Técnica do Banho morno

1165 Words
Foi uma experiência inexplicável a sessão de fotos com Heitor, ele parecia ter incorporado outra pessoa. Em questão de segundos, um ser totalmente profissional surgiu na minha frente, desaparecendo totalmente aquele homem engraçadinho e s****o que me provocava alguns segundos atrás. Fiquei bastante surpresa. Não vou mentir. Agora entendo o que quer dizer que as pessoas usam várias máscaras dependendo da situação. Heitor em seu estilo mais profissional, me orientou sobre as poses que eu deveria usar, expressões e até mesmo sobre a iluminação. Tudo que favorecia as minhas qualidades. A maioria das poses que eu usei anteriormente, não valorizavam nada no meu corpo. No fim, fizemos várias fotos. Troquei de roupa algumas vezes por sugestão de Heitor. Assim como Marieta, ele também acreditava que despertar a curiosidade era melhor que mostrar tudo de uma vez. Basicamente, tive aula de sedução com um profissional, nunca pensei que teria que aprender algo assim, mas ao menos, não havia erro. Se alguém entendia sobre sedução e o que despertava interesse em um homem, com toda certeza seria Heitor. Quando finalmente terminamos nossa sessão de fotos, tomei um banho e tentei dormir, mas m*l consegui pregar o olho a noite inteira, quando finalmente me havia me deitado, Mel acordou chorando sem parar. Tentei de tudo, mas ela não parou de forma alguma. Quando me dei conta, estava chorando abraçada com minha filha na cama. Me perguntei se estava fazendo algo errado, mas o Google não me respondia e eu não tinha quem pudesse me ajudar naquele momento. Sem saber mais o que fazer e preocupada que fosse algo sério. Decidi que seria melhor ir ao hospital. Melhor previnir que remediar. Quando já estava me arrumando para sair, Marieta entrou em casa junto com uma garota quase da minha idade. — O que está acontecendo aqui? Você está saindo? O que a pequena tem? Você está chorando? Onde está Heitor? Meu Deus! — Marieta parecia preocupada assim que entrou e me viu com a menina nos braços, se aproximou de mim na mesma hora, colocando Mel em seus braços, para falar a verdade, eu não fazia ideia onde estava o Heitor. Nem lembrei da existência dele. Minha atenção toda foi roubada pela Mel chorando. — Na verdade, eu não sei. Fiquei tão nervosa com ela chorando tanto. Que não consegui pensar em nada. Fiz tudo que achei no Google e que haviam me ensinado, mas nada funcionava. Eu não sei o que fazer. — Eu senti todo meu corpo tremer. Deveria vir com manual, os filhos. Pensando bem, eu nunca cuidei de nada na minha vida. Nunca tive um bichinho de estimação e nunca consegui deixar um tamagochi vivo. — Será que é um erro? Eu sou uma criança, não tenho capacidade de cuidar de mim ou de uma bebê. Não fui capaz de colocar ela para dormir ou fazer ela se acalmar. É só um bebê. Como posso me considerar mãe dela? Eu não percebi que estava esperando ela. Fiz ela ficar doente por conta do mofo. Não tenho dinheiro para bancar ela. E agora, não consegui ficar sozinha com Mel. Preciso de ajuda para tudo. Fui inocente e irresponsável acreditando que eu poderia fazer isso, mas eu só faço m*l para ela. Eu não dou boa o suficiente para cuidar dela. — Leticia, segure a menina. Tenho certeza que esse choro deve ser de cólica. E Caroline, você é uma ótima mãe. Só está esgotada. Isso é completamente normal para uma mãe de primeira viagem com um bebê recém-nascido. É normal que se sinta assim e que não saiba de tudo. Isso não te faz uma mulher r**m, mas apenas um ser humano. Ninguém nasce sabendo de tudo, ainda mais, a arte difícil de ser mãe. Você aprenderá como lidar com as situações à medida que for vivendo elas. Agora vem comigo, menina. Vou te ensinar um macete maravilhoso para diminuir a cólica, mas é bom ter cuidado com sua alimentação, como ela apenas toma leite, o que você come pode influenciar bastante. — Marieta me puxou para a cozinha, colocando um pouco de água para ferver. — E onde está meu neto sem futuro, disse que ele deveria cuidar de você. Aquele pirralho. Não merece confiança mesmo. — Vovó, meu irmão não está em casa. E a bebê está fazendo careta para mim. Acho que não gostou muito de mim. — Letícia era n***a, tinha os cabelos repletos de tranças. Falou enquanto estava vindo com Mel em nossa direção. — Não é por sua causa, ela está com cólica. Vamos dar um banho morno nela.Vai ajudar a relaxar o bebê e aliviar a cólica de bebê. Isso vai amenizar o desconforto. Ligue para seu irmão, certeza que ele saiu para galinhar no bairro. Diga que traga um remédio para cólica para bebês. O farmacêutico vai indicar para eles as melhores opções. Avise para meu neto, que se ele não tiver em 15 minutos aqui com o remédio, ele vai se ver comigo. Nunca mais vou perdoar ele por deixar a criança sofrendo. Aquele menino não consegue passar um dia com o p***o dentro da calça. — Marieta disse brava, eu entendia o lado dela, já que foi seu pedido para o neto, mas não fazia sentido ele fazer isso. Afinal, que responsabilidade tinha com a gente?! A água que Marieta esquentou foi colocada em uma bacia grande de alumínio, com cuidado, foi despejando aos pouco água fria, sempre com a mão submersa verificando a temperatura. Marieta fazia aquilo com tanta tranquilidade que nem pude acreditar. Nunca tinha visto nada daquilo, mas prestei toda atenção do mundo para aprender. Tenho certeza que usarei outras vezes a técnica. Como mágica, Mel parou de chorar quando começou o banho. — Realmente funcionou? — estava completamente surpresa. Algo tão simples fez um efeito tão rápido. — Cheguei. O que aconteceu? O que Letícia está fazendo aqui? Ela não explicou nada no telefone, só me gritou mandando trazer esses remedios. Sabe nem falar como uma pessoa normal— Heitor entrou na cozinha confuso com um pequeno saco na mão. — Me passa esse remédio. Sua irmã foi expulsa de casa. Seu pai não quer ver ela nem pintada de ouro. Sua mãe pediu para ficar com ela um tempo. Ao menos, até seu pai esfriar a cabeça e aceitar ela de volta. Ao menos, todos saíram intactos dessa vez. — Marieta estava colocando a medicação em uma colher pequena, contanto mentalmente as gotas. — O que você apronto agora, Leticia? — Heitor perguntou olhando sério para sua irmã — Eu espero que você não tenha colocado nossa mãe em problemas. Sabe muito bem que tipo de pessoa é nosso pai. E se eu souber que ele fez aquilo com ela novamente, eu não me responsabilizo por minhas ações. Eu sei que não me deixam voltar para casa para evitar confronto, mas não vou deixar que aquele homem faça o que quiser com nossa mãe, ainda mais, por conta das suas irresponsabilidade.
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