Capítulo 2

1989 Words
Th  Olhei meu celular pela décima vez meu celular pra ver se a mina lá tinha mandado alguma coisa. Firmeza a mina. Inteligente, pelo visto. Abri meu wpp e fui no chat dela. WhatsApp Th Colé, mina. Manda o local (09:48) Enfermeira gostosa (Júlia)  localização em tempo real (09:50) Th falou ____________________________________ A porta da minha sala se abriu e o fdp do Magrinho entrou na maior folga. Magrinho: Colé gayzão.- sentou no sofá e estirou as pernas.- Que horas tu vai na casa da Júlia? Olhei serinho pra ele.Como esse filho da p**a sabia? Th: Anda me espionando, c*****o?- ri. Magrinho: Se liga, sou melhor amigo da mina. Cozinha bem pra p***a. Th: Desde quando?- olhei com deboche. Magrinho: Desde ontem, pô.-ele riu- Comi na casa dela. Um macarrão de miojo com frango e verdura. Sei falar o nome daquele c*****o não. Th: Tô ligado. Vou colar lá daqui a 10 minutos. Magrinho: A mina tá morrendo de medo de tu, parceiro.-gargalhou e logo após, fiz o mesmo. Th: O que colou? Magrinho: Desenrolei pra ela que tu é o dono dessa porra.- caímos na gargalhada. Th: Mas é muito filho da p**a mesmo.-levantei da cadeira- Vou brotar lá, vai junto? Magrinho: Vou. Tem serviço pra agora?- neguei com a cabeça.- Então vou colar lá também. Vamo. Levantamos e subimos na minha moto. Magrinho já sabia onde ficava e foi me guiando. Chegamos no barraco dela e era um casarão, até. Toda burguesinha,pô Toquei a campanhia, e enquanto eu esperava, o Magrinho não parava de bater na porta. Júlia: Calma, c*****o!- gritou abrindo a porta com tudo. Ela me olhou de cima a baixo e engoliu seco. Depois riu nervosa. Magrinho: Demora da p***a pra abrir a porta, tava quase derretendo aqui nesse sol. Júlia: Mas tu é folgado né, desgraçado.- cruzou os braços.- Entrem e fechem a porta. - Ela virou as costas e saiu. Só consegui reparar na b***a dela. Bem redondinha. Entrei de uma vez e deixei o v***o do Magrinho pra fechar a porta. Júlia: Não repare na bagunça, por favor.-sorriu fraco e eu assenti. Não sou muito de conversa não, depende da pessoa, na moral. Th: De boa, pô. Magrinho: Fica a vontade, mano. Júlia: A casa é sua, por acaso?- cruzou os braços e debochou. Não consegui segurar a risada e gargalhei. Magrinho: É a casa da minha melhor amiga, e daí? Anda logo em fazer isso, porque eu quero comer. Th: Tu não tem casa não, seu perrapado? Magrinho: A Júlia representa na cozinha, pô. Tu vai ver hoje, porque vamos comer aqui. Júlia: Por acaso eu convidei? Magrinho: Na minha cabeça, sim.- deu de ombros Júlia: Th, vou pegar as coisas no banheiro e já venho. Th: Beleza, mina.- ela saiu da sala e eu olhei pra b***a dela. Aiai, quem me dera, mas a mina parece ser mó responsa, não pego fácil não. Preguiça também de correr atrás. Eu hein Várias negas aí me querendo e eu vou me enrolar em uma só? vou nada. Júlia: Quando você foi tomar banho, você tomou com o curativo ou tirou? Th: Com o negócio. Não sabia se podia tirar. Júlia: Ok. Th: Não pode tirar não? Júlia: Pode, mas era só pra saber porque...- o Magrinho interrompeu a conversa vindo da cozinha. Magrinho: Isso na panela de pressão é o quê?- A Júlia pegou um remédio dentro da caixa com uns caralhos de fazer curativo e tacou nele.- Ai, p***a. Tô na larica. Th: Quando não tá? Júlia: Tô cozinhando frango pra fazer escondidinho de batata. Deixa de ser chato e vai comer alguma coisa.- começou a limpar meu ferimento. Magrinho: Já que tu insiste. Th: É magro de r**m esse filho da puta.- a Júlia soltou uma gargalhada e o Magrinho voltou pra cozinha.- Tu mora sozinha? Júlia: Sim. E você? Th: Sozinho também. A coroa e a mana moram fora do país, e a tua, onde tá? Júlia: Morreu em um acidente, ela e o meu pai. Eu tinha 11 anos no tempo e fui pra um orfanato. Mas fui separada da minha irmã Th: E estudou pra c*****o pra chegar até aqui né?- ela assentiu. Júlia: Não foi fácil, sabe. Mas eu consegui. Th: Maneiro. Tu parece ser mó responsa.- ela ne olhou e riu fraco. Júlia: Você e o Magrinho se conhecem há muito tempo? Th: Sim, há mó cota. Subimos juntos. Júlia: Em quê? Th: No tráfico. Júlia: Ah tá. Nunca pensou em estudar não?- passou um remédio que ardeu pra c*****o e eu fechei os olhos. Th: Não. Cresci aqui na favela, pô. Esse remédio aí é o quê?- mudei de assunto antes que ela fizesse mais perguntas sobre isso e eu não tava a fim de falar da minha vida. Júlia: Polvidine. Ele cicatriza muito bem. Daqui pra Sexta, já está melhor. Th: Hoje ainda é Quarta.- reviro os olhos.- Quais dias você tem folga? Júlia: Só trabalho Terça, Quinta e meio período na Sexta. Th: Daora né. E aposto que o salário é f**a. Júlia: É sim. Th: Quatro mil, né?- ela arregalou os olhos. Júlia: Como tu sabe? É o estado que me paga. Th: Eu sei de tudo daqui, pô. Pro estado mandar algo pra cá, eu tenho que tá ciente de tudo, tá ligada? Júlia: Ah, sim. Prontinho!- falou após colocar esparadrapo por cima da atadura. Th: Valeu, mina.- abri a carteira e peguei uma nota de cem.- Aqui - entreguei o dinheiro e ela negou. Júlia: Não precisa. Magrinho: Se ela não quiser, eu quero.- brotou de Nárnia. Th: Vou deixar aqui, se não quiser coloca no lixo.- coloquei em cima da mesa de centro dela. Magrinho: Que bom que sou um lixo.- a Júlia gargalhou e deu um t**a dele. Th: Falou, magrinho. Tô indo lá. Vai junto? Magrinho: Vou almoçar aqui, não sou b***a. Th: Então falou. Valeu aí, Júlia, na moral mesmo. Júlia: Por nada.- deu um sorriso e eu fui saindo.- Th... Th: Fala.- virei pra ela que me olhava toda sem jeito. Júlia: Er.. Almoça aqui, Th. Magrinho: É, almoça aqui ô.- o filho da p**a do Magrinho gritou. Th: Beleza, então.-voltei pra sala e me sentei no sofá. [...] WhatsApp +55 021 1234-5678 Th! (12:17) Fiquei sabendo que tu tá na casa de uma p*****a, tá fazendo oq aí? (12:17) Th vai tomar no cu, vai. Sei nem o teu nome (12:38) É cada n**a emocionada que enche a cachola, vou dizer viu. Vai tomar no cu. Magrinho: Ô, filho da puta.- me chamou. Th: Fala, corno.- ri. Magrinho: Não era pra levar pro pessoal, ok.- a Júlia gargalhou. Júlia: Sabia que não pode comer com o celular?- ela semicerrou os olhos. Th: Tinha uma n**a enchendo a minha cachola, papo reto. Júlia: Cachola.- gargalhou. Olhei serinho pra ela que tava com a mão na barriga de tanto ri e com a outra enxugava as lágrimas. n**a doidona, pô. Linda,gostosa e louca. Do jeito que o pai gosta. Pô, a mina é gata pra c*****o, quem não quer? Magrinho: Baixou o santo, Júlia? Eu hein. Júlia: Parei.- respirou fundo.- E por que ela fica enchendo sua cachola, Th? Th: Quer me cobrar. Sei nem o nome dela, pô. Júlia: Então tu fez ela criar esperanças, né. Magrinho: Qui **, ela foi só uma f**a pra ele. Bandido que tem moral é assim, as minas paga pau.- falou antes mesmo de eu abri a boca. Júlia: hum.- ela murmurou parecendo está incomodada com o assunto. Um celular tocou e o Magrinho logo levantou pra atender. Ele foi pra cozinha falar com a outra pessoa da linha e voltou uns minutinhos depois. E até ele voltar, eu e a Júlia ficamos nos encarando. Os olhos dela são do c*****o. Magrinho: Vou ter que brotar em casa rapidão.- falou apressado.- Ô Th, lá pras 16:00 leva a Jú lá na minha goma pô. Th: Beleza. Vou agora contigo.- levantei e o magrinho fez que não com a cabeça. Magrinho: Fica aí, pô. Algum problema dele ficar, Jú?. Júlia: Não...Claro que não.- dei de ombros e ela começou a tirar as coisas da mesa e guardar. Magrinho: Suave.- ele deu um beijo na bochecha da Júlia e saiu. Th: Júlia, onde eu coloco essa vasilha de vidro? Júlia: Se chama travessa.- riu e apareceu atrás de mim.- Ainda sobrou escondidinho? Th: Sobrou. Vou levar pra casa, brô. Tu tira mó onda na cozinha. Júlia: Coloca no forno elétrico, então. Ah, não é querendo abusar, mas já abusando, lava os pratos. Não quero que saia meu esmalte.- piscou e saiu da cozinha. E eu novamente não pude deixar de reparar naquela b***a redondinha. Júlia Sentei no sofá e peguei meu celular. Fiquei assistindo os stories do Álvaro (@alvxaro), até o Th sentar no outro sofá, bem puto. Júlia: Eu vou terminar de decorar a casa, não liga tá? Pode assitir aí, fica a vontade. Th: Vai lá. Levantei e coloquei as decorações no painel da sala e na mesa de centro. Logo depois, coloquei um quadro meu com meus pais no corredor e algumas na cozinha. Aproveitei pra passar a vassoura na casa e limpar os porta retratos que estavam empoeirados de tanto ficarem guardados. Minha casa era toda decorada no azul escuro no e prata. Eu amo. Quando eu morava com meus pais era bem assim, e não queria fazer diferente. Júlia: Prontinho. Ô, tu me passa o número do Magrinho. Acredita que eu não tenho?- ele riu em negação. Th: Já mandei. Júlia: Obrigada. Th: De boa.- O Th é muito fechado, não gosta de conversar muito, já percebi. Mas eu sou curiosa e inquieta. Ou seja, somos opostos. E a qualquer momento vamos sair no soco. Uma hora eu vou perguntar demais, ele vai gritar comigo e não vou baixar a cabeça. Paranóica? um pouco. Júlia: tu tem amigos?- não consigo me conter e puxo assunto. Th: Parceiro só o Magrinho,o GT, que é meu primo e aliado e o Rc. O resto é resto. Pode confiar em ninguém não. E tu, mina? Júlia: Tenho uma amiga. A Alice Conheço mais pessoas, mas só a Alice é minha amiga. Conheci na escola. Th: É f**a trabalhar assim, né?-perguntou me olhando. Júlia: Sim. Eu amo o que eu faço.- sorri orgulhosa. Th: Tu tem plantão e essas porras? Minha coroa é técnica e ela pegava uns plantão mó chato. Eu era moleque, né. Júlia: E quem cuidava de ti? Th: Minha avó, pô. De mim e da minha irmã. Júlia: Ah, sim. Deve ser incrível ter uma família.-sorri fraco. Th: Uhum...- vi que ele estava até se esforçando pra conversar. Júlia: Você namora? Th: Se eu disser que não, você dar em cima de mim?- gagalhei. Júlia: Não. Th: Então não faz diferença eu namorar ou não pra tu. Júlia: Idiota.- ri e ele fez o mesmo em seguida. Th: Colé, pô, mas tu é mó gata, quem não queria? - quem diria que o Th todo fechado falaria isso. Júlia: Verdade né. Sou um mulherão.- ri. Th: Convencida? Nem é. [...] Júlia: Obrigada por me trazer até aqui. Foi muito gentil me fazendo esse favor! Th: Favor? Eu quero um beijo em troca, fia.- rimos.- Falou aí.- fez um toque comigo e acelerou com sua moto. Olhei ao redor e vi várias pessoas me olhando e falando algo umas pras outras. Dei de ombros e fui até porta da casa da mãe do Magrinho sentindo um cheirinho gostoso de comida. Toquei a campanhia e ela logo apareceu abrindo a porta com um sorriso lindo. Dona Tânia: Oi, princesa. O Erick e o Th falou que você era linda, mas não imaginei que fosse tanto.- O Th? Sorri de volta e ela me abraçou. Júlia: Oii, tia. Sou a Júlia, mas chama de Jú. Dona Tânia: Já sabe o meu nome né?-assenti.- Ahh, que bom! Entra, querida! Amei a energia ela. *
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