Helena fica sem acreditar no que seus olhos estavam vendo, a moça deixa a jarra com água, e os copos que trazia numa bandeja caírem com o susto, e Larissa fica sem entender nada, perdida na História.
— Helena! O nome dela é Clara... Ela é minha empregada, contratei ela faz alguns meses... Não é verdade, Clara?
— Não adianta desconversar, Ruth... Seu marido está louco te procurando, movendo céus e terras, menina! Ao invés de você está vivendo uma vida luxuosa, estar aqui trabalhando como Doméstica! Qual a lógica disso? Questiona Helena.
— Clara? Isso é verdade? Questiona Larissa sem entender nada.
Clara/Ruth põe as mãos na cabeça, e começa a chorar, agachada, deixando Helena e Larissa ainda mais intrigadas quanto aquela atitude, Larissa tenta acalmar a sua empregada, e ajuda ela a se levantar.
— Helena... Você pode me provar isso que você está dizendo? Eu não consigo acreditar nisso... é uma loucura! Me desculpa...
Helena ainda estava com a foto na bolsa, ela tira e mostra a Larissa que fica espantada, realmente, não havia como negar que se tratava da mesma pessoa.
— Larissa minha vida está um caos, nas últimas 48 horas, tudo virou uma loucura, eu vim aqui desabafar com você sobre os problemas que venho passando, que inclusive envolve meu marido, o Michael, e o marido desta moça... Alphonse...
Larissa fica curiosa com toda a história, e ansiosa por desvendar o segredo.
— Vamos clara! Conta esta história menina! Vamos!
— Dona Larissa... Eu não sei... Faz alguns anos, eu sofri um acidente, e levei uma pancada muito forte na cabeça, eu não sei, eu não lembro nada! Nada da minha vida... Explica a moça.
Helena conta a Larissa que o marido dela é um homem muito rico, dono de um cassino luxuoso no centro do Rio de Janeiro, e sem contar os detalhes do que havia acontecido entre eles, diz que Alphonse e Michael são amigos, e que por isso acabou sabendo da notícia, ela diz isso para não expor o que aconteceu naquela noite entre ela e Alphonse.
— Minha nossa... Mas isso é uma história... Fantástica! Digna de coisa de filme... Novelas... E agora? O que faremos?
— Eu vou avisar o marido dela que a encontrei... Ele estava angustiado, quem diria! Anos procurando, movendo céus e terra... E eu encontrei ela com tanta facilidade!
— Senhora! Por favor... Não avisa ninguém! Eu não faço ideia de quem seja este homem, por favor não avisa nada a ninguém!
Helena e Larissa ficam sem entender....
— Mas Clara! Você mesma disse que havia perdido sua memória, disse que não lembrava de nada, então.... Estou sem entender! Mulher é a sua história! Insiste Larissa.
— Não... De jeito nenhum... Por favor... Eu vou fugir se chamarem ele!
Vendo o pânico no rosto da moça, as duas a tranquilizam, e resolvem pensar em como agir com mais calma, em uma maneira de convencer ela aceitar o encontro com Alphonse.
— Tudo bem Clara... Não se preocupe, você não vai ser obrigada a nada! Fique tranquila, vamos esperar Hanson , o meu marido chegar, ele tomará uma decisão sobre isso.
Mais tranquila, a empregada se retira, e vai para o quarto de empregados, e fica lá deitada, para se acalmar.
Enquanto isso, Helena e Larissa conversavam a respeito.
— Helena... Mais que coisa bombástica menina! Eu não esperava por algo assim... Francamente... Minha empregada... Casada com um dono de um cassino de luxo? Com a memória perdida! Menina, será que ele não era algum cara mau com ela não ? Destes homens que bate, que maltrata mulher....
— Alphonse? Não mesmo... Se há um homem que sabe como tratar de uma mulher... é ele... Digo mulher... Mas me refiro às pessoas em geral viu... Não pense m*l de mim... Diz Helena.
— Pensar o que amiga? O que haveria de pensar? Mas nossa! Olha como estou tremendo toda... E arrepiada! Que história incrível! Hanson não vai acreditar quando ele chegar.... Diz Larissa.
Helena deseja contar logo para Alphonse, mas Larissa pede que ela aguarde o marido chegar em casa, para que ele decida o que fazer, e Helena mesmo ansiosa para contar logo a Alphonse , concorda em esperar, afinal... Algo dentro dela torcia para que houvesse algum motivo para que os dois não fiquem juntos, Helena não admitia, mas ela estava com um certo ciúme, contudo não dava o braço a torcer.
Enquanto isso, os homens de Alphonse chegam até o galpão abandonado, retiram Michael do porta—malas do carro, e o levam até uma cadeira, e o amarram.
— Mas o que diabos querem comigo? Eu nada devo ao chefe de vocês! Me soltem! Me deixem em paz!
Enquanto Michael resmunga e reclama muito, outro carro chega até o local, e dele desce Alphonse, que caminha em direção a Michael com um olhar sério e furioso.
— Qual é cara? Você levou minha mulher, matou ela.... Te peguei o dinheiro que te devia... O que mais você ainda quer comigo? Será que é algum fetiche, um lado gay seu que me quer? é isso? Diz Michael debochando.
Alphonse mantém uma expressão séria, então lhe diz...
— Eu não matei Helena, ela está viva, inclusive, ela deve estar na sua casa uma hoa dessa... Sua mulher é boa demais para um verme imundo igual você...
— Nossa... Estou comovido.... Sério! Agora me solta que tenho mais o que fazer, esta hora, Helena deve estar querendo explicações minhas, eu tenho que ir encontrar ela, e fazer ela acreditar em mim novamente... Sabe como é né? Quem tem o dinheiro é ela... Tenho que me submeter...
— Seu cínico! Desgraçado! Eu quero saber onde está Ruth? Onde está minha mulher? Aquela que você sequestrou, ou ajudou sequestrar há 7 anos atrás? Você vai me falar tudo que sabe agora! E não adianta fazer-se de esquecido, por que eu vou te bater até você lembrar tudinho e me contar!
Era possível ver o medo expresso nos olhos de Michael, e que dificilmente ele sairia inteiro dali.
— Não me bate, por favor, eu te imploro... Eu falo pra você o que aconteceu... Eu conto tudo, tudinho eu prometo, mas não me bate...
— Então começa logo a falar! Anda!
— Eu não sequestrei sua mulher, foi ela quem quis fugir, foi ela! Eu só ajudei ela a sair a mando de uma pessoa, que eu não posso contar quem é senão ele vai me matar! E se fosse você deixaria isso pra lá também...
Revela Michael, deixando Alphonse ainda mais curioso em descobrir a verdade.