Capítulo 3

1639 Words
Júlia Júlia: Quer ajuda Dona Tânia?- gritei, pois ela estava na cozinha e eu na sala. Dona Tânia: Não, amor. Fui colocar o bolo no forno.- sentou do meu lado no sofá.-Então, fia, conheceu o Erick como? Júlia: Eu tava voltando do trabalho com bolsas mão e ele me ajudou. Tânia: Orgulho do meu menino.-sorriu.- Você trabalha de quê, mesmo? Júlia: Sou enfermeira, tia. Consegui a vaga aqui no postinho e corri pra cá.-ri. Tânia: Que bom que o Erick arranjou alguma amiga responsável, porque já veio cada uma aqui, fia... Quando ele falou de tu, eu já pensei "vixe".-rimos. Júlia: A senhora é casada? Tânia: Não, sou mãe solteira. Passei muita dificuldade com o Erick, por isso ele entrou no tráfico. Júlia: A senhora já é acostumada com isso ou ainda se incomoda? Tânia: Tive que me acostumar, amor. Ou era isso ou passávamos fome. Nós moramos na rua já.-olhei surpresa.-Pois é, e quem mais nos ajudou foi o Th. Não é à toa que considero ele como um filho. Júlia: Imagino como deve ter sido difícil, tia. E que bom que o Th apareceu na vida de vocês, ele parece ser incrível. Tânia: Ele é, só não demonstra pra todos. E você? Cadê seus pais, menina? Júlia: Meus pais morreram quando eu tinha 11 anos, daí eu fui pro orfanato. Completei 18 anos e fui expulsa de lá.-ela me olhou surpresa e incrédula.- Pois é, tive que me virar, tia. Tenho uma amiga que eu estudava e fui pra casa dela. Se não fosse ela, não sei o que seria de mim. Aí comecei a trabalhar numa lanchonete e dividia as contas de casa. Daí arranjei um emprego melhor e fui pra um kitnet,pois só o que eu recebia dos meus pais não era suficiente. Até que passei no enem, fiz faculdade de enfermagem e agora estou aqui. Tânia: Tão nova e tão guerreira.-sorri fraco.- E os crexis...Como é que falam mesmo hoje em dia?- ri muito com ela tentando falar crush e ela me olhou serinha. Júlia: É crush, tia.-ela riu - E tá triste viu, ai ai. Tânia: Só não digo pra investir no Erick porque você é como uma filha pra mim agofa. Vocês tem que ser irmãos. Júlia: Até porque pra aguentar o Magrinho tem que ter paciência. E eu não tenho.-rimos. Tânia: Tem o Th. Júlia: Não, não. O Th é todo fechado, não faz meu tipo.- menti e não menti ao mesmo tempo. O Th é um gato e quem não pegaria aquele gostoso do c*****o? Mas não posso sair falando que eu pegaria ele. Seria f**a pegar numa festinha pra nunca mais, porém pra continuar ficando com frequência não. Tô fora. [...] Tânia: A Júlia e o Th fariam um lindo casal.- arregalei os olhos e senti o rosto arder. Senti que tava corada. Olhei constrangida pro Th que sorria de canto. p***a que boquinha. Magrinho: Verdade, coroa. Th: Deixa de idéia.- gargalhou.- A garota tá corada, pô. Magrinho: Se tá assim é porque tem interesse. Th: vai se fuder, filho da puta.- riram e eu ainda o olhava constrangida. Tânia: Não xinga na minha casa!- bateu com o pano de prato no Th. Magrinho: Vamo comer o bolo, anda.- levantamos da sala indo pra cozinha em fila, porque somos todos mortos de fome, até que um radinho tocou. O Th e o Magrinho se olharam e o Erick apontou pro Th. Provavelmente pra dizer que era o rádio do Th que estava tocando. Th tirou o rádio do bolso e apertou em escutar. Th: Desenrola o papo.- eu, a Dona Tânia e o Magrinho ficamos olhando pra ele com o radinho na não. Xxx: Ô patrão, vou dizer sem enrolar, mas não fica brabo não.- quando cara do outro lado da linha falou isso eu já vi que o negócio ia ficar estranho. Th: Fala logo p***a!- gritou e eu me assustei. Xxx: A Gabi tá aqui na barreira querendo bater um lero contigo.- olhei pro Magrinho que coçou a cabeça e o Th engoliu seco. Th: Fala pra essa filha da p**a ficar esperando que eu broto já. Mas Não assusta ela, jaé. Deixa ela achar que eu ainda sou um bobo. Ele desligou o radinho e o Magrinho correu segurando o Th que já ia saindo. Magrinho: Th, c*****o! Não vai lá não, p***a. A filha da p**a veio testar você. Th: Eu deixei avisado que ela tava proibida de brotar aqui no morro, p***a. Ele pegou o radinho e ligou para aquele mesmo cara. Eu não sabia como reagir, só olhava assustada, pois não sabia nem o que estava acontecendo. Th: Gaúcho, leva a filha da p**a pra salinha. Hoje ela me paga. Magrinho: Não, Th. Fica aqui, eu vou lá conversar com ela...- o Th interrompeu. Th: Conversar é o c*****o, vou m***r aquela desgraçada. Tânia: Th! Você vai ficar aqui e o Magrinho vai descer. Manda o Magrinho pra fazer algo, menos m***r ela.- Ele assentiu, pelo jeito, ele escuta a Dona Tânia. Th: Mesmo depois de tudo que ela me fez vocês ainda tem pena dela né -ele sorriu sarcástico.-Passa a 0. Magrinho: Ela ama o cabelo, pô. Cuida pra c*****o e tu bem que sabe. Th: Então tortura ela, p***a. Mata. Cabelo cresce de novo, se liga. E se ela morrer, não vai ressuscitar. Aproveita e diz pra não pisar o pé aqui de novo, senão nem a tia Tânia me faz mudar de idéia.- o Magrinho coçou a cabeça. Magrinho: vou lá, então. Tânia: Vou junto contigo, vou falar umas coisas a ela.- eles assentiram e saíram de casa. Eu estou perplexa. Mesmo sem entender nada, é algo constrangedor. O Th sentou no sofá e a perna dele não parava de bater. Pelo visto, ele estava puto. E até demais. A cara dele não negava também. Júlia: Quer conversar?- ele negou com a cabeça - Ok. E água, quer? Th: Tu trás, na moral mesmo? Júlia: Sim, ué. Você não está bem. Th: Eu tô bem. Júlia: Não mente, sua perna tá tremendo. Th: É o ódio.- riu rápido. E por um momento eu senti medo. Me afastei um pouco e ele percebeu - Relaxa, não vou descontar em você, pô. Encosto em mulher não. Júlia: Ah, que pena. Ia até sentar pra você, mas tu nem encosta em mulher.- brinquei, acho que era o que ele estava precisando. Th: Filha da p**a -ele riu e eu o acompanhei. Júlia: Quem é Gabi?-pergunto curiosa. Th: Não fode, Ju. O papo tá legal. Júlia: Ok, desculpa minha curiosidade. Th: Uhum.-assentiu.- Já pode voltar pra perto, eu não mordo. Só se você pedir.- sorriu malicioso. Júlia: Ridículo. -riu. Th: Gostosa.- olhei f**o pra ele.- Colé? Sabe como tá teu nome no meu celular? Júlia: Sei lá, cara. Th: Enfermeira gostosa.- ela riu e eu a acompanhei na risada. Júlia: Você é muito i****a, meu Deus. Sabe como tá o seu aqui no meu celular? Th: Na certa, Vagabundo gostosão.- gargalhei com esse apelido bosta e ele me olhou serinho. Júlia: Th. Th: Quê? Júlia: É como tá seu contato, p***a burro. Th: Respeita, mina. Tá falando com o dono desse c*****o aqui. -eu ri.- Não devia ter dado ousadia, não tá respeitando. No Hospital tu fala certinho comigo. Júlia: Claro, meu local de trabalho.- ela sorriu. Th: Tu ainda tem medo de mim? Fiquei sabendo que tu tinha medo porque eu sou o dono do morro. Júlia: Ficou sabendo não. O fofoqueiro do Magrinho, que é pior que essas velhas fifi, contou pra ti. Th: Claro que não. Júlia: Claro que foi. Quem foi então? Th: Não posso falar o nome, pô. Júlia: Eu não falo com ninguém no morro além de vocês aqui. Nem falei sobre você com a Tia Tânia.-menti.- Foi o Magrinho. Th: Assumo que foi ele pô. Júlia: Assumir o que eu já sabia? Amado?- falei em tom de deboche. Th: Mas eai, tem medo de mim ainda? Júlia: Não. Tenho medo das coisas que você faz pras pessoas. Th: É f**a. Mas só faço pra quem merece. Júlia: E por que a Gabriela merece?- perguntei curiosa de novo. Th: p***a, Júlia!- gritou.- Gosto de conversar contigo, tu é responsa pra c*****o, não fode o papo legal c*****o! Júlia: Olha só, não é porque tu é o dono desse morro que tu tem direito de gritar comigo, se liga.- falei no mesmo tom vendo dele ficar puto.  Não sei de onde saiu essa coragem de tentar suicídio, porque na certa ele ia atirar na minha testa agorinha. Tava morrendo de medo, mas não ia perder a postura. Se baixar a defesa uma vez eles acostumam e querem dar na sua cara. Th: Segunda vez que te mando o papo, c*****o. Não é da sua conta essa p***a. Júlia: Ok, não tenho culpa se sou curiosa. Mas desculpa por insistir. Th: De boa. Só não faz mais.- assenti. Ok, eu estava m*l por ter invadido o espaço dele, mas ainda estou curiosa pra c*****o. Júlia: Acha que eles vão demorar? Th: Uhum.-riu- Por que? Júlia: Preciso me preparar pra amanhã. Tenho que ir. -levanto e pego meu celular.- Tchau. Se puder, amanhã tu passa no posto pra fazer o curativo. Th: Na moral mermo? Tô afim de me bater com uma n**a de lá não pô. Deixa ser na tua goma mermo. Júlia: Só se você falar quem é a mulher. Th: Curiosa pra p***a. O nome dela é Andressa. Filha da p**a chata, pqp irmão. Júlia: Entendo você. Ela é insuportável.-reviro os olhos.- Mas enfim, pode ser lá em casa sim. Tudo pra evitar ela.- levanto do sofá e vou até a porta.- Quando eu voltar do postinho. Ah, e leve pizza. Tchau. Saí do casa do Magrinho e fui andando pra casa. ai ai, eu mereço. * 
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