— Se pensa que estou interessado em dinheiro e que por seu dinheiro vou largar Amanda? Pode tirar o cavalinho da chuva... E o seu filho? Não se garante de vir me peitar como homem? Tem de mandar o velho para vir negociar ? Diz Ícaro.
— Ninguém ... Absolutamente ninguém fica no caminho das pessoas de minha família, Rômulo é meu filho, eu como seu pai, irei fazer o que for preciso para ele ter o que ele quer! E quanto a você! Já se olhou no espelho? Um n***o, pobre, sem ter onde cair morto! Acha que pode fazer aquela moça feliz? Amanda está acostumada a ter boa vida! A vida que meu filho e não você pode dar a ela! Saiba que aquela casa, a tecelagem... Tudo que o pai dela deixou me pertence! Eu posso executar a dívida na hora que eu quiser! Deixar ela no meio da rua! Sem nada! Acha que vai cuidar dela como? Podando flores? Trabalhando de caseiro em alguma casa? Olha para você! Pega o dinheiro que te ofereço! Dá o fora daqui! Arranje uma outra moça branca para você se divertir! Diz Barcellos.
Ícaro queria ter argumentos para rebater, mas tudo que aquele homem diz apenas ratificou o pensamento dele, aquilo que vinha pensando, e que lhe causava desconforto, que não tinha conhecimento de nada para ajudar Amanda, nem dinheiro, nem prestígio, caso amanda aceitasse ficar com ele e abrisse mão de lutar por tudo, ela deixaria os funcionários da tecelagem desempregados, caso ela conseguisse encontrar uma saída e desse tudo certo, ele seria apenas um peso para ela, o que o incomodava e muito.
— Então rapaz? O que me diz? Todos saem ganhando, principalmente você! Só me diga o seu preço! Quanto! 100 mil? 200 mil? Para quem não tem nada, garanto que é uma boa soma em dinheiro! Diz Barcellos.
— Vai se ferrar! Você, seu dinheiro, seu filho! Vão se ferrar! Diz Ícaro saindo adiante.
— Não torne as coisas mais difíceis! Você só vai sofrer muito mais se não tomar uma decisão agora... Diz Barcellos.
Ícaro o ignora e segue seu caminho... Agora mais confuso e sofrendo muito mais, ele sofria bastante sentindo-se um ninguém na verdade, relembra a conversa que teve com a mãe de Amanda, Bernardette já havia percebido que havia algo entre sua filha e ele e havia dito no dia anterior a tragédia que eles deveriam esquecer um ao outro...
— Talvez a senhora Bernardett tenha razão quando me disse que eu deveria deixar a Amanda! Será que poderei mesmo fazer ela feliz? Será que só o amor é suficiente? Se questiona ele.
Na casa de Rômulo, o rapaz conversa com sua mãe...
— Mãe! A senhora viu o papai? Eu gostaria de falar com ele sobre um assunto, gostaria de voltar para o exterior, acho que viver aqui no Brasil... Não me fez bem.
— Filho, seu pai saiu cedo, ligou dizendo que não viria almoçar, e que tinha umas coisas para resolver... Mas quanto a você voltar para o exterior... Filho, tem 3 meses só que você voltou! Achei que iria ficar conosco, que iria começar a sumir os negócios de seu pai... Poxa! Por acaso... Tem haver com mulher não tem? Você tem se aproximado muito da filha do falecido Ramon, Seu pai cismou de casar você e aquela garota... Ele queria que você encontrasse uma boa moça e começasse a assumir os negócios da nossa família.... Diz ela.
— Talvez eu não queira assumir os negócios da família, talvez eu queira um caminho diferente para mim, fazer minhas escolhas... Enfim... Diz Romulo.
— Seu pai está ficando velho, o cassino, as empresas... São coisas demais para ele administrar... Repense Rômulo a sua ideia de nos abandonar... Diz ela.
— Eu já tomei decisão mamãe! Já me decidi... Diz ele saindo...
A mãe de Rômulo senta-se no sofá e reflete preocupada...
— Você precisa meu filho assumir os negócios de Barcellos, tenho medo que ele encontre o filho verdadeiro dele e perda todo o encanto por você... Afinal você não tem o sangue dele... Barcellos é muito apegado a linhagem da família... Pensa a esposa de Barcellos.