Verônica
Nos arrumamos para sair para a tal festa. A Marília é do tipo de garota blogueirinha, que se maquia toda, posta… e ela sempre faz a mesma coisa comigo, sempre que nos arrumamos tiramos várias fotos para ela colocar nos seus stories.
As pessoas falam que somos muito parecidas e até a confunde como minha irmã, mas não, na verdade somos só amigas. Eu acho que a convivência acabou nos deixando parecidas.
Usei um shortinho curto jeans, um salto alto e uma blusa de manga preta, bem coladinha no corpo de um tecido era um pouco brilhante, soltei meus cabelos pretos repartidos no meio e coloquei argolas nas orelhas.
Estava bem piriguete comparado com o jeito que me visto para ir pro trabalho.
Realmente, eu sempre sou bem elegante quando estou na empresa, mas quando saio de lá não gosto de me vestir toda chique e recatada como sempre.
— Bora amiga, que hoje a gente vai encher a cara e vem arrastada. — Mary estava muito animada para sair.
De vez em quando a gente sai para as festas de bebemos muito. Claro que somos bem discretas. Pegamos um Uber e voltamos para casa. A bagunça acontece quando chegamos aqui, obviamente. Uma vomitando de um lado e a outra falando besteiras de outro.
Mas essa noite não vai ser desse jeito. Será pior.
— Hoje talvez eu arranje alguém. Só assim eu esqueço de tudo que eu passei durante o dia. — comentei com a Mary e ela ficou rindo.
— Você arranjar outra pessoa? — ela duvidou. — Depois que você terminou com o Antônio, nunca mais ficou com ninguém, sua louca. Vai ser um milagre se isso acontecer.
— É. Talvez eu esteja bem revoltada a ponto de fazer isso, mas minha amiga, hoje eu estou desse jeito, se aparecer qualquer boy é "caiu na rede é peixe".
Ela deu uma gargalhada.
Pegamos nossas bolsas e pedimos o Uber para nos levar em uma boate que não é tão distante da nossa casa, mas também não é tão perto. fica mais ou menos 10 minutos de carro.
Essa boate não é aquela de gente mais rica, também não é de gente mais pobre, é uma boate mediana. A gente paga R$50 para entrar e às vezes quando estamos com muita disponibilidade de grana entramos na área vip, pagamos R$200 e bebemos tudo que temos direito.
Quando chegamos lá, já percebemos que a festa estava lotada dessa vez somente de olhar a fila enorme. Ficamos esperando ali mais ou menos uns 10 minutos até conseguir entrar. Eu e Mary combinamos de subir para a área vip porque provavelmente as pessoas da fila estariam na pista e não iria dar nem para dançar de tanta gente que parecia ter.
Pagamos o valor e recebemos as pulseiras, depois um segurança nos direcionou para a entrada da área vip. Quando entramos nessa parte, percebemos que lá embaixo estava lotado mesmo, tinha um DJ tocando uma música atual e todo mundo estava dançando no meio do fumaceiro que rolava por ali, enquanto isso, na área vip havia muitos pretendentes para nós duas.
A gente procurou uma mesa e sentamos. Pedimos também um balde com cerveja da mais cara que havia. Quando a gente está na área vip sempre ostentamos muito.
Não demorou muito para um grupo de rapazes colocarem os olhos na gente. O que mais me chamou atenção foi um rapaz muito bonito, que parecia mais um modelo do que uma pessoa assim... comum como eu.
Ele sorriu e levantou um copo para mim, logo em seguida, o amigo dele também falou com a Mary e esses dois chegaram na nossa mesa.
Eu e Maria ficamos sorrindo uma para a outra antes de eles se aproximarem.
O boy que estava de olho na Mary era um rapaz alto, sem barba, com cabelo grande amarrado para trás e vestia uma roupa bem estilo balada, o rapaz que botou os olhos em mim era mais belo de perto e ele já chegou se apresentando.
— Prazer, o meu nome é Victor, e você é? — ele deu um beijo no meu rosto.
— Verônica.
— As iniciais já combinam. — ele brincou e rimos. — Tudo bem com você? Reparei que vocês andam sozinhas.
— Estou ótima. — deixei ele sentar do meu lado. — A gente sempre anda assim, em dupla. Somos a companhia uma da outra. — expliquei gentilmente.
Acho que ele entendeu errado porque parecia um pouco confuso.
— Mas vocês duas são amigas ou...
— Não, não. Somos só amigas. — dei uma risada e ele ficou rindo aliviado. — E você e seu amigo? — olhei para o cabeludo e eles ficaram rindo um para o outro.
— Somos só amigos. — ele falou com toda certeza e deu um sorriso bonito. — Podemos ficar aqui, com vocês?
— Claro que sim. Fique à vontade.
Hoje à noite promete.