estar gastando tanto com um táxi. Entro na lanchonete de Mona, faz dias que não trabalho com a desculpa de estar doente, senti muito de sair por aí depois que Aleksey começou com as loucuras dele. — Minha querida, finalmente estás melhor, este lugar não é mais o mesmo sem você — Mona veio até mim e me abraçou. — Obrigada Mona, estou pronta para trabalhar fight! — mesmo que esteja assustada com Aleksey, não vou deixar ele abalar a minha vida. — Muito bem, vá atender a mesa número cinco, tem um cliente muito especial nela — Mona fala toda animada, deve ser alguém muito importante. — UAU! É alguém rico? — falo com um sorriso nos lábios, saindo com o meu bloco de notas para anotar os pedidos. Com passos leves, vou até a mesa número cinco, ela é uma das mesas mais distantes da lanchonete, bem isolada. O tal cliente veste tudo preto e está de cabeça baixa. Assim que me aproximo realmente da mesa, meu coração quase sai pela boca. — Minha querida herdeira, sentiu falta do vovó? — o homem que eu imaginei nunca ver na minha vida, está diante de mim.
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