Capítulo Três

1701 Words
Yasmin Ayala Eu sei que ela quer saber de Aleksey, ele nunca fala com ninguém, não sei o que fez ele falar comigo, eu pensei que todos fôssemos um bando de insectos para ele, ainda mais para mim que a minha conta bancária nem sequer serve para comprar a pasta dentifica dele. O que fez ele me convidar para a casa dele, convidar não, ordenar. — Como oi! Eu quero saber o que vocês conversaram! — ela berra como se fosse a dona do mundo, quem ela pensa que é? A dona do universo? A dona do mundo? Eu não devo satisfações a ninguém, como é que ela se atreve a falar assim comigo? Ela pensam que o cartão sem limites dela, a dá poderes sobre todo o mundo. — Eu ouvi Madison, eu não sou surda, eu só estou surpresa, porque você pensa que tem algum tipo de poder sobre todo o mundo nessa escola, eu não sou uma de suas escravas, quer saber o que nós conversamos, vá perguntar para ele então! — eu sei que não devo ser rude com ele. Madison é praticamente a rainha da São Petersburgo, quando ela bem entender, pode acabar com a minha vida, eu só queria continuar nas sombras.Por quê é que as pessoas insistem em me tirar das sombras? Aleksey insiste em me provocar, consequentemente, ele faz com as pessoas que nunca olham para mim, fiquem atentas aos meus movimentos, eu não mereço isso, sou uma pessoa tão boa, não é justo. — Então me fala logo o que vocês tanto conversaram, para quê tanto mistério, ele por acaso está interessado em você? Não me faça rir, por favor — a desgraçada da Carter não aceita que o Markovic está nem aí para ela. Ela pensa que Aleksey é propriedade dela, como se ele fosse uma espécie de objeto e não um ser humano. — Eu não vou falar nada, você não manda em mim, quem pensa que é? — saio de perto dela, só porque o pai dela é um milionário, isso não implica que deva tratar a todos dessa faculdade igual a seus escravos, eu não sou da família dela e não aceito esse tipo de tratamento de alguém que nem sequer me ajuda a pagar as minhas contas. Eu não tenho sangue de barata, mesmo que ela seja a mais forte e a mais rica da faculdade, eu não vou abaixar a guarda e nem a minha cabeça, não sou uma criança assustada que ela pode pisar quando bem entender. Saio da faculdade correndo, pois, estou atrasada para o meu trabalho na lanchonete, ela fica há algumas quadras da faculdade e do meu apartamento, se eu estivesse no meu país, eu provavelmente, andaria até lá, mas nesse frio insuportável da Rússia, a única solução para mim é pegar um ônibus mesmo. O ônibus logo chega e p***a! Eu tenho que gastar meus trocados, que provavelmente usaria para comprar algumas meias térmicas na SHEIN, mas eu tenho que escolher entre correr contra o frio no ônibus ou correr contra o frio na calçada cheia de neve, como pode imaginar, a melhor decisão é pegar o ônibus. A viagem de ônibus até o meu local de trabalho, não dura não mais de quinze minutos, assim que chego nela, encontro o local totalmente lotado, parece que toda a Rússia tirou o dia para vir comer aqui, com tantos lugares para comer, os estudantes da São Petersburgo, preferem essa lanchonete aos pedaços, isso é um verdadeiro bônus para mim, ao menos eu poderei ganhar algumas gorjetas e aumentar a minha renda com o salário miserável que ganhou, mas apesar do pouco salário, eu não tenho do que reclamar, esse é o melhor trabalho que eu poderia arranjar, sendo mulher e morando sozinha na Rússia. — Bom dia! O que vão desejar? — eu me dirijo a uma das mesas para atender um dos riquinhos da faculdade. Collin North, filho de um bilionário do ramo do petróleo, ele é um dos alunos mais influentes da São Petersburgo, quem está ao lado de Collin, tem alguma espécie de poder naquele hospício. Todo esse poder, meio que virou a cabeça dele, ele pensa que pode tudo, onde e como quiser, como se as coisas no mundo só existissem para que ele pisassa, ele é pior que Aleksey Markovic. — Você temperada e grelhada ao molho com especiarias — como sempre, eu tenho que ouvir coisas desagradáveis dele. Ele acha que tem algum poder sobre o mundo e sobre tudo que nele está, desde que eu comecei a estudar na São Petersburgo, ele não me deixa em paz, ele arruma um jeito sujo de chamar a minha atenção, ele é simplesmente alguém insuportável que eu tenho que aturar quando estou no serviço e na faculdade também, ninguém merece isso. Piadas como essa, são o meu pão de cada dia, eu simplesmente tenho que engolir o meu orgulho e atender ele, mas não pense que estou satisfeita com isso, ou que vou abaixar a cabeça para ele, se eles pensam que só por terem mais dinheiro, têm alguma influência na minha vida, eles estão enganados, no final de tudo eu vou embora e nunca mais volto. — Sinto muito senhor, mas não existe Você temporada e grelhada ao molho com especiarias, o nosso menu é muito antigo, mas caso o senhor não se importe, eu posso perguntar a dona do estabelecimento se temos isso — falo debochada. Ele sabe que Mona! A dona do estabelecimento não gosta dele e não vai permitir uma loucura dessas vinda dele, da última vez que ele quis fazer piadas sem graças para mim, ele se arrependeu amargamente. A dona do estabelecimento, não brinca em serviço, ela deu uma sova nele e nos amigos dele, os expulsou da lanchonete e baniu a entrada deles, acho que o pai dele ou os capangas dele, fizeram algo para que ela permitisse a entrada dele novamente.. — Acho que não há necessidade disso cachinhos, você não precisa ser tão radical comigo — ele tenta se aproximar de mim, mas me afasto a tempo, sua mão toca somente a barra do meu avental. — Falem logo o que querem que eu tenho outras mesas para atender — estou preparada para sair da mesa deles quando um dos cães do grupo, logo fala o que quer. — Eu vou querer o milkshake de chocolate, o Jason um café e o Ethan um hambúrguer — ele faz o pedido dele e dos amigos dele, ele é tão maníaco que até os próprios amigos ele controla.. Ele não consegue controlar a própria vida e coloca todas as frustrações na vida dos amigos, ele controla tudo deles, as roupas, o que eles vão comer, quando eles devem comer e onde. Isso não é só nos amigos, todas as corajosas que já se atreveram a se envolver com ele, passaram pelo mesmo, ninguém merece um louco como ele de namorado, se for para ter mais um louco na minha vida, eu prefiro o sem coração do Aleksey Markovic. — Está aqui senhores, por favor aproveitem — deixo seus pedidos na mesa e volto ao balcão. Eu trabalho por seis horas na lanchonete, mas eu vou sair mais cedo que outros dias, tenho um trabalho por fazer na casa do rei do gelo e como ele mesmo disse, odeia atrasos e eu preciso chegar cedo ou pelo menos tentar chegar alguns minutos atrasadas, está no meu sistema, eu simplesmente não consigo chegar na hora marcada ou antes, eu não faço de propósito, é simplesmente mais forte que eu. — Mona! Eu estou indo, até amanhã — me despeço dela com um sorriso e ela simplesmente acena para mim. Mona é uma senhora de cinquenta anos de idade, sem filhos e sem marido, ela foi fuzileira naval, mas as sequelas da guerra a tornaram alguém que aparentemente não tem emoções, muitos chamam ela de mulher de ferro, mas ela é um amor de pessoa, pelo menos comigo, ela é um anjo.. — Vê se toma cuidado, não quero ficar sozinha aqui — ela cuida de mim igual a uma mãe cuida de uma filha, confesso que é bom ter alguém assim cuidando de mim num país tão distante do meu, ainda mais um país em que não tenho os meus pais comigo ou os meus amigos. A temperatura hoje está um pouco amena, comparada a outros dias, eu diria até que está quente, pelo menos, eu consigo andar sem parecer um pinguim engripado, eu posso finalmente andar como gente. Saio da lanchonete as pressas, preciso chegar em casa, tomar um banho, organizar o meu ninho de rato que eu insisto em chamar de cabelo, procurar uma roupa decente mais que não vai me matar de frio, preciso estar bonita sem que pareça que me organizei para o encontro, digo o trabalho. — O que aconteceu? Mona vai ao banco? — Mika já está em casa, fazendo suas atividades. Minha amiga costuma voltar mais tarde da faculdade, ela não trabalha em meio período igual a mim, os pais dela conseguem enviar algum dinheiro para ela, para que ela não viva a base de miojo e pão. — Não, eu pedi para sair mais cedo, tenho um trabalho por fazer ainda hoje, na casa de um colega — corro até o banheiro e me preparo para tomar banho. Espero a água ficar quente, não muito quente, mas também não muito fria, uma temperatura aceitável para mim, que eu não morra de frio e que não me queime também. — Onde será esse trabalho amiga, você está cogitando fazer um trabalho na casa de alguém, está quase escurecendo, você não vai sozinha — o modo amiga protetora dela, logo é activo na hora, quando ela começa com as ideias dela, ninguém consegue tirar isso da cabeça dela, ela simplesmente sisma e ponto final, ela sismou. — Ai relaxa, não vai acontecer absolutamente nada comigo, ele não é alguém que deva se preocupar, para ele eu não passo de uma formiga — falo saindo do meu quarto, um pouco apresentável, um conjunto de saia até os joelhos, acompanhada de meias calças térmicas, um body e um sobretudo..
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