Monitores.

1940 Words
Felicidade. Orgulho. Satisfação. Recompensa. Eram esses os sentimento que penetraram o coração de Hermione. A cada letrinha posta ali, naquela carta que continha o brasão de Hogwarts, ela sentia que todo o esforço, estudo e dedicação, haviam sido finalmente reconhecidos. Seu pequeno coração batia desenfreado, demonstrando que aquilo, mesmo sendo esperado, não deixou de ser surpreendente, e veio em boa hora. Há semanas que vinha sentido que a paz lhe fora roubada, que talvez, o último ano que passou em Hogwarts não tivesse acabado. As frustrações de novo lhe davam o ar de sua graça; A notícia de que o Lord das Trevas regressara estava sendo desmentida pelo Ministério, Dumbledore havia proibido-a de dar muitas informações ao melhor amigo, deixando-o no “escuro”. Harry, havia sido atacado por dementadores, tendo que executar o feitiço do Patrono, quase expulso de Hogwarts, tivera uma audiência que por sorte o livrou de perder sua vaga na escola de Magia e Bruxaria.. Por isso achou que aquela carta era sua válvula de escape. Ela estava na casa de Sirius, uma propriedade bem escondida no centro da Londres trouxa, absolutamente magnífico, lembrou-se ela do sentimento que a consumiu quando viu a casa “nascer” diante de seus olhos. Correu então para o quarto que Harry estava dividindo com Ronald, tinha certeza de que o moreno também havia sido nomeado como monitor.  precisava dar-lhe os parabéns. — Você.. Você recebeu? - ela perguntou ao abrir a porta num estrondo fazendo com que Rony, Harry, Fred e Jorge dedicassem sua atenção à ela. O distintivo encontrava-se justamente na mão do moreno, como ela previu. Soltou um grito agudo, balançando a carta na mão enquanto dizia empolgada. — Eu sabia! - o rosto dela trazia um sorriso enorme - Eu também, Harry, eu também.. Mas o que o moreno respondeu a pegou totalmente de surpresa.. — Não! - Harry disse rapidamente - Foi Rony não eu. - concluiu e ela sentiu uma leve fisgada na boca do estômago. — É.. O quê? - questionou, algo estava muito estranho ali. - — Rony é o monitor não eu! - explicou-lhe Harry - — Rony? - ela perguntou surpresa - Mas você tem certeza? Quer dizer... — É o meu nome que está na carta. - disse Rony desafiador - Hermione sentiu o rosto queimar, como estava sendo insensível com o amigo. Mas era realmente inesperado, ela podia não admitir, mas era exatamente o que pensava. — Eu.. - ela pensava no que dizer para sair da grande enrascada que se metera, sem sucesso apenas acrescentou - Uau! Parabéns Rony! - ela desejou sentindo as bochechas queimarem ainda mais - Foi por sorte impedida de continuar a  tentar se explicar pois a Sra. Weasley chegou no quarto e logo os gêmeos lhe contaram sobre a novidade. Assim que viu o distintivo, brandiu gritos de orgulho. — Eu não acredito! Ah,Rony, que maravilha! Monitor! Como todos da família. - disse a mulher cheia de orgulho - — Que é que eu e Fred somos? Filhos do vizinho? - perguntou Jorge indignado - Hermione riu baixinho da indignação do ruivo mais velho e aproveitou a deixa para sair do quarto de mansinho. Talvez fosse melhor deixar Rony curtindo o seu momento, ela iria fazer o mesmo. *** 01 de Setembro. Era cedo, mas todos já estavam de pé quando Hermione pôs os pés na cozinha daquela casa. Eles embarcariam para Hogwarts naquela manhã. A sra. Weasley os apressava, pois segundo ela, se não cuidassem logo, se atrasariam. Assim que terminaram eles dirigiram-se para fora da casa, seguindo assim para a estação de King’s Cross. Sempre tão cheia. Eles caminharam lentamente para o local conhecido, a plataforma 9 ¾. Hermione atravessou-a, era somente aí que ela tinha certeza que estava pronta para mais um ano no mundo mágico, mais um ano vivendo aventuras. Já sabia que sua estadia naquele castelo estava longe de ser normal, sempre iria lhe trazer alguma coisa inusitada, desde uma missão ao alçapão com um cão de três cabeças a aceitar ser presa no fundo do Lago n***o servindo de “refém” para um certo búlgaro, que, por um acaso, foi o garoto em quem deu seu primeiro beijo. Viktor Krum, o primeiro garoto que se interessou por ela, seu primeiro beijo, seu romance às escondidas. Sentia falta dele. Esperou que todos viessem se juntar à ela, o que não tardou a acontecer.. Pouco tempo depois, eles, Jorge, Fred, Rony Harry e Hermione, já adentravam o Expresso de Hogwarts à procura de uma cabine vazia. ~*~ Draco não tinha muito do que reclamar, afinal. As férias não foram tão ruins quanto ele pensou que seriam. Certo que tinha muita cobrança do lado de seu pai para que ele se mostrasse um “verdadeiro Sonserino” e que honrasse o nome Malfoy, sem contar nos inúmeros discursos sobre sangues-r**m, o qual ele julgou que precisava ouvir para alinhar pensamentos e resgatar antigos “valores”. Tudo pareceu dar certo para ele nesse aspecto. Por outro lado tinha sua mãe, que era a pessoa mais doce que ele já conhecera, a mulher mais carinhosa que podia ter. Ela era a pessoa que ele mais amava na vida. Ela era sempre a pessoa à quem ele recorria quando os pesadelos lhe atormentavam, e apesar de ter quinze anos, ele pedia para que ela lhe fizesse companhia até que ele pegasse no sono. Não tinha vergonha disso. Ele viajou para a França em uma das semanas, em outras chamou os amigos para jogar Quadribol como prometera.. Foi divertido. Narcissa o encheu de beijos e mimos quando a carta de Hogwarts chegou e junto com ela, uma surpresa para o loiro, ele havia sido nomeado à monitor. Draco não se agradou muito disso mas percebeu que talvez’  tivesse algo de bom em ter alguma autoridade naquela escola. 01 de Setembro. Quando o dia nasceu ele já estava com as malas prontas. Desceu as escadas daquela imensa propriedade que ele chamava de lar, seguindo para a sala de jantar, afim de comer algo e desfrutar a companhia da mãe que lhe faria muita falta nos próximos meses. — Bom dia meu filho! - ela saudou alegre quando o viu - Suas malas já estão prontas não é? - perguntou - — Sim, mamãe. - ele disse dando um beijo em sua testa antes de se sentar - Onde está o papai? - o loiro quis saber - — Ele já estará aqui. - ela limitou-se a responder - Então, ansioso pelo quinto ano? - ele perguntou mudando o rumo daquela conversa - Aquela pergunta foi absorvida e processada por ele. Na verdade, não estava ansioso, mas não estava com raiva como pensou que estaria ao ter de voltar àquele castelo. Ele não sabia de fato como se sentia em relação à isso. — Não sei.. - deu de ombros - Comeram em silêncio. Draco sempre fora assim, sozinho com seus pensamentos, com suas próprias questões, mesmo que aparentemente, ele vivesse apenas para fazer as vontades de seu pai. Lucius apareceu em algum momento, o rosto tenso como sempre, e aquele olhar que intimidava muitas pessoas. Sequer sentou-se, apenas olhou para a mulher que lhe deu um sorriso tranquilizador. — Não temos muito tempo, vamos! - ele ordenou, e o filho e esposa o seguiram. O expresso de Hogwarts sempre transparecia a Magia da escola para onde Draco estava indo, e isso ele não era capaz de ignorar. Talvez fosse nesse trem as últimas horas dele sendo ele mesmo, antes de ter que ser o Sonserino que seu queria que ele fosse, embora gostasse de ser aquele garoto superior de nome respeitado. As despedidas eram sempre regadas à abraços apertados e ordens expressas, vindo de sua mãe e seu pai, respectivamente. — Se cuida meu filho. - Narcissa disse lhe beijando a testa - E se comporte! - sussurrou - — Lembre-se Draco, um Malfoy é impassível, e não se junta nunca com a ralé! - afirmou - Honre sua casa e seu nome! - disse firmemente - Tenha um bom ano! E eles se afastaram, enquanto o garoto loiro procurava seus amigos com os olhos. Era um emaranhado de pernas, braços, cabeças, corpos. Difícil encontrar alguém ali.. Seguiu então para o trem, tentando achá-los lá. — Draco! - uma voz conhecida, seguido de um abraço conhecido lhe encontram no meio do trem - Vem, achamos uma cabine vazia.. - Ela dizia lhe conduzindo - Draco observou a garota de cabelos escuros e lisos lhe arrastar dali para uma cabine. Ele observou o corpo dela, que parecia ter se desenvolvido nesse tempo em que não a viu. “Como isso é possível?” questionava-se mentalmente. Gostava do que tinha com Pansy, uma espécie de amizade com benefícios.. Era bom. Encontrou seus outros amigos, estes também maiores, ainda assim rechonchudos. — Tiveram boas férias? - a garota quis saber - — Ótimas! - Crabbe respondeu - E as suas? — Foram boas também.. - Pansy disse - Meus pais estão pensando em comprar uma casa no Canadá, sabe passamos as férias lá.. Eles gostaram muito.. - contou a garota - — Não gosto muito do Canadá! - informou Draco - Gosto mais da França! — Eu prefiro a Inglaterra mesmo! - Afirmou Goyle, que despertava para a conversa - Quem serão os monitores este ano? - o moreno quis saber - — Eu! - Draco e Pansy responderam no mesmo instante - Eles se olharam e inconsciente ele sorriu. Bem melhor uma amiga do que uma desconhecida como parceira. ~*~ Hermione andava calmamente com Rony em seus calcanhares à procura do vagão dos monitores. Tinham que ouvir algumas coisas da Prof. MacGonagall. Encontraram enfim o vagão e tamanha foi a surpresa ao ver quem estava ali também. Tinha que ser um engano! Os monitores da Sonserina eram ninguém mais ninguém menos que Draco Malfoy e Pansy Parkinson. Hermione pensou ser um pesadelo, será que ele era seu carma? Durante todas suas férias esqueceu-se - ao menos pensou ter esquecido - completamente de tudo o que aconteceu entre eles no ano anterior. Cada mísero detalhe parecia estar voltando à tona, mas ela jurou que não iria ser mais boazinha com Malfoy, daquele loiro ela só queria distância. Ernesto Macmillan e Ana Abbott eram os monitores da Lufa-Lufa e  Antônio Goldstein e Padma Patil da Corvinal. ~*~ Draco sentiu-se completamente i****a quando consigo mesmo pensou quem seriam os monitores das outras casas, claro que ela seria da Grifinória, “sempre ela”. Não podia negar que ela tinha uma inteligência fora do comum.. O tempo que passou longe de Hermione foi o suficiente para que Draco sentisse que já sabia definir o que sentia pela castanha; asco. Era isso que ele deveria sentir, e era isso que ele sentiria desse ano em diante. Resolveu apagar todas as coisas incomuns que eles viveram anteriormente, devia tudo isso a seu pai. Claro que ficou surpreso ao ver que o parceiro dela não era o Potter e sim o cabeça de cenoura. Sorriu debochado enquanto ela se sentava em uma das poltronas. — Do que você está rindo, i****a? - ela falou grosseira - — Talvez seja essa sua cara de trouxa! - ele disse e Pansy o acompanhou na risada - Ela nada disse apenas amarrou a cara e ficou em conversas particulares com o ruivo. “Esse ano vai ser longo.” ambos pensaram enquanto sentiam que tudo o que viveram e sentiram no ano passado, tinha sido apenas um equívoco de seus tão bipolares hormônios de adolescentes.
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