Capítulo Vinte E Um

1118 Words
Aleksey Markovic Antes de ir para a faculdade e me encontrar com Yasmin, minha cabeça está a mil. Sei que minha vida é uma corda bamba, onde qualquer deslize pode ser fatal. Hoje, a coisa complicou mais do que o normal. O líder da Berserker Tríade teve a ousadia de aparecer em meu território. Isso não é só um desafio, é uma provocação direta. Estou com meus capangas, e preciso manter a cabeça fria. Mostrar fraqueza agora seria um erro que não posso cometer. Ordeno que fiquem de olho e descubram o que esse filho da mãe quer, mas por fora mantenho a calma. Por dentro, a pressão é imensa. Sei que qualquer passo em falso pode desencadear uma guerra que eu definitivamente não quero agora. Penso em Yasmin e no encontro que deveria ser um momento de paz, uma pausa dessa loucura que é minha vida. Mas como eu posso relaxar sabendo que tem uma ameaça real rondando meu território? Preciso resolver isso rápido, sem deixar que interfira no resto. Minha vida está em jogo, em todos os sentidos. Não posso vacilar. Saio de casa correndo na minha Bugatti, até a sede da Bratva para conversar com Aleksander Petrov, apesar de não gostar de me envolver nos assuntos da Bratva, o facto de o líder da tríade estar em nossos territórios é de extrema importância. Assim que chego na sede da Bratva, entro na sala de reuniões no escritório central, onde estão todos os membros mais importantes da organização. O ambiente é formal, com paredes escuras e uma mesa longa de madeira no centro. Observo cada um dos presentes na sala, desde Maksim Petrov, o Consigliere da Bratva, ao próprio Pakhan. Estou em pé ao lado da mesa, com um ar de tensão no rosto. Aleksander Petrov, o líder, com uma postura autoritária, está sentado à cabeceira da mesa, observando Aleksey com olhar penetrante. — Senhor Petrov, preciso falar sobre algo urgente. Recebemos informações confiáveis de que o líder da Tríade está operando em nossos territórios — começo desmitificando a tensão presente na sala. — O líder da Tríade? Aqui? Achei que nossos acordos com eles eram claros. O que eles querem agora — Aleksander retruca levemente surpreso, mas mantendo a calma. Os presentes na sala ficam todos surpresos com as minhas palavras. Bando de urubus s*******o e burros. — Não sabemos ao certo ainda, senhor, mas parece que ele está estabelecendo contatos com alguns dos nossos homens. Pode ser que estejam tentando criar alianças ou, pior, planejar algo contra nós — falo inclinando-me para a frente, olhando para cada um deles, vendo eles se cagando de medo. — Isso é uma afronta. Eles estão testando nossos limites. Temos algo mais concreto? Nomes, lugares, alguma pista de qual é o objetivo deles? — Mikhail fala recostando-se na cadeira, pensativo. — Conseguimos rastrear alguns encontros em Moscou e São Petersburgo, senhor. Os nomes ainda estão sendo investigados, mas tudo indica que estão agindo com muita cautela. É provável que estejam sondando o terreno antes de tomar qualquer ação — informo apresentando os dados presentes da minha pesquisa. Abro o meu laptop e o conecto ao projector para que todos vejam os dados que consegui na minha investigação. — Cautela demais para o meu gosto. Isso significa que eles sabem o que estão fazendo. Não podemos permitir que façam movimentos em nossos domínios sem consequências — um dos velhos fala balançando a cabeça, descontente. Ele é só um velho medroso. — Concordo, senhor. Devemos agir rápido. Precisamos descobrir quem está colaborando com eles e cortar essa conexão antes que se fortaleça — um dos soldados de alto escalão afirma determinadamente. — E é exatamente isso que você vai fazer, Aleksey. Quero relatórios diários sobre o que descobrir. Não deixe pedra sobre pedra. Se alguém do nosso lado estiver traindo, você sabe o que deve ser feito — Aleksander fala fixando o olhar em mim, como se eu obedecesse as ordens dele. Só farei o que ele está pedindo porque, Temo por Yasmin. — Pode deixar, senhor. Vou resolver isso — afirmo firmemente. Os associados saiem da sala de reuniões, deixando Aleksander, Mikhail e a mim na sala. — Acha que um deles está envolvido Aleksey? — Mikhail indaga já avontade. É claro que eu desconfio dos outros, inclusive dele, mas não direi nada por enquanto. — Eu desconfio até de mim mesmo, quem dirá deles — informo me retirando da sala, sem muita paciência para reuniões secretas. — Confio em você, Aleksey. Não me decepcione — Aleksey fala com um sorriso nos lábios. Ele deve estar brincando comigo, se acha que me importo com a opinião dele. Eu me importo só comigo e a minha rainha. Saio do escritório da Bratva e vou directo a faculdade. [...] Peço permissão para conversar com ela, mas quem vê essa atitude não tem a menor ideia do demônio que se esconde em mim. Ela não imagina o quão esperto fui, e isso me diverte. Mas ao mesmo tempo, há algo nela que mexe comigo de um jeito inesperado. Caminhamos até um canto mais isolado do campus. Me viro para ela, tentando manter uma expressão neutra, mas sei que é difícil esconder a frustração. Por que ela fugiu? Será que não percebe o que somos um para o outro? — Você saiu sem se despedir — começo, mantendo a voz calma, quase suave. É claro que me preocupo com ela, mas sei que, para Yasmin, sou apenas um demônio disfarçado. Ela não acredita mais em mim, mas isso só torna tudo mais desafiador. Eu adoro desafios. Ela fica em silêncio, e isso me irrita ainda mais. Finalmente, pergunto: — Por quê? Como assim por quê? Ela precisa entender que não pode simplesmente fugir de mim. Não depois do que aconteceu entre nós. Ela tenta se controlar, falando baixo, mas posso ver a raiva nos olhos dela. — Como assim por quê? Você achou mesmo que eu ficaria lá depois do que você fez? Você é louco? Sofre de algum distúrbio mental? — As palavras dela são afiadas, mas vejo além disso. Eu conheço Yasmin melhor do que ela imagina. Dou uma risada curta, mas sincera. — Sim, eu sou louco, louco por você. Ela se vira para ir embora, e eu fico parado, observando-a se afastar. Sei que há uma parte dela que gostou do que aconteceu entre nós, mas também sei que ela está lutando contra isso. Essa dualidade nela me fascina. — Yasmin! Eu não terminei! — grito, deixando minha voz transbordar a fúria que sinto. Não vou deixá-la escapar tão facilmente. Ela pode tentar fugir, mas Yasmin é minha, e eu não vou permitir que ela se esqueça disso.

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