Helena fica curiosa quanto a relação que tem aquela foto no cofre de seu marido.
— Esta mulher... Eu tenho certeza que é a mesma mulher da foto que estava no escritório do Alphonse... Tenho certeza que sim... Mas como faço para investigar ? Não faço ideia de onde fica o cassino daquele grosseiro, e aposto que ele vai achar que eu estou indo atrás dele por pretexto... Ele tem cara de homem convencido.
Muitas coisas passam pela cabeça de Helena, mas todas as coisas que lhe vem à cabeça, lhe fazem pensar que a resposta será encontrada com Alphonse...
— Mas que coisa... Eu nem lembro onde fica a casa dele, parecia ser bem afastada... Poxa vida! Diz Helena saindo do quarto, pegando sua bolsa, e a chave do seu carro que estava sobre a mesa.
— Vai sair patroa! Pergunta Rose a empregada sempre curiosa.
Mas Helena nem deu bola para a empregada.
— Mas que coisa hein! Este povo rico é cheio de comportamento esquisito, essa daí sai no meio da festa ontem com um gostosão, e vem aparecer de manhã, o marido, passou a noite se divertindo, como se nada tivesse acontecido.... Eu hein! É fim de tempo meu povo! Onde será que ela vai? Especula Rose.
Helena sai de casa desejando encontrar Alphonse, afinal perguntar a Michael lhe traria respostas imprecisas, e não a verdade, ou será que no fundo, não tinha vontade de ver Alphonse novamente?
Havia um bairro muito famoso no Rio de Janeiro, por abrigar muitos cassinos e locais de jogatina, Helena estava temerosa por andar em um local como este, mas se acaso queria encontrar Alphonse, aquele era o único jeito, afinal, ela precisava daquela resposta, para ter uma ideia do que estava acontecendo.
Helena para o carro numa esquina, e avista uma mulher, ou ao menos alguém que ela julgava ser uma mulher, quando ela para o carro e a chama as coisas ficam meio embaraçadas...
— Oi moça, você pode me ajudar? Diz Helena.
— Olha desculpa... Eu só atendo homens, desculpa... Tá fofa! Diz o travesti que estava parado no seu ponto.
— Não, não ! Você entendeu errado... Eu só quero uma informação! Quero saber se você sabe onde fica o Cassino de um homem chamado Alphonse, deve ser um cassino de luxo, me disseram que fica por esta área..
— Olha... Eu sei onde fica... Realmente lhe ensinaram certo fica na região, mas vai ter de pagar pela informação....
— Pagar pela informação? Mulher é um caso de vida ou morte, é só você me dizer onde fica! Onde está sua cooperação feminina? Pergunta Helena.
— Se não vai pagar, então circula garota! Está fazendo eu perder meu tempo, e como pode ver, não sou mulher, sou um homem... Diz o travesti com uma voz grave agora, sendo que visualmente não há quem não diga que fosse uma mulher.
— Realmente... Estou surpresa.... Diz Helena pegando 100 reais em sua bolsa e o entregando.
O travesti volta a falar com voz feminina, guarda o dinheiro, e...
— O cassino dele fica aqui! Apontando para o lado.
— Você me cobrou 100 reais para me dizer que eu já havia praticamente encontrado o lugar? É isso mesmo? Pergunta Helena surpresa.
O travesti lhe entrega um preservativo.
— O que eu faço com isso? Pergunta Helena.
— Não sei amor, mas você chorou tanto pelos 100 reais....
Helena joga o preservativo fora, e indignada desce do carro e entra no cassino, quando ela entra no local, fica surpresa com a estrutura luxuosa daquele lugar, e quantas pessoas... Figurões importantes da sociedade estavam ali jogando.
Alphonse olha pelo monitor e reconhece Helena no meio dos clientes, ele deixa um leve sorriso escapar.
— Olha só! Mas por essa eu não esperava... Como ela veio parar aqui? Se pergunta Alphonse, arrumando a gravata e se levantando para ir de encontro a ela.
Helena estava meio perdida, deslocada, surpresa, nunca havia estado num local daqueles, um dos seguranças do cassino se aproxima dela.
— Com licença, senhora, é repórter? Colunista de algum site de fofoca? É proibido fazer imagens do local, e dos outros clientes... Diz o segurança quando neste momento...
— Nick! Ela é minha convidada... Pode deixar ela à vontade... Diz Alphonse se aproximando.
Helena quando o olha, e o vê ali diante dela, não consegue evitar uma certa sensação de felicidade, seja por ter conseguido encontrar o cassino dele e também, por estar diante de Alphonse, que ela pensou por um momento não veria mais.
— Deixa eu adivinhar... Ficou viciada em mim, depois de ontem a noite, e veio se oferecer para ser minha escrava s****l? Não imaginava que uma mulher tão recatada igual você mudaria tanto em uma noite!
— Mas você é um cafajeste mesmo! Francamente, deve se achar o gostosão, não é? Fique sabendo que aquilo que aconteceu ontem, nunca mais se repetirá! Ficou bem claro?
— Vou fingir que acredito nas suas palavras... Mas então me diga! O que trás você aqui? Vou me esforçar para acreditar que acreditarei nos seus argumentos... Diz Alphonse.
Helena abre a bolsa, e tira a foto e mostra para Alphonse que arregala os olhos, e fica com uma expressão de perplexidade e surpresa.
— Onde encontrou esta foto? Me diga ! Onde conseguiu a foto de Ruth! Anda vem comigo!
Alphonse puxa Helena pelo braço, a levando ao seu escritório, aquele seu tom de sarcasmo havia desaparecido completamente, agora ele se transforma em um homem sério e frio.
Eles chegam no escritório dele.
— Me solta seu animal bruto! Está me machucando...
— Vamos me diz onde conseguiu a foto de Ruth? Pergunta Alphonse com firmeza.
— Estava no cofre do Michael... Junto com as fotos de outras mulheres...
Helena então explica para ele, tudo que havia acontecido, ao chegar em casa, que bisbilhotou as coisas do marido, e encontrou um cofre, e conseguindo abrir, haviam várias coisas ali, como drogas, fotos de várias mulheres, e uma havia chamado atenção dela, por ser uma foto da mesma mulher que estava no porta retratos do escritório de Alphonse.
— Quem é esta mulher? O que a foto dela fazia no cofre do meu marido?
— Ruth é minha esposa, desapareceu faz 7 anos, talvez o seu marido esteja por trás do sumiço dela, seja como sequestrador... Ou assassino... Filho da mãe!