Alguém que eu não gostaria de conhecer

1044 Words
— Obrigada. — Respondi sorrindo sem graça, eu só queria sair daquele lugar. Todo o meu corpo dizia que eu precisava fugir. — Fico feliz que nada aconteceu. Tenha um bom dia. Dei um sorriso amarelo, acenei com a cabeça, me virei para tentar fugir daquela homem, mas quando estava caminhando em direção do banheiro, senti alguém agarrando o meu pulso. Me virei pensando que poderia ser Heitor, ao menos, me iludi pensando isso, mas era o mesmo senhor. — Poderia me dizer o seu nome? — O homem perguntou segurando meu braço. — Tenho a sensação que já te vi em algum lugar. Sinto que já te conheço muito bem, mas como poderia esquecer uma mulher tão perfeita. — Poderia soltar o meu braço? Não gosto de desconhecidos me tocando. Desculpa, senhor, mas eu não te conheço. Você deve está me confundindo com alguém. Se me der licença. — olhei sério para ele queria entendesse que eu não estava gostando daquela atitude, mas ele apenas sorria para mim, ignorando totalmente o que eu dizia. Para piorar, vários homens de terno começaram a se aproximar. — A pequena sabe com quem está falando? — o homem segurou forte o meu queixo, me forçando a olhar para ele. Mesmo que tivesse sorrindo, eu podia notar a sua raiva no tom da sua voz. — Acredito que o senhor não me entendeu. Dizem que a idade afeta a audição, não se preocupe, irei repetir. Não quero que o senhor me toque. Entendeu? E eu não me importo em saber quem você é, de preferência, quero ficar bem longe de pessoas como você. — Conhecia a marca daquele terno que ele usava. Não era um homem qualquer que estava falando comigo. Alguém muito rico. O melhor é me manter bem longe. Dei um passo para trás, me afastando dele e fazendo com que suas mãos ficassem longe de mim. Notei que Heitor me olhava nervoso em minha direção, da mesa onde estava sentado, mas parecia tentar fazer com que Mel não notasse o que estava acontecendo comigo. Fiquei um pouco mais calma em saber que se piorasse, eu teria a quem pedir ajuda. — Certo. Foi rude da minha parte. Eu me chamo Josephe Werneck. É a primeira vez que vejo a senhorita por aqui, será que é nova na cidade? Bom, mas espero que não seja a última que nos encontramos. Tome meu cartão. Sinto que ainda iremos nos encontrar muitas vezes. E eu nunca erro. — Josephe se apresentou, me entregou um cartão. Eu conhecia aquele sobrenome. Meus pais sempre falavam sobre ele. Eram donos dos melhores hospitais do país e vários outros empreendimentos. — Reconheceu o nome? — Ah! Sim, você por acaso é da família da Tata Werneck? Sou muito fã dela. Fiquei pensando quando vi o nome. Não é um sobrenome fácil de achar. — Sim, eu menti, mas nada melhor agora quem se acha poderoso, do que alguém jogando água, dizendo que não o conhece. — Como é que é? Você não me conhece? Eu sou dono de hospital e hotéis, sou senador da república. — Josephe estava completamente em choque por eu não reconhecer ele. — Me desculpa, não sou ligada à política e nem economia, mas que bom, né? Agora tenho que ir. — Me virei aumentando a velocidade dos meus passos — Eu sou um bom caçador, pode tentar fugir, apenas deixará tudo mais divertido. — Josephe disse rindo, antes de conversar com seus seguranças. Queria voltar na mesma hora para mesa, mas não queria que aquele homem visse Mel. Tinha uma sensação r**m sobre ele e o melhor que eu faço é deixar ele bem longe da minha filha. Fiquei enrolando um tempo no banheiro. Quando voltei para mesa, não tinha mais sinal daquele senador e a comida já estava servida. — Você está bem? O que aconteceu? Quer ir para casa? Posso pedir para embalarem a comida. — Heitor sussurou no meu ouvido. Mel estava super empolgada com o macarrão que comia. — Já estou bem. Não aconteceu nada. Vamos aproveitar esse almoço em família. Mel está muito feliz. Isso que importa. — Eu não deixaria que aquele homem estragasse um dia tão feliz para minha filha. — Entendi. — Heitor olhou ao redor como quisesse ter certeza que o homem não estava mais por perto. — Fico feliz que ele foi embora. Há muitos boatos ruins sobre ele. Não fui te ajudar porque tive medo de envolver Mel, mas estava atento, se piorasse iria encontrar uma forma de intervir. Tá? — Eu sei, você fez certo. Agora vamos almoçar. Mel está comendo com tanta vontade que fiquei com água na boca. — era mentira. Não tinha um pingo de fome, mas algumas vezes é melhorar engolir as lágrimas e focar no que é importante. Minha filha — Mel, você sabia que tem a melhor e mais forte mãe do mundo? — Heitor disse sorrindo para Mel. — A minha mamãe é a melhor do mundo! — Mel gritou. Na mesma hora, eu sorri. Almoçamos juntos, Mel estava tão animada que acabou repetindo. Antes de ir agora casa. Passamos no escritório de um advogado amigo de Heitor, que nos ajudou com a papelada. Ele não queria deixar para outro dia. Tinha medo que eu desistisse. Quando voltamos para casa. Já era de noite. — Vou pedir pizza e sorvete para o jantar. E a partir de hoje, esse dia será decretado feriado internacional, o dia do papai e da Mel. — Heitor gritou enquanto dirigia. — Sorvete! — Mel gritou com os braços para cima — Mamãe, podemos assistir um filme todos juntos antes de dormir? Como a gente faz sempre para comemorar? Agora que tenho um papai, ele pode assistir com a gente, não é? Todas as vezes que tinha alguma comemoração, como aniversário, dia das crianças, Natal ou qualquer data especial, para economizar dinheiro e criar memórias, criei o ritual do filme. Juntas assistíamos um filme com pipoca. Não era nada fora do comum. A única diferença é que fazíamos isso na cama, prontas para dormir e nessas noites, sempre dormíamos juntinhas. — Eu gostei da ideia. Então, em vez de sorvete, vamos fazer pipoca! — Heitor brincou. É claro que ele tinha gostado.
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