Me levanto com a zoada lá em baixo, tenham dois irmãos mais velhos, é maravilhoso, eles sabem muito bem ficar quietos, confia irmã, confia.
Vou para o banheiro e já trato de escovar os dentes, tomo um banho e saio do banheiro com a toalha em volta do meu corpo, sigo para o meu guarda-roupas e já trato de passar todos os meus produtos corporais, visto uma calcinha de renda preta, um body preto com detalhes de renda, uma calça jeans clara rasgada, e nos meus pés um tênis Jordan preto com branco.
Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo o deixando solto mesmo, passo uma maquiagem leve, prendo o radinho no cós da calça, e a minha arma na parte de trás da cintura.
Arrumo o meu quarto, devolvo a toalha para o banheiro e já desço para ver que zoada que os meninos estão fazendo, p***a, ainda são nove e meia da manhã, tomar no cu viu?! Isso que dar morar em uma casa composta por três homens, tendo dois presentes e sem os pais.
Eu: que zoada do c*****o é essa aqui em baixo?- pergunto entrando na cozinha sem paciência nenhuma.
Perigo: o i****a do seu irmão que não sabe fazer um café- fala e eu sento na banqueta da bancada, encarando os dois marmanjos a minha frente.
Eu: qual dos dois? Eu tenho dois irmãos e os dois são idiotas- falo e os dois homens a minha frente me olham sérios.
Metralha: vai se f***r Bianca, só por causa dessa graça sua, vai ficar sem café- fala e eu dou de ombros.
Eu: vou na padaria, tchau amores- falo já pronta para me levantar, mas o Metralha mesmo me impede.
Metralha: vai na padaria um c*****o, mó trampo que eu tive para fazer a p***a do teu café da manhã- fala e eu só dou risada.
[...]
Desço do carro posturadona junto com as antas a minha volta, nesse caso, os meus dois irmãos e os meus primos, nesse caso, Coringa e Magrim.
Sigo ao lado do Metralha enquanto as três antas vem atrás da gente, tem dois vapores na nossa frente, nos guiando até a sala do chefe, ou sub chefe, já não sei mais de p***a nenhuma que tá acontecendo na caralha desse morro e piorou no comando, olha que eu tô na corrida para herdar o comando do papai.
Entramos na sala onde eu vejo um homem branco, alto, completamente tatuado e com cara de poucos amigos, ele está de pé, encostado na mesa dele e com os braços cruzados na altura do peito, dona Ana Júlia ver isso, perigoso ela até se apaixonar, do jeito que eu conheço a minha amiga.
- Podem sair- fala com os dois vapores que nós acompanharam até aqui, e os dois obedecem- meu amigo Metralha- fala mudando completamente de humor enquanto cumprimenta o meu irmão, e esse sai completamente da postura também.
Metralha: quanto tempo hein Abelha- fala cumprimentando o homem a nossa frente.
[...]
Eu já perdi as contas de quanto tempo estamos aqui, eles conversando e eu só ouvindo tudo atentamente, apenas absorvendo tudo que o que está rolando, calada e de cara fechada, não me sinto a vontade em ambientes que eu não conheço, e eu ainda não fui com a cara desse cara.
Abelha: agora saindo de assuntos sérios, não sabia que tinha casado Metralha- fala me olhando dos pés a cabeça.
Metralha: não casei, essa é a minha irmã, a famosa Cobra- fala e é aí mesmo que o homem começa a me encarar.
Abelha: a famosa Dama, falam muito de você no comando, será que você é perigosa como falam?- pergunta e eu dou de ombros.
Eu: me estressa e vamos ver- falo sem paciência nenhuma e o meu radinho já é acionado na mesma hora.
Lobão: Cobra, tá na escuta?- escuto o meu pai me acionando.
Eu: um minuto chefe- falo pegando o radinho da cintura e saio andando- na escuta chefia- falo caminhando até o carro.
Lobão: tá na onde?
Eu: na Mangueira.
Lobão: com quem?
Eu: Metralha, Perigo, Magrim e Coringa, viemos falar com o Abelha.
Lobão: o Polegar já tá solto?
Eu: não senhor, mas sai essa semana.
Lobão: quando chegar na Rocinha, quero que me fale tudo o que foi conversado nessa reunião.
Eu: sim senhor chefe, como quiser.
Bru: oh Bianca, para de tratar o seu pai como seu chefe- fala e eu seguro a risada.
Eu: mas ele é o meu chefe.
Bru: f**a-se, ele é mais seu pai do que o seu chefe, eu hein.
Eu: vou voltar lá para dentro, mais tarde aciono vocês- falo e prendo o radinho no cós da calça novamente.
Torno a entrar na boca novamente e caminho até a sala entrando na caruda mesmo, o Coringa que havia sentado no meu lugar, assim que me vê entrando na sala novamente, já se levanta e volta a sua posição inicial.
Eu: pode ficar sentado- falo ocupando o lugar dele fico posturada.
Abelha: não precisa ficar na defensiva aqui não, Dama, somos todos aliados- fala e eu dou de ombros.
Eu: eu não confio em quem não conheço, e não acredito em lobo em pele de cordeiro- falo séria e ele da risada.
Abelha: ela é boa- fala para o meu irmão.
Metralha: a melhor que nós temos no complexo.
[...]
Saio da principal acompanhada dos outros cinco homens que estavam comigo, incluindo o Abelha, observo de longe uma muvuca formada na frente de uma casa, olho para os outros que me acompanham e seguimos até a confusão.
Abelha: que p***a que tá rolando aqui?- pergunta puto da vida se metendo no meio da confusão.
Só vimos um homem grudado nos cabelos da esposa, e ela de camisola no meio da rua, de joelhos no chão, enquanto ele segura os cabelos dela e a bate, o rosto da mulher já está machucado, como quem já tem apanhado muito, e o rosto vermelho de choro.
Abelha: solta ela e se afasta marmanjo- fala já apontando a arma para o cara.
- Aqui eu me resolvo chefe, briga de marido e mulher ninguém mete a colher.
Abelha: vou falar só mais uma vez- fala destravando a arma.
Eu: ele mandou tu se afastar c*****o- falo dando uma cotovelada na cara do marmanjo.
Ele fica meio zonzo com a cotovelada no rosto, aproveito e dou uma rasteira nele, fazendo o cara cair de joelho no chão, e já prendo os braços dele para trás do corpo.