CAPÍTULO 1
TSUNAMI
"São Paulo, dia 1° de
outubro de 1992,
8 horas da manhã.
Aqui estou, mais um dia,
Sob o olhar sanguinário
do vigia.
Você não sabe como é
caminhar com a cabeça na
mira de uma HK,
metralhadora Alemã
ou de Israel,
estraçalha ladrão que
nem papel..."
Os dias na nova vida estavam sendo como tirar férias.
Minha patroa maravilhosa, me apaixonava por ela todos os dias. Meu muleque só crescendo e meus negócios prosperando.
Professor se aposentou, é irmãozinho, coroa tava bem acabadinho, me ajudava numa coisa ou outra pra não parar de vez mas não não era tão sagas como antes.
Controlar os negócios de longe era bom, ia vez ou outra na favela, quando tinha festa.
Pilar não pisava lá desde o dia que mudamos, eu não cobrava que fosse, sabia dos traumas dela.
Pilar e eu tínha nossos momentos, mas o dia que mais a vi sorrir, foi quando fomos pra Europa, ela sabia se portar nos lugares e eu atraia olhares pelo meu modo "gueto", não escondo minha raiz, as roupas podem mudar, mas a cara continua a mesma.
Com o tempo, adquiri alguns fios brancos na cabeça e na barba, assim como meu pai, mas segundo Pilar fico mais bonito assim.
Minha pequena sempre maravilhosa, não tinha um vez se quer que eu não a desejasse.
Baixinha, agora com mais curvas e com a experiência uma devassa na cama.
- Victor, você pode pegar Levi pra mim? - ela diz saindo do banho
- Eu posso pegar ele sim e mãe dele também - digo rindo
- Ah sério? - ela diz abrindo a toalha e mostrando que está peladinha por baixo
- Ah cachorra - digo indo até ela e ela me empurra
Desço para pegar Levi, meu muleque já estava com 5 anos, meu orgulho. Não desgruda de mim.
Se deixar até em minhas reuniões quer entrar.
Pego ele e vou até a parte externa da casa, que era de frente para o mar...
- Muleque, tudo isso pode ser seu, desde que você seja inteligente e ousado. Seu avô pode ser que não esteja aqui por muito mais tempo para te ver crescer, mas se você for metade do que é, porrä, você será fodä!
Claro que tem o papai aqui, mas nada se compara com a sabedoria de seu avô! Quero te ver voar muleque, e alto - digo emocionado
Ele me olha e sorri, como se tivesse entendendo tudo que estava falando. Mas no fundo sabia que iria repetir essas palavras várias outras vezes. E quando estiver estendendo, quero contar nossas histórias.
- O que meus meninos tão falando aí? - diz Pilar vindo sorrindo
- Estávamos falando como a mãe dele é perfeita - digo e ela me dá um selinho
Ela se senta no braço da cadeira ficando com seu corpo caído sobre mim, e o perfume dela era instigante, viciante, excitantë, que meus pensamentos putanheiros tomavam conta.
- Oieeee familiaaaaa - diz Giulia entrando e Helena minha sobrinha, vem correndo puxando Levi para brincar.
- Tsu, meu pai quer ir na favela - Giu diz baixo
- E ele disse o que quer fazer lá? - inquiro
- Não, só disse que quer ir, acho que você deveria falar com ele. Teimoso demais - ela diz bufando
- Esse meu tio é osso duro de roer - Pilar diz rindo
- O véio tá o caco mas não quer sair de combate, tá louco - digo me levantando
- Victor tenha paciência, é assim mesmo e provavelmente você tbm ficará assim - Pilar diz e Giulia cai na risada.
Eu daria um pulo na casa dele e tento conversar pra saber o que tava pegando.
- Fala aí coroa, tudo bem? - digo de boas
- Mas a Giulia é uma fofoqueira, tinha que ir te chamar - ele diz bravo
- Mas o que eu não poderia saber véi? - digo atento
- Quero ir na favela, você sabe que nasci e cresci lá. Quero ver meu povo - ele diz em tom saudoso
- Que isso, podemos ir sim. No final de semana vou descer, terá evento então se quiser vamos juntos - digo e sinto meu coração apertar
Retorno pra casa com aquela sensação r**m, e prefiro ficar no meu canto, pensativo.
- Tsu, esta tudo bem? - diz Pilar
Ela me conhecia, não tinha como negar ou mentir
- Mais ou menos marrenta - digo e ela senta na cama comigo
- Meu tio não está bem? inquire
- Aparentemente está sim, mais a forma com que ele me pediu pra ir na favela me deixou meio bolado, com o coração apertado - digo e noto ela se preocupar
- Mas ele disse o por que quer ir? ela pergunta
- Sim, disse que nasceu e cresceu lá, e estava com saudade do pessoal - digo baixo
- Está tudo bem Tsu, ele só está com saudade. quando fico com saudade de você, também fico assim, meio xoxa - ela diz e eu rio
- E quando você fica com saudade de mim? - inquiro malicioso
- Toda hora que você está longe - ela diz rindo
- Ahhh mulher, eu amo tanto você - digo a puxando para meu peito
- Victor, agora não né - ela diz mas não me solta
- Uma rapidinha só, tô cheio de tesãö marrenta - digo baixo em seu ouvido
Sinto a pele dela arrepiar...
Deslizo minha mão pelas costas, chegando até aquela raba gostosa... E ela solta um gemidinho.
Do nada a porta do quarto é quase arrombada, por um pequeno furacão, chamado Levi e atrás dele Helena.
Pilar sai rápido de cima de mim e me sento na cama rápido, pra que meu paü possa baixar, precisava de uns minutinhos calado.
Nossa liberdade tinha sido um pouco prejudicada, mas tudo era questão de tempo. E o tempo que tínhamos para nós, Pilar dava o nome... Me arregaçava real e eu ficava louco só de imaginar!
Minha vida era perfeita demais!