01°
Um... Dois... Três...
Não surta Bianca, não surta ainda, você não pode agredir fisicamente os seus irmão, lembra da sua promessa de ano novo? Não resolver as coisas na base da grosseria e nem da violência? Ser uma pessoa melhor, mais calma.
Mas está impossível manter tal promessa, não faz nem meia hora que o ano virou, e eu já tenho duas pestes me enchendo a paciência, nesse caso, os meus dois queridos irmãos, Felipe e Gustavo, isso porquê ambos já são "homens feitos", com diz meu pai, dois marmanjos, um com 23 e o outro com 21, mãe não largaram de ser duas crianças encapetadas.
Bru: Felipe e Gustavo, deixem a irmã de vocês em paz, depois reclamam quando ela desce a chinelada nos dois- fala olhando para os dois seria.
Lobão: toma baby, o pai mandou trazerem pão de alho para você, e queijinho que tu gosta- fala me trazendo um prato com dois pães de alho e três espetinhos de queijo.
Sim, eu sou a caçula dessa família de doidos, a pequena herdeira do complexo da Rocinha, sendo assim, sou a irmã mais nova das pestes, e a filha caçula do casal Bruna e João Pedro, ou Lobão para os não tão íntimos.
Por ser a mais nova, e por ser a única mulher de três filhos (vivos), a minha vida é ser mimada e protegida por três homens ciumentos, não deixam um homem chegar perto de mim, como se eu ainda fosse virgem, aí ai viu?! Eu acho é graça dessas coisas, já me acostumei com o caos de ciúmes que essa família é comigo.
Isa: oh vagabunda- fala vindo na minha direção toda animada.
Eu: tô aqui projeto de quenga- falo com a boca cheia.
Isa: eu estou querendo voltar para o Rio- fala me olhando com cara de quem vai aprontar.
Eu: a vontade, vai com Deus, que Ele te proteja- falo dando de ombros.
Isa: vamos comigo? O TT só vem me buscar semana que vem- fala e eu n**o com a cabeça.
Eu: tô fora- falo negando com a cabeça.
Isa: vamos Bia, olha só, tem baile, tem festa, tem tudo do bom e do melhor para a gente- fala e eu n**o com a cabeça.
Eu: vai lá com a tua amiguinha e me deixa aquia Isabela, tu só vive grudada nela mesma, aproveita e entra uma dentro do cu da outra e se explodam, bando de filhas da p**a- falo boladona mesmo.
Eu e a Isa crescemos grudadas uma na outra, nos separamos por nada, mas esses dias chegou uma estranha lá e a Isa vive para cima e para baixo com essa guria, e eu tô falando a cotas que essa menina não é boa gente, mas a Isabela me escuta? Escuta o c*****o que escuta, mas tá certa, tem gente que só aprende quebrando a cara, vou deixar quebrar a cara para aprender a ser gente, eu hein, vai a p***a menor.
Isa: nem começa Bianca, tu que vive infurnada naquela boca com os meninos e com o padrinho, tenho que arranjar alguém para vagabunda comigo- fala e eu n**o com a cabeça.
Eu: se tu arrumasse um emprego ia ser bem melhor, acha não- falo e ela faz careta revirando os olhos.
Isa: virar bandida não é emprego- fala e eu dou de ombros.
Eu: mas tô ganhando dinheiro meu amor, o cash é o que importa- falo e dou outra mordida no meu pão de alho.
Bru: OLHA O CELULAR TOCANDO- grita erguendo o meu celular.
Eu: QUEM É?- pergunto gritando e ela olha para a tela.
Bru: VK- grita e todos os homens aqui presente, fecham a cara.
Metralha: DEIXA TOCAR- grita já vindo na minha direção.
VK é o meu ex, era super amigo dos meninos, mas aí me meteu um bela de uma gaia, e eu só tinha quinze anos, meu pai quando descobriu que eu estava namorando não sabia se infartava, se me matava ou se matava o VK, se tivesse matado o VK eu tinha saído no lucro viu?!
Quando descobrimos a traição, o meu pai ainda tentou matar o VK, deu cinco tiros nele, mas vaso r**m não quebra né?! Te contar, palhaçada viu?! Se fosse alguém que presta, só num tropicão já tava morrendo no hospital, que p***a hein.
Lobão: era para esse filho da p**a tá morto- fala emburrado.
Perigo: se quiser eu mato ele pai, não vai ser nenhum sacrifício para mim- fala sentando do meu lado.
Metralha: e eu ajudo- fala sentado no chão, bem na minha frente, no meio das minhas pernas.
Isa: legal que essas duas porras te enchem o saco, mas não desgrudam de você né?!- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: eles não vivem sem mim que eu sei- falo e eles dão risada.
Metralha: te ilude sozinha coisa pequena- fala e eu só dou um chute de leve nele.
Eu acho até engraçado, nós três nos matamos, mas também não desgrudamos um do outro, e somos a mistura perfeita dos nossos pais, o Metralha, no caso, o Felipe, é o mais velho, com vinte e três anos, é a cópia do meu pai, parece a versão do meu pai mais novo, já o Perigo, nesse caso, o Gustavo, tem vinte e um anos e é a mistura perfeita dos nossos pais, alto e n***o, assim como meu pai, do cabelo cacheado, mas os olhos, o nariz e a boca são da nossa mãe, até a sobrancelha.
Já eu, com meus humildes dezoito aninhos, sou a cópia exata da minha mamãe, aparência, jeito, tudo! Tenho estatura média, com meus um e sessenta e cinco de altura, sou meio gordinha sim, e tenho os cabelos longos e ondulados, o que me deixa p**a, queria ter os cabelos cacheados que nem minha tia, mas tenho os olhos escuros e a boca do papai.
Metralha: tá, mas e esse papo de voltar para a Rocinha, a gente tá dentro- fala e eu olho para ele junto com a Isa.
Isa: e quem chamou? Eu chamei a Bianca, não Bianca e tropa de urubu não- fala e o meu irmão mais velho da de ombros.
Metralha: um f**a-se bem grande para tu, a gente vai vocês querendo ou não, e é bom que o TT não vem, cabe nos quatro no carro certinho.
Magrim: nós seis, eu vou junto- fala se aproximando da gente com dois copos na mão- toma aí chuveirinho, minha casca de bala não pode ficar de copo vazio não- fala me entregando um dos copos.
Perigo: ala, criança pode beber não- fala tentando pegar o copo da minha mão.
Bru: deixa a sua irmã em paz Gustavo, c****e, você e o teu irmão parecem duas crianças, na terceira vez que eu tiver que falar com vocês dois, eu juro por Deus que eu vou descer o c****e em vocês, eu hein- fala ficando brava.
Enfim, minha mamãe a minha grande protetora, até porque, como diz ela, eu sou a versão mais nova e melhorada dela, tudo que eu faço hoje, ela já fez quando tinha a minha idade.